Aliado de Jair Bolsonaro tinha armas ilegais e tentou assassinar policiais
Sputnik – Em conversa com eleitores, nesta terça-feira (25), o ex-presidente e candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) respondeu a perguntas sobre economia, saúde, educação, emprego e outros temas, como o caso do ex-deputado Roberto Jefferson. O primeiro tópico do evento, transmitido ao vivo em suas redes sociais, foi o salário mínimo, alvo de polêmica recente envolvendo o governo Bolsonaro.
"Quando chegamos à Presidência da República, em 2003, soubemos que o salário mínimo nem sempre era reajustado acima da inflação. Muitas vezes, os governos costumavam dar apenas a inflação. E durante vários anos os trabalhadores foram perdendo poder aquisitivo", disse Lula, ao ser questionado por um dos presentes sobre qual seria sua proposta para o salário mínimo, caso eleito presidente da República.
O candidato do PT acrescentou ainda que seu governo instituiu, em 2004, "a reposição inflacionária e o aumento do PIB [Produto Interno Bruto] dos últimos dois anos no cálculo do reajuste do salário mínimo".
"Nossa proposta, agora, é que todo ano, a gente garanta um aumento real para o salário mínimo", disse Lula. Na semana passada, o deputado federal André Janones, aliado de Lula, afirmou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, estaria preparando um plano para desvincular o salário mínimo da inflação, o que poderia reduzir o poder de compra da população.
Nesta segunda-feira (24), porém, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou a remoção de conteúdos sobre o tema nas redes por avaliar que as informações foram "gravemente distorcidas e descontextualizadas".
Janones chegou a afirmar que o governo federal planeja reduzir o valor do salário mínimo, de aposentadorias, de pensões e do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Programas na Educação
Questionado sobre suas propostas para a educação, Lula disse que pretende fortalecer programas como Programa Universidade Para Todos (Prouni), as cotas universitárias e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Ele também afirmou que pretende retomar a criação de mais universidades.
"Foi no nosso governo de 2003 a 2010 que nós construímos a maior quantidade de universidades federais no Brasil. Foram 19 universidades federais novas, 178 campi, 442 escolas técnicas, elevamos o estudo fundamental de oito para nove anos. Por uma razão muito simples: o Brasil nunca será um país competitivo se a gente não investir em educação", disse Lula, acrescentando que também pretende investir em escola integral.
Lula promete 'Ministério da Segurança Pública'
O presidenciável foi questionado sobre qual será o foco de sua política de segurança pública. Lula disse que seu governo vai criar o Ministério da Segurança Pública.
"Vamos levar em conta que não podemos ultrapassar os limites dos estados, que é quem cuida da segurança pública estadual, que é quem manda na Polícia Militar. Mas a gente vai criar um ministério para trabalhar junto com os governos de estado para cuidar das nossas fronteiras, combater o crime organizado nas fronteiras, o narcotráfico, a importação de armas", disse Lula.
O candidato acrescentou que a política de segurança pública de seu governo também contará com assistência pública, aumentando a presença do estado nas comunidades.
Atualmente, o governo tem a pasta da Justiça e Segurança Pública em uma só.
Na transmissão, Lula também foi questionado sobre algumas polêmicas e fake news divulgadas sobre sua campanha, como, por exemplo, o fechamento de igrejas. Ele lembrou que durante seu governo foram criadas a Lei da Liberdade Religiosa e a Marcha com Jesus. "Sou católico, sou batizado, sou crismado, fui até coroinha na igreja da vila carioca", disse Lula. "Alguém dizer que eu vou fechar igrejas é de uma cretinice, de uma maldade, de uma ignorância de tal magnitude que às vezes a gente não acredita, mas tem gente que fala."
Lula também falou sobre o plano de seu governo para a cultura. Ele afirmou que pretende recriar o Ministério da Cultura, criar comitês culturais em cada capital e voltar a ter políticas de incentivo a atividades culturais. "O Brasil tem artistas excepcionais que se morassem no exterior estariam ganhando muito dinheiro. Aqui são desprezados porque tem um governo que não gosta de cultura", disse.
Roberto Jefferson
Lula também criticou duramente o ex-deputado Roberto Jefferson, preso no último domingo (23). Antes de se entregar, Jefferson atacou os policiais federais com tiros de fuzil e granadas de efeito moral, deixando dois profissionais feridos.
"Ofendeu a ministra Cármen Lúcia [do Supremo Tribunal Federal, STF], xingou de tudo quanto é nome, e hoje voltou a xingar no depoimento. Ou seja, uma falta de respeito total", afirmou o ex-presidente.
Lula lembrou ainda um episódio na Copa do Mundo de 2014, quando a ex-presidente Dilma Rousseff foi vaiada e xingada no jogo de abertura.
"Eu fiquei em casa horrorizado, com a falta de respeito com uma mulher, que era uma instituição, porque a Presidência da República é uma instituição. Você pode não gostar, mas você tem que respeitar a instituição", afirmou.
Segundo Lula, nesta eleição, "o que está em jogo é se a gente quer restabelecer a civilidade" ou "continuar com essa barbárie".
"O que aconteceu com o sr. Roberto Jefferson é que ele deveria ter sido preso. A Polícia Federal, inclusive, na minha opinião, não agiu corretamente. Foi condescendente com ele", afirmou, citando o vídeo vazado em que um policial é cordial com Jefferson mesmo após o ataque.
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