Estrategistas do Goldman Sachs projetam que o dólar pode cair a R$ 4,80 em 12 meses
247 - Com o presidente Lula (PT) de volta ao poder, a entrada de dólares no Brasil tem sido expressiva neste primeiro trimestre do ano, registrando saldo positivo de US$ 12,524 bilhões, o maior desde 2012, conforme dados do Banco Central. O segmento comercial é o principal responsável pelo resultado, com entrada de US$ 12,512 bilhões, enquanto o fluxo financeiro teve entrada de US$ 12,1 milhões, publica o Valor Econômico. Esse movimento foi impulsionado pelo superávit recorde de US$ 16,1 bilhões na balança comercial brasileira do início do ano até o fim de março.
A economista Iana Ferrão, do BTG Pactual, projeta que, se a diferença entre o fluxo comercial e o saldo comercial embarcado permanecer até o fim do ano, haverá uma entrada de cerca de US$ 30 bilhões de abril a dezembro. Além disso, a expectativa é de que a safra de soja impulsione ainda mais o fluxo cambial nos próximos meses.
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Apesar do cenário favorável, o BTG Pactual manteve a projeção para a taxa de câmbio no fim do ano em R$ 5,30 por dólar, mas indicou possibilidade de uma valorização do real. “Com um fluxo comercial para o Brasil favorável, a implementação de um arcabouço fiscal aprimorado e medidas críveis de aumento de receita, que apontam para a responsabilidade fiscal, em conjunto com o avanço de reformas estruturais importantes, como a reforma tributária do consumo (IVA), tenderiam a levar a um câmbio mais apreciado este ano”, diz Ferrão.
Embora o viés positivo para o câmbio deva continuar no curto prazo, para que haja uma apreciação sustentável da moeda é preciso que as incertezas fiscais se dissipem, defende a economista Julia Passabom, do Itaú Unibanco, que vê um caminho positivo para o fluxo cambial à frente.
O desempenho surpreendente do real no início de 2023 é notável, pois a moeda tem apresentado uma valorização mais forte em relação ao dólar do que outras moedas. Além disso, houve movimentos significativos em posições cambiais na B3, incluindo o dólar futuro, dólar mini e cupom cambial, que ajudaram a impulsionar o real nos últimos dias. Investidores estrangeiros venderam US$ 2,87 bilhões em posições compradas em dólares até 6 de abril, enquanto fundos locais aumentaram suas posições vendidas em dólares em US$ 1,43 bilhão.
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De acordo com os estrategistas do Goldman Sachs, o real deixou de ser o "atrasado" e passou a liderar o desempenho das moedas em relação ao dólar na semana passada, graças à apresentação do novo marco fiscal pelo governo Lula. “Mesmo que possa continuar a haver algum ruído enquanto a regra é discutida, o fato de que provavelmente haverá alguma restrição contra o desequilíbrio fiscal consistente relaxou o que era uma restrição importante para os ativos locais no Brasil, em nossa opinião.” Para eles, o real continua bem posicionado em relação a alguns desenvolvimentos globais, como a reabertura da economia chinesa e o aumento dos preços do petróleo. “Além disso, em nossos exercícios, o real ainda incorpora algum prêmio de risco relevante e, portanto, tem espaço para apreciação".
O Goldman Sachs manteve suas projeções para o dólar em relação ao real, esperando que a moeda americana fique em R$ 4,90 em um horizonte de três meses, R$ 4,85 em seis meses e R$ 4,80 em 12 meses.
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