O grupo Sarkis, de Juscelino e Simão Sarkis, fechou diversos negócios com os governos federal e do Distrito Federal durante as gestões de Jair Bolsonaro e Ibaneis Rocha
247 - O grupo pertencente à família do empresário que vendeu a mansão de R$ 6 milhões ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) obteve no mesmo período da transação um empréstimo de R$ 1 milhão no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), um contrato com o Banco de Brasília e licença para mineração, informa reportagem da Agência Sportlight.
"No dia 6 de julho de 2020, a Sarkis Empreendimentos, do grupo Sarkis, obteve um empréstimo de R$ 1 milhão no BNDES. Tendo o Banco de Brasília (BRB) como instituição financeira para concessão do crédito. Alguns meses depois, Flávio Bolsonaro obteve um financiamento de R$ 3,1 milhões do mesmo BRB para comprar uma mansão no Lago Sul, Brasília. Em 2 de fevereiro, a operação foi liberada. Foi quando o filho do então presidente da República adquiriu a propriedade de Juscelino Sarkis, primogênito de Simão Sarkis, patriarca do grupo e sócio da Sarkis Empreendimentos. Valor anunciado de R$ 6 milhões. A venda da casa foi através da imobiliária RVA Construções e Incorporações, do herdeiro", diz o texto.
Sarkis fez mais negócios com o governo federal e com o governo do Distrito Federal ao longo das gestões de Jair Bolsonaro (PL) e Ibaneis Rocha (MDB), respectivamente.
Em 5 de Setembro de 2022, a Sarkis Mineração, também de Juscelino Sarkis, fechou contrato com o BRB referente a compra de brita para execução da pista do autódromo da capital federal no valor de R$ 1.102.500. Durante o governo Bolsonaro a empresa obteve 8 processos de licenças de mineração na Agência Nacional de Mineração, ligada ao Ministério de Minas e Energia.
A mansão comprada por Flávio é luxuosa: conta com academia, brinquedoteca, piso e varandas em mármore, cortina automatizada na sala, sauna integrada à piscina, área gourmet, churrasqueira e forno de pizza. "Diversas reportagens publicadas na ocasião mostraram que, de acordo com a escritura, o valor avaliado da propriedade era maior que o pago pelo senador: R$ 6,15 milhões. Foram pagos à vista R$ 2,87 milhões. Os R$ 3,1 milhões restantes foram financiados em 360 meses pelo BRB, com taxa de juros nominal de 3,65% ao ano. Um valor abaixo da inflação, que ficou em 4,52% em 2020. Outra controvérsia na ocasião se deu porque o senador tinha R$ 28.307,68 de renda e sua mulher, R$ 8.650. A prestação consumiria 49% dos ganhos do casal. O valor somado das rendas de Flávio e da mulher (R$ 36.957,68) era menor que o mínimo exigido pelo banco para a aprovação de financiamentos nessas condições. De acordo com o simulador disponível no site do BRB, seria necessária renda mensal de, pelo menos, R$ 46.401,25".
Procurados, Flávio Bolsonaro, Jair Bolsonaro, Ibaneis Rocha e o Grupo Sarkis não se manifestaram.
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