30/04/2023

BETH SAHÃO LANÇA FRENTE EM DEFESA DAS UNIVERSIDADES E INSTITUTOS DE PESQUISA



da liderança do PT na alesp

 POR FERNANDO CALDAS

O lançamento da Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Públicas e Institutos de Pesquisa, coordenada pela deputada Beth Sahão,  reuniu nesta quarta- feria, 26/4, representantes das universidades públicas estaduais e federais, de institutos de pesquisas, escolas técnicas, pesquisadores, lideranças de classe, entre outros. O objetivo da frente é mobilizar o setor e abrir diálogo com o governo do Estado e com a sociedade sobre a importância e o papel a da ciência em prol do desenvolvimento tecnológico, inovação, inclusão e elevação da qualidade de vida das pessoas.

A deputada Beth Sahão, que propôs a reedição deste fórum, alertou para a necessidade de o segmento organizar sua capacidade de luta e de resistência. Ela lembrou dos ataques sofridos na gestão do ex-governador João Doria, que extinguiu e fundiu institutos de pesquisas, fragilizando o setor de ciência, pesquisa, tecnologia, ensino e inovação.

“É fundamental que haja investimentos públicos, valorização dos profissionais da área e abertura de concursos públicos nas universidades e nos institutos de pesquisa, pois há uma defasagem de mão-de-obra, provocadas pela desorganização do setor, falta de concursos e aposentadorias dos servidores destas instituições”, explicou Sahão.

Deputada Beth Sahão

A deputada defendeu a elaboração de  um cronograma de trabalho ao longo do ano. “A agenda de atividades da frente parlamentar será feita a cada 15 ou 20 dias, às quintas-feiras, em colaboração com os cientistas, pesquisadores, diretores e servidores das universidades e dos institutos de pesquisa públicos”, pontuou.

Segundo a geógrafa, pesquisadora do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT) e presidente da Associação dos Trabalhadores do IPT, Ros Marie Zenha, a iniciativa contribui para fortalecer o sistema de ciência, tecnologia e inovação de São Paulo, que é composto pelas universidades públicas federais, as estaduais e os institutos públicos de pesquisa.

“O Parlamento paulista tem poder para preservar a ciência e produzir conhecimento, na perspectiva de combater a pobreza, desigualdade e combate à miséria”, complementou Zenha.

Beth Sahão destacou que os institutos de Agronomia e Economia Agrícola, como o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), dão suporte para toda a produção agrícola, principalmente para os pequenos e médios agricultores. “Há também as universidades que são produção pura de conhecimento e precisam estar sempre recebendo recursos do governo do Estado de SP, para ter flexibilidade financeira, a fim de investir em infraestrutura, custeio com pessoal e insumos”, ressaltou.

Conforme a diretora nacional da União Nacional dos Estudantes (Une), Julia Köpf, a frente é um espaço importante de formulação de ideias sobre os trabalhos realizados nas universidades e tudo aquilo que está sendo produzido.

“As cotas, a qualidade do ensino, o sucateamento das universidades públicas, o passe-livre, os bandejões, a moradia digna dos estudantes e o desgaste na imagem da universidade pública são algumas das temáticas a srem discutidas”, exemplifica Köpf.

A bióloga Patrícia Bianca Clissa, pesquisadora do Instituto Butantan, presidente da Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC), disse que o setor apresentou uma pauta de reivindicações que vai da luta contra extinção de institutos, reposição de quadro de pessoal (pesquisadores e setor administrativo), política salarial e realização de concursos.

O congelamento dos recursos públicos para o setor foi mencionado pela deputada, que lembrou que desde 1995, o Estado repassa o mesmo percentual de 9,57% da cota parte do ICMS para o setor. “A Unesp, por exemplo, tem campi espalhadas pelo interior do Estado, cresceu em número de estudantes, de unidades, mas os montantes de recursos não aumentaram”, apontou Beth Sahão. A deputada ressaltou ainda que é favorável que a pesquisa científica faça  parceria com o setor privado. “Mas o interesse público tem que estar em primeiro lugar”, defendeu.

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