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Rivaldo Barbosa escreveu bilhete pedindo "pelo amor de Deus" que o ministro do STF autorizasse a oitiva
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247 - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, determinou que a Polícia Federal (PF) colha o depoimento de Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, no prazo máximo de cinco dias. Barbosa está preso desde 24 de março, acusado de planejar o homicídio da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e de proteger os mandantes do crime. A informação é do jornal O Globo.
A decisão de Moraes atende a um pedido direto de Barbosa, que, na semana passada, enviou um bilhete ao ministro no verso de uma intimação judicial, solicitando que fosse ouvido pelos investigadores. “Ao Exmo. Ministro, por misericórdia, solicito que V.Exa. faça os investigadores me ouvirem, pelo amor de Deus”, escreveu Barbosa no bilhete entregue dentro da Penitenciária Federal de Brasília.
Além de Barbosa, também foram alvos de mandados de prisão preventiva no dia 24 de março Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ). No último dia 10, ambos foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), mas negam as acusações.
Barbosa já havia solicitado, há cerca de um mês, que fosse ouvido pela PF, alegando que, mesmo com ordem judicial, ainda não tinha sido interrogado. O ex-chefe da Polícia Civil fluminense também pediu que sua esposa fosse ouvida pela PF, em meio a alegações de que ela teria usado empresas de fachada para lavar dinheiro e atuar como “testa de ferro” de Barbosa. Os advogados de Barbosa, Marcelo Ferreira de Souza e Felipe Dalleprane, enviaram documentos ao STF afirmando que não há provas de práticas ilícitas nas atividades empresariais de Erika, esposa de Barbosa.
A delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, firmada com a PF e a PGR, aponta que, no segundo trimestre de 2017, Chiquinho Brazão demonstrou grande insatisfação com a atuação de Marielle Franco na Câmara Municipal do Rio. Segundo Lessa, os irmãos Brazão buscavam a regularização de um condomínio em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, para especulação imobiliária, sem respeitar critérios de área de interesse social. Segundo a PGR, “a ordem para executar os homicídios foi dada por Domingos e Chiquinho” e os dois defendiam os interesses de milícias “junto às instituições de Estado”.
“Nos depoimentos, Lessa ainda relatou que Barbosa foi uma peça-chave para que os homicídios fossem consumados a mando dos Brazão. Ao delegado, caberia garantir uma espécie de imunidade aos envolvidos, ou seja, de alguma forma o inquérito que se sucederia não poderia chegar nos responsáveis pela empreitada criminosa”, destaca a reportagem.
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