“O que vai salvar a América Latina depois da pandemia é a democracia", disse Lula. “Uma democracia de Estado forte pra cuidar do povo. Porque o que essa crise demonstrou foi que o mercado não vai salvar a vida de ninguém”, ressaltou



247 - Em entrevista da qual também participou o presidente da Argentina, Alberto Fernández, e foi promovida pela Universidade de Buenos Aires, o ex-presidente Lula discutiu sobre o futuro da América Latina após a pandemia do coronavírus.
O ex-presidente se colocou frontalmente contra a política neoliberal e afirmou que “o estado não pode mais ser colocado exclusivamente a serviço dos interesses do capital”. “A economia tem de estar a serviço dos seres humanos e não o contrário”, ressaltou.
Ele relembrou que, quando era presidente do País, “acreditávamos que era preciso construir um bloco econômico, político e cultural para fazer frente a outras potências e sermos respeitados. Sonhava em construir uma América Latina unificada com desenvolvimento social”.
“Expulsamos a Alca e fortalecemos o Mercosul. Em dez anos, o fluxo de comércio do Brasil com o Mercosul passou de U$ 10 bilhões para U$ 50 bilhões. Na mesma proporção cresceu nosso comércio com o conjunto de países da América Latina e Caribe: de U$ 20 bilhões para U$ 94 bilhões”, destacou.
O ex-presidente lembrou a influência do revolucionário Simón Bolívar na política dos governantes de esquerda do continente e reforçou que os governantes foram surpreendidos pelos golpes de Estado, que utilizaram-se “da democracia contra a democracia, pela utilização da mídia para desinformar e mentir, com apoio escancarado do poder financeiro global e de seus representantes em nossos próprios países”.
Lula lamentou que “mesmo que tenhamos feito quase que uma revolução silenciosa no Brasil para mudar a vida do povo, não conseguimos impedir que as instituições da democracia fossem utilizadas contra a democracia e o povo, mais uma vez em nossa história”. E ainda lembrou que “o que vai salvar a América Latina depois da pandemia” é a democracia. “Uma democracia de Estado forte pra cuidar do povo. Porque o que essa crise demonstrou foi que o mercado não vai salvar a vida de ninguém”.
O ex-presidente também criticou a política de Jair Bolsonaro que levou a uma crise sanitária gigantesca no Brasil, enquanto que na Argentina de Fernández a situação foi muito melhor resolvida.
Confira a entrevista:
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