Mauricio Funes foi condenado por envolvimento com grupos ilícitos e violação de deveres, segundo o procurador-geral. No entanto, ele reside na Nicarágua
247 - O ex-presidente de esquerda de El Salvador Mauricio Funes foi condenado a 14 anos de prisão por lidar com gangues durante seu governo, disse o procurador-geral de El Salvador nesta segunda-feira (29). "O ex-presidente Mauricio Funes foi condenado a 14 anos de prisão e David Munguia Payes, ex-ministro da Segurança Pública e Justiça, foi condenado a 18 anos de prisão", disse o comunicado, publicado no Twitter.
O procurador-geral, Rodolfo Delgado, disse que os dois “trocaram suas vidas em troca de favores eleitorais, agindo como membros de gangues”. Mauricio Funes foi condenado por envolvimento com grupos ilícitos e violação de deveres, por ter, segundo a denúncia, facilitado uma trégua com gangues durante seu mandato.
Munguia Payes, além dessas acusações, também foi considerado culpado de cometer atos arbitrários. Ele foi preso pela primeira vez em 2020 por suspeita de associação ilícita e outros crimes ligados ao acordo de trégua entre gangues com o objetivo de reduzir os homicídios em troca de benefícios não revelados às organizações criminosas.
"Os envolvidos em negócios de bastidores às custas do sangue dos salvadorenhos foram condenados a pagar na prisão pelos danos causados à sociedade", disse o ministro da Justiça, Gustavo Villatoro, no Twitter.
O ex-presidente, que governou de 2009 a 2014 e mora na Nicarágua, recebeu a cidadania nicaraguense em 2019. A constituição da Nicarágua determina que nenhum cidadão pode ser extraditado. Funes se tornou o segundo presidente salvadorenho condenado por violar a lei durante seu mandato de 2009 a 2014. Em 2018, seu antecessor, Tony Saca, foi condenado a 10 anos de prisão após se declarar culpado de desviar mais de US$ 300 milhões em fundos estatais.
El Salvador vive há mais de um ano em estado de emergência declarado pelo governo do presidente Nayib Bukele. A medida, que levou à prisão de mais de 68 mil pessoas supostamente membros de gangues, é amplamente popular entre os salvadorenhos por conta da melhoria na segurança pública, mas foi criticada por grupos de direitos humanos citando prisões arbitrárias, tortura e mortes de prisioneiros sob custódia. Dados oficiais mostram que 5 mil dos presos foram libertados, já que as autoridades não encontraram ligações com grupos criminosos. (Com Reuters).
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