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Ruralistas da CPI do MST não vislumbram conseguir maioria para relatório do réu Ricardo Salles, que tenta criminalizar o movimento. Entenda
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Rede Brasil Atual - A CPI do MST rasteja rumo a um final melancólico para a extrema direita. Contudo, eles não pretendem cair sem tentar ferir o direito dos movimentos sociais. Após ausência de materialidade para as acusações dos extremistas e ruralistas contra os sem-terra, eles também perderam maioria na comissão. Como resultado, o relatório que seria votado hoje (26) foi suspenso. Com previsão de retomada nos próximos dias, até sexta, existem riscos de que o documento sequer passe pelo escrutínio dos deputados.
Trata-se de uma manobra do núcleo de poder da CPI, comandado pelo presidente Zucco (Republicanos-RS) e também por Ricardo Salles (PL-SP), relator. O relatório de Salles já é previsto desde antes do início dos trabalhos. Ele tentará culpar os movimentos sociais por crimes que a CPI não conseguiu provar. Entre os indiciados está, por exemplo, o ex-membro do MST José Rainha. A expectativa é que os ruralistas tenham, no máximo, 13 votos, o que significa um empate. Sem maioria, o relatório cai.
RELATÓRIO PARALELO - Ironicamente, quem de fato é réu por crimes contra o meio ambiente é Salles. Ele responde a processo por envolvimento com madeireiras ilegais no Pará. Contudo, a sanha dos extremistas neste “circo”, como definem os movimentos sociais, não deve parar. Zucco prepara um “relatório paralelo”. Trata-se de um pacote de medidas que ele pretende encaminhar ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), com objetivo de dificultar a luta constitucional pela reforma agrária. A proposta, inclusive, abre brecha para classificar ocupações como terrorismo.
A CPI DO MST - Em contrapartida, o MST prossegue em uma campanha de esclarecimento sobre as atividades deste que é um dos maiores movimentos sociais do mundo. O movimento pede para que os parlamentares “zelem pelos princípios republicanos e democráticos, para que se impeça (…) a propagação de mentiras, do ódio, da violência e da discriminação e perseguições inúteis”.
Para isso, inclusive, eles tocam um abaixo-assinado que já conta com mais de 63 mil adesões. Entre os signatários, nomes como Luis Fernando Veríssimo, Carol Proner, Kenarik Boujikian, Eduardo Moreira e Chico Buarque. “Há uma clara intencionalidade de criminalizar o MST, os movimentos do campo e também movimentos de luta pela moradia na cidade. A constituição brasileira garante o legítimo direito de organização de todas as categorias de trabalhadores e da realização de diferentes formas de mobilização na luta por seus direitos históricos”, afirma o texto.
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