14/07/2022

Hoje 'lucrando' com PEC Eleitoral, Bolsonaro atacou benefícios sociais em 2000 e queria controlar natalidade da "classe pobre"

 


Em 2000, o então deputado afirmou que um fundo de combate à pobreza incentivaria a "classe pobre a ter cada vez mais filhos", sob a alegação de 'quanto mais filhos, mais ganho'

PUBLICIDADE
www.brasil247.com - Bolsonaro
Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado | REUTERS/Ricardo Moraes)
 

247 - Jair Bolsonaro (PL), que atualmente se apresenta como um defensor dos benefícios sociais e que mobilizou sua base no Congresso para viabilizar uma manobra para driblar a legislação e possibilitar a liberação de R$ 41 bilhões com esta finalidade durante o período eleitoral, foi o único deputado federal a votar contra a criação do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza em dezembro de 2000, quando ocupava uma cadeira na Câmara. 

PUBLICIDADE

“Orgulho-me de ter votado contra o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza. Orgulho-me e muito, porque é um fundo que aumenta imposto, aumenta a CPMF, aumenta o IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados]. Sabemos que, infelizmente, esse dinheiro não terá destino certo, será usado o critério do clientelismo, assim como foi usado o critério da demagogia, por parte do autor da proposta, para poder aprová-la", disse Bolsonaro na ocasião, conforme reportagem da BBC Brasil

>>> Legado de Bolsonaro será R$ 330 bilhões em riscos fiscais, diz Mercadante

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na época, o Congresso aprovou R$ 2,3 bilhões (o equivalente a quase R$ 9 bilhões em valores corrigidos pelo IPCA) para a criação do fundo, sendo R$ 1 bilhão para ações de saneamento e R$ 1,3 bilhão para programas de transferência de renda, com destaque para o Bolsa Escola, programa que antecedeu o Bolsa Família. Segundo ele, a proposta era clientelista e aumentava impostos por meio do aumento de 0,30% para 0,38% da alíquota Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), extinta em 2008. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em seu discurso, o então deputado defendeu, ainda, um “rígido controle de natalidade” para evitar que o programa estimulasse “a classe pobre a ter cada vez mais filhos, principalmente agora que eles estão sabendo que grande parte ou a totalidade desse dinheiro deverá ser empregado no programa Bolsa Escola", criticou. "Ou seja, eu quero ser reprodutor. Quanto mais filhos tiver, mais salário mínimo vou ganhar", emendou. 

Em 2004, após o governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ampliar o Bolsa Escola por meio da criação do Bolsa Família, Bolsonaro também defendeu a extinção do programa de transferência de renda para a população mais pobre. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

"Devemos discutir aqui a questão do Bolsa Família. Devemos colocar um fim, uma transição para o Bolsa Família, porque, cada vez mais, pobres coitados, ignorantes, ao receberem Bolsa Família, tornam-se eleitores de cabresto do PT", disse durante um discurso no plenário da Câmara em 2011.

Agora, Bolsonaro comemora por lucrar com a ampliação do Auxílio Brasil para R$ 600, que pode ajudá-lo a melhorar nas pesquisas de intenções de voto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário