"O capitão parece apostar numa versão tupiniquim da invasão do Capitólio, estimulada no ano passado por seu ídolo Donald Trump", diz o jornalista
247 - O jornalista Bernardo Mello Franco afirma em sua coluna no jornal O Globo, que Jair Bolsonaro “tem um plano. Quer permanecer no cargo a qualquer custo, seja no voto ou na marra”. Segundo ele, “o segundo cenário não depende mais de um golpe clássico, nos moldes de 1964. O capitão parece apostar numa versão tupiniquim da invasão do Capitólio, estimulada no ano passado por seu ídolo Donald Trump”.
Mello Franco observa que “um vídeo divulgado na quinta-feira trouxe revelações sobre a baderna nos EUA. No dia seguinte ao tumulto, Trump gravou um pronunciamento na Casa Branca. Ao ler o discurso, pulou a frase em que admitiria a derrota para Joe Biden. ‘Não quero dizer que a eleição acabou’, explicou a assessores. A recusa a reconhecer o resultado ainda mantém parte de seus eleitores em negação”.
“Na sexta, uma repórter perguntou a Bolsonaro se ele entregará a faixa presidencial caso seja derrotado em outubro. ‘Você tá louca que eu fale ‘não’, né?’, respondeu o capitão. Em seguida, ele voltou a defender uma apuração paralela comandada por militares. Tudo em nome da “estabilidade” e da “transparência”, como disse aos diplomatas estrangeiros”, destaca.
Ainda segundo ele, “o negacionismo também pode ser útil para manter a tropa unida fora do poder. Cerca de 70% dos eleitores republicanos ainda acreditam que a vitória de Biden foi roubada, apesar da absoluta inexistência de provas. Ao insistir na mentira da fraude, Trump se mantém no páreo como alternativa para 2024. Se o projeto do golpe naufragar, Bolsonaro precisará de um discurso para não desmobilizar seus seguidores.
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