Professora afirmou que tragédias como a de Blumenau são fruto da cultura de ódio implantada pelo bolsonarismo
247 – A filósofa e professora Marcia Tiburi concedeu uma entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, em que discutiu a relação entre a violência, o discurso de ódio e o fascismo no Brasil. A entrevista foi realizada em decorrência do crime ocorrido na creche Bom Pastor, em Blumenau, em que quatro crianças foram assassinadas por Luiz Henrique Lima. Segundo Tiburi, esse crime pode ser caracterizado como um crime político, pois está conectado ao ódio que se espalhou pelo país, com o bolsonarismo.
Tiburi afirma que falar em surto psicótico pode ajudar o assassino a se livrar do dolo num processo penal, mas o que existe é uma orquestração do delírio. Para ela, o fascismo também é um jogo de linguagem, e os engenheiros do caos manipulam as pessoas mais frágeis para disseminar seu discurso de ódio.
A cultura armamentista foi fomentada por Bolsonaro, segundo Tiburi, e o mentor intelectual do fascismo no planeta, Steve Bannon, apareceu na Folha de São Paulo, jornal que ela acusa de colaborar com o fascismo. Ela defende a urgência em desarmar a população brasileira e afirma que a imprensa deveria assumir um compromisso contra o discurso de ódio. "É preciso desarmar a população e implantar uma cultura de paz no Brasil", diz ela.
Tiburi também aborda a importância da educação e afirma que, sem um ensino médio consistente, o país corre o risco de criar novos fascistas. Para ela, seria necessário promover uma grande discussão sobre a violência nas escolas e paralisar as aulas por uma semana para que isso fosse realizado.
A misoginia estrutural também é um tema abordado por Tiburi, que aponta que quatro mulheres são mortas por dia no Brasil. Para ela, o discurso de ódio contra as mulheres é uma das principais causas desse problema.
Por fim, Tiburi critica a imprensa por dar espaço a discursos fascistas e sensacionalistas, destacando a responsabilidade dos veículos de comunicação na disseminação do ódio. Para ela, o editorial da Folha de São Paulo foi uma autodeclaração de fascismo, e o MBL foi o primeiro grupo de agitação fascista que surgiu no Brasil.
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