06/10/2023

Moro autorizou Tony Garcia a espionar membros do Judiciário, revela despacho que está nas mãos do ministro Dias Toffoli

 



brasil 247

Ex-juiz da Lava Jato também autorizou o empresário a ter auxílio da PF para espionar integrantes do STJ e do TRF-4. Sergio Moro pode perder o mandato e ser preso

Montagem (da esq. para a dir.): Dias Toffoli, Sergio Moro e Tony Garcia
Montagem (da esq. para a dir.): Dias Toffoli, Sergio Moro e Tony Garcia (Foto: ABR | Reprodução)
 

Moro autorizou Tony Garcia a espionar membros do Judiciário, revela despacho que está nas mãos do ministro Dias Toffoli · Ouvir artigo
0:00
-4:23

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 na comunidade 247 no WhatsApp e siga o canal do Brasil 247 no WhatsApp.

PUBLICIDADE

Por Rafa Santos, Conjur - O ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil) justificou, em despacho, a utilização de grampos pelo delator Tony Garcia, para investigar pessoas ligadas ao Superior Tribunal de Justiça, Tribunal Regional Federal da 4ª Região e desembargadores.

O despacho está anexado à petição que pede que o ministro Dias Toffoli reconheça a parcialidade do ex-juiz Sergio Moro nos processos envolvendo o empresário.

Moro autorizou que Garcia tivesse à disposição escutas ambientais e corporais, além do auxílio de agentes da Polícia Federal para espionar integrantes do STJ e do TRF-4.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

"Os fatos relatados pelo acusado são bastante graves e, em relação a eles, pouco se vislumbram outras possibilidades probatórias senão através de delação premiada e escutas telefônicas e ambientais", escreve Moro ao justificar a autorização dos grampos.

Na decisão, Moro definiu que a autorização das escutas ambientais teriam prazo indefinido e até o necessário para o cumprimento do acordo, mas em princípio não se estendendo além de seis meses. Quanto aos grampos telefônicos, ele decidiu que a autoridade policial deveria apresentar relatórios a cada 15 dias, requerendo a renovação da diligência.

O então juiz cita como fundamentos da sua decisão a fala de um membro da operação "mani pulite", a Mãos Limpas, que ocorreu na Itália; e decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos que admite a validade de interceptação de conversas -- que, como se sabe, não produz efeitos no território brasileiro.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Antes de ser afastado da 13ª Vara Federal de Curitiba, o juiz Eduardo Appio enviou cópias do processo relativos as autoridades com prerrogativa de foro ao gabinete do ministro Ricardo Lewandowski.

Na decisão, o magistrado destacou os fortes indícios de prática delitiva na atuação de Moro e integrantes do Ministério Público Federal.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Por meio de nota, o senador se manifestou. Veja:

A investigação citada ocorreu entre 2004 a 2006, há quase 20 anos, quando era outra a prática e a jurisprudência.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

O acordo feito pelo MPF com Tony Garcia justificou-se para viabilizar a indenização de cerca de 4.500 consorciados lesados pelo Consórcio Garibaldi.

As investigações posteriores resultaram em processos contra advogado que vendia influência em tribunais sem envolvimento de magistrados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário