10/07/2022

"Projeto de Bolsonaro é exterminar a esquerda", diz Vincent Bevins, autor de O Método Jacarta

 


Autor do livro que narra assassinatos em massa na Indonésia a mando dos EUA, o jornalista fala sobre como o bolsonarismo é herdeiro desta ideologia que ataca "inimigos internos"

www.brasil247.com - Vincent Bevins e Jair Bolsonaro
Vincent Bevins e Jair Bolsonaro (Foto: Agência Brasil / Reprodução)
 

247 – O jornalista estadunidense Vincent Bevins, que está lançando no Brasil o livro O Método Jacarta, concedeu entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, em que falou sobre como aquela ação coordenada pela CIA a partir 1965, e que assassinou cerca de 1 milhão de indonésios a pretexto de combater o comunismo, foi decisiva para o avanço do imperialismo no Sul Global. "Pouco tempo depois, a palavra Jacarta apareceu nas ditaduras da América Latina como uma alternativa para os seus ditadores", afirmou. "Os Estados Unidos executaram um projeto de assassinatos em massa para implantar sistemas capitalistas no Sul Global", acrescentou.

Na entrevista, Bevins afirmou que os Estados Unidos estão em declínio relativo, mas ainda são o país mais poderoso do mundo. "E o declínio imperial pode tornar o mundo ainda mais perigoso", afirma. "A vitória dos Estados Unidos na Guerra Fria deu mais poder ao Império, com um pacote de ferramentas mais amplo", aponta.

Bevins acredita que a retórica anticomunista voltou a ser utilizada na América Latina simplesment porque funciona. "A ideia do inimigo interno é fundamental para a extrema direita. O projeto bolsonarista é o extermínio da esquerda. Ele não tem projeto de País. Por isso mesmo, ele começa a perder o apoio da classe empresarial", afirma. 

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Sobre as eleições brasileiras, Bevins acredita até na possibilidade de que os Estados Unidos passem a ver o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um eventual aliado. "Um império inteligente deve ser flexível. Vejo a possibilidade de Lula ser considerado amigo ou aliado eventual", afirma. "Será muito ruim se os Estados Unidos impuserem ao mundo uma nova Guerra Fria", finaliza.

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