23/02/2023

São Sebastião acumula 37 condenações na Justiça para dirimir riscos em áreas ocupadas nas encostas

 


Sentenças determinam que o município regularize, leve serviços básicos e reduza riscos para quem mora nestas áreas

www.brasil247.com - Felipe Augusto
Felipe Augusto (Foto: TV Vanguarda/Reprodução)
 

247 - Cidade mais atingida pelas chuvas no litoral de São Paulo, São Sebastião acumula 37 condenações na Justiça nos últimos três anos. As sentenças determinam que o município regularize, leve serviços básicos e, assim, reduza riscos de áreas ocupadas nas proximidades de encostas da Serra do Mar. 

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O temporal dos últimos dias já matou 48 pessoas, sendo 47 de São Sebastião. Hoje, o prefeito da cidade é Felipe Augusto (PSDB).

A Prefeitura de São Sebastião estima que pelo menos 7,1 mil famílias vivem em imóveis que precisam de regularização, o que representa 25% dos 31,1 mil domicílios da cidade, segundo dados de 2020 da Fundação Seade.

De acordo com reportagem do Estado de S. Paulo, nas sentenças contra a cidade, "juízes concluem que houve omissão 'histórica' das gestões municipais nas últimas décadas. As decisões apontam 'descaso governamental com direitos básicos' e põem em dúvida queixas de São Sebastião sobre a falta de recursos para atender a população em áreas de risco".

"Os magistrados cobram urgência da administração para regularizar essas áreas. Boa parte das decisões teve trânsito em julgado e está em fase de cumprimento imposto pela Justiça à prefeitura. 'Está claro que os moradores dos assentamentos irregulares não vivem em boas condições. Habitam locais inadequados, sem mínima estrutura. Não são beneficiados com serviços públicos indispensáveis. Submetem-se a risco de enchentes e deslizamentos', aponta uma das decisões", complementa.

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As ações que culminaram nas condenações foram movidas pelo Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente no Litoral Norte do Ministério Público de São Paulo. Foram 43 ações contra o município para regularizar 52 áreas. Destes processos, apenas um foi extinto sem julgamento de mérito. Cinco ainda não foram julgados. 

O Ministério Público argumenta que a prefeitura não tem “qualquer política efetiva, séria e comprometida com a regularização fundiária das áreas ocupadas irregularmente, seja da população de baixa renda ou não”. 

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