14/01/2023

“Hoje tenho mais medo de perder a minha luta do que a minha vida”, diz Hildegard Angel


Jornalista deu um forte depoimento de rechaço à tentativa de golpe de Estado bolsonarista na TV 247. Assista

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(Foto: Ederson Casartelli | Marcelo Camargo/Agência Brasil)
 

247 - A jornalista Hildegard Angel deu um forte depoimento durante a estreia do ‘Morde e Assopra’, novo programa da TV 247, à luz da tentativa de golpe de estado bolsonarista do dia 8 de janeiro. Hilde recordou da luta contra a ditadura militar e expressou sua profunda indignação com o mais recente, e mais grave, atentado à democracia brasileira. 

“Mesmo na ditadura eu demorei para entender que aquilo era um projeto de estado. Durante muito tempo eu achei que aquilo era um projeto de um grupo num gueto do mal que havia se assenhoreado do país para fazer maldades, mas que havia pessoas boas. Eles têm que nos provar isso agora… Nós não estamos mais para botinadas. Não podem mais abrir a porta da República brasileira aos botinões para tomar o país para si. O que é isso? Quais são as suas especializações para, como vimos agora, oito mil cargos civis, cargos técnicos, cargos de especialistas entregues a pessoas que não tinham essa especialização, que eram das forças militares. Talvez algumas até tivessem, mas em geral não eram. Em nome de que? De perpetuar o Bolsonaro no poder? E não houve um militar que visse isso, que se insurgisse contra isso? Não vamos ser coniventes com isso, com a deterioração de todas as áreas do país para perpetuar o Bolsonaro no poder e para perpetuar os militares no poder. A pátria não foi feita para isso. Nenhuma pátria no mundo foi construída para isso. Nós temos dignidade, nós temos história, nós temos ambições pessoais. Não quero voltar a ser um cordeirinho durante 21 anos, não quero. Não quero voltar a ser mansa, não quero. E se me perguntarem o que eu tenho mais medo de perder, se é a minha vida ou se é a minha luta, eu digo que tenho medo de perder a minha luta”, disse Hilde.

 
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“O que aconteceu domingo era tão esperado, era tão sábado. Eu vi o Joaquim de Carvalho entrevistar aquela senhora que estava organizando os ônibus para irem para Brasília. Ela foi tão clara nos seus objetivos: ‘vamos acabar com tudo!’. Havia objetivos tão claros. Como isso não foi levado às instâncias superiores? Como isso não foi levado. É o nosso país, são as nossas vidas, são as nossas construções, são os nossos anos de trabalho que foram e que virão a ser. Não podemos entregar isso de bandeja porque temos medo. Nós não temos medo, não temos mais tempo para ter medo”, finalizou a jornalista do 247, emocionada.

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