De acordo com investigadores, o grupo criminoso tem como um de seus membros o empresário Rodrigo Martins de Mello, pré-candidato a deputado pelo PL, partido de Jair Bolsonaro
247 - A Polícia Federal (PF) informou nesta quinta-feira (19) que um grupo suspeito de operar a logística aérea com o objetivo de explorar garimpos ilegais na terra indígena yanomami, a maior do Brasil, movimentou mais de R$ 200 milhões em dois anos. De acordo com as investigações, o grupo tem como um de seus membros o empresário Rodrigo Martins de Mello, pré-candidato a deputado federal pelo PL, partido de Jair Bolsonaro. Mello passou a coordenar um movimento de garimpeiros em Roraima que tenta legitimar a atividade criminosa no território yanomami.
A Terra Indígena Yanomami, que completa 30 anos de demarcação no próximo dia 25 de maio, é o maior território demarcado do Brasil e, segundo o Instituto Socioambiental (ISA), abriga 26.780 indígenas, incluindo povos isolados. As suspeitas são de que o grupo do empresário formou uma organização criminosa para exploração ilegal de ouro e cometeu crimes ambientais e lavagem de dinheiro. Três processos em análise na Justiça Federal tiveram como consequência a apreensão de bens, como nove aeronaves, determinada por um juiz de primeira instância.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a PF disse que aeronaves em nome de empresas do grupo foram utilizadas para transportar pessoas, combustível e equipamentos a áreas de garimpo na terra yanomami.
Duas empresas de Mello, a Cataratas Poços Artesianos e a Icaraí Turismo Táxi Aéreo, receberam R$ 39,5 milhões da União desde 2014. A maior fatia, R$ 23,5 milhões à Icaraí, no governo Bolsonaro.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADEA operação, deflagrada nesta quinta, mira quatro funcionários da Cataratas e uma suposta empresa fantasma ligada a Mello. Agentes da PF cumpriram quatro mandados de busca e apreensão, autorizados pela Justiça Federal, nos endereços dos funcionários
A PF identificou que 12 pilotos de helicópteros e 13 mecânicos de aeronaves atuavam para o grupo.
Investigadores pediram as quebras de sigilo bancário e fiscal de Mello, da Cataratas e do filho, de acordo com fontes que acompanham as investigações.
Outro lado
A advogada do empresário, Ana Paula de Souza Cruz, afirmou ter acompanhado o depoimento de uma dos quatro funcionários, que teve dois celulares e uma agenda apreendidos. "As declarações foram prestadas, e os itens foram devolvidos a ela sem que nada fosse encontrado neles", disse.
A defensora disse que um segundo depoimento está marcado para a manhã desta sexta (20).
A advogada afirmou que a defesa "não foi intimada" sobre os pedidos de quebras de sigilos feitos por investigadores.
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