Incêndios florestais provocam evacuação de milhares de pessoas na França e Espanha. Reino Unido está em alerta diante de altas temperaturas
Por Guillermo Martinez
JERTE, Espanha (Reuters) - Autoridades no sul da Europa lutaram neste domingo para controlar enormes incêndios florestais em países como Espanha, Grécia e França, com centenas de mortes atribuídas a um aumento de temperaturas que, segundo cientistas, é consistente com as mudanças climáticas.
Na Espanha, helicópteros derramaram água nas chamas, já que as temperaturas acima de 40 graus Celsius e terrenos muitas vezes montanhosos dificultaram o trabalho dos bombeiros.
Moradores chocados assistindo às espessas nuvens de fumaça subindo no vale de Jerte, no oeste da região central, disseram que o calor estava fazendo com que suas casas anteriormente verdes e frescas parecessem mais com o sul semi-árido da Espanha.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE“Mudanças climáticas afetam todo mundo”, disse o morador Miguel Ángel Tamayo.
Um estudo publicado em junho na revista “Environmental Research: Climate” concluiu que é altamente provável que mudanças climáticas estejam tornando as ondas de calor piores.
Pelo menos 1.000 mortes foram atribuídas à onda de calor em Portugal e Espanha até agora. As temperaturas na Espanha chegaram a 45,7 graus Celsius durante a onda de calor que dura quase uma semana.
A agência climática da Espanha emitiu alertas de temperatura para domingo, com altas de 42 graus Celsius previstas para Aragão, Navarra e La Rioja, no norte. Disse que a onda de calor terminaria na segunda-feira, mas alertou que as temperaturas permaneceriam "anormalmente altas".
Incêndios estavam atingido várias outras regiões, como Castela e Leão, na região central da Espanha, e Galícia, no norte, na tarde de domingo. Em Málaga, província no sul da Espanha, incêndios florestais queimaram durante a noite, afetando moradores perto de Mijas, uma cidade popular para turistas do norte da Europa.
Na França, incêndios florestais se espalharam por mais de 11.000 hectares em Gironde, região no sudoeste, e mais de 14.000 pessoas foram retiradas, disseram autoridades regionais na tarde deste domingo.
Mais de 1.200 bombeiros estavam tentando controlar as chamas, disseram autoridades em um comunicado.
A França emitiu alertas vermelhos, o maior possível, para várias regiões, pedindo que moradores ficassem “extremamente vigilantes”.
Na Itália, onde houve incêndios menores nos últimos dias, meteorologistas esperam temperaturas acima de 40 graus Celsius em várias regiões nos próximos dias.
Temperaturas parecidas são esperadas para o Reino Unido na segunda-feira e na terça-feira, o que bateria o recorde oficial anterior de 38,7 graus Celsius em Cambridge em 2019.
O ministério da Saúde de Portugal afirmou na noite do sábado que 659 pessoas morreram por causa da onda de calor nos últimos sete dias, a maioria delas idosas. Disse ainda que o pico da semana foram 440 mortes na quinta-feira, quando temperaturas passaram dos 40 graus Celsius em várias regiões e 47 graus em uma estação meteorológica no distrito de Vizeu, na região central do país.
Na Espanha, havia 360 mortes relacionadas ao calor até sábado, segundo números do Instituto de Saúde Carlos III.
(Reportagem de Guillermo Martinez, Layli Foroudi, Sergio Goncalves, Jessica Jones, Renee Maltezou, Jon Nazca e Mariano Valladolid)
Nenhum comentário:
Postar um comentário