12/07/2022

Bolsonaro promove macabro vale-tudo e busca manter Brasil sob tensão permanente, aponta editorial do Estadão

 


Jornal também condenou ato terrorista cometido por bolsonarista em Foz do Iguaçu

www.brasil247.com - Ato contra Jair Bolsonaro e, no círculo, o militante Marcelo Arruda, assassinado por bolsonarista em Foz do Iguaçu (PR)
Ato contra Jair Bolsonaro e, no círculo, o militante Marcelo Arruda, assassinado por bolsonarista em Foz do Iguaçu (PR) (Foto: Oliven Rai / Mídia Ninja - Reprodução)
 

247 – O jornal Estado de S. Paulo, que naturalizou a ascensão do fascismo no Brasil, condenou, em editorial, o ataque terrorista realizado por um bolsonarista em Foz do Iguaçu no último fim de semana, que matou o guarda municipal Marcelo Arruda. "Diante do ataque criminoso realizado pelo apoiador do bolsonarismo, o presidente Jair Bolsonaro tinha o dever cívico de solidarizar-se com a família da vítima e, muito especialmente, de condenar e desautorizar toda e qualquer forma de violência contra opositores políticos. No entanto, Jair Bolsonaro não fez nada disso. Em vez de promover a paz e defender a liberdade política de todos os cidadãos, como cabe a um presidente da República, preferiu aproveitar o episódio para escalar a provocação contra seus opositores políticos", aponta o editorial.

"Eis a degradação moral do bolsonarismo. O presidente da República vale-se até mesmo da repercussão causada pelo assassinato de um opositor político para promover sua política eleitoral, num macabro vale-tudo. Não manifestou consternação. Não expressou nenhuma solidariedade com os familiares da vítima", prossegue o texto.

"A reação de Jair Bolsonaro deve colocar o País em alerta. Há um presidente da República incapaz de compreender que toda violência é inaceitável. Há um presidente da República que não tem a hombridade de reconhecer um crime de um seu correligionário. Há um presidente da República que enxerga em tudo, até mesmo no assassinato de uma pessoa, uma ocasião adicional para escarnecer seus opositores políticos", aponta ainda o editorialista. "A omissão de Bolsonaro não foi casual. Está perfeitamente alinhada a seu objetivo de manter o País sob uma artificial tensão. Um ambiente de serenidade é prejudicial aos interesses políticos de Jair Bolsonaro. Não por acaso, seus discursos sempre se orientam para o conflito, para a raiva e para o ressentimento, campo onde o presidente se sente em casa, e não para questões de governo e de interesse da sociedade – que, para Bolsonaro, é terra estrangeira. Essa é a grande tragédia do bolsonarismo: para triunfar politicamente, tenta despertar o pior de cada um", finaliza.

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