15/08/2024

Com aumento da oferta, diminui o tempo de procura por um novo emprego no Brasil

 

Agência Gov | Via IBGE


Em novo recorte, Pnad Contínua, do IBGE, mostra que caiu mais de 10% o tempo de espera e procura por uma nova colocação. Fenômeno ocorre em todas as regiões

Agência Gov | Via IBGE
15/08/2024 09:00
Com aumento da oferta, diminui o tempo de procura por um novo emprego no Brasil
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Desocupação cai mais de 10% em todas as faixas de tempo de procura, mostra a Pnad Contínua

No segundo trimestre de 2024, verificou-se a diminuição, em mais de 10%, da espera por uma nova colocação no mercado de trabalho. O grupo dos que buscavam trabalho por menos de um mês teve redução de 10,2%, o dos que procuravam trabalho de um mês a menos de um ano diminuiu 11,0%, o contingente dos que buscavam trabalho por um ano a menos de dois anos recuou 15,2% e a faixa com maior tempo de procura (dois anos ou mais) teve a maior redução percentual: 17,3%.

Além disso, o número de pessoas que buscavam trabalho por dois anos ou mais recuou para 1,7 milhão, seu menor valor, para um segundo trimestre, desde 2015. Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, o crescimento da ocupação tem refletido positivamente entre os que buscam trabalho, à medida que passam a registrar menor tempo de procura. "O crescimento da demanda por trabalhadores em várias atividades, como comércio e serviços de baixa ou alta complexidade, tem contribuído para a retração desse tempo de procura. Como exemplo, nesse segundo trimestre de 2024, o contingente de pessoas que buscavam trabalho por dois anos ou mais atingiu seu menor valor para um segundo trimestre, desde 2015."

Os resultados foram divulgados nesta quinta (15) pelo IBGE, que fez novo recorte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua referente a julho de 2024. A mesma Pnad-C já havia demonstrado que taxa de desocupação no segundo trimestre de 2024 caiu para 6,9%, recuando um ponto percentual (p.p.) frente ao primeiro trimestre e chegando ao seu menor valor para um segundo trimestre desde 2014 (6,9%).

Outro novo recorte apresentado pelo instituto é que a queda da desocupação acontece na maioria das unidades da federação e, nas demais, houve estabilidade. Esse recuo na taxa de desocupação do País foi acompanhado por 15 das 27 Unidades da Federação (UF).

Cresce o rendimento médio

O rendimento médio da população ocupada também cresceu. No segundo trimestre de 2024, frente ao trimestre anterior, o rendimento médio real da população ocupada cresceu nas regiões Sul (R$ 3.528) e Nordeste (R$ 2.238), com estabilidade nas demais. Já em relação ao mesmo trimestre de 2023, o rendimento médio cresceu no Sul, Nordeste e Sudeste (R$ 3.627), com estabilidade no Norte (R$ 2.508) e Centro-Oeste (R$ 3.641).

Estimada em R$ 322,6 bilhões, a massa de rendimento médio real de todos os trabalhos do país cresceu nas duas comparações: frente ao trimestre anterior (R$ 311,8 bilhões) e também ao 2º trimestre de 2023 (R$ 295,4 bilhões). Frente ao 1º trimestre de 2024, a massa de rendimento cresceu em todas as grandes regiões, exceto no Centro-Oeste, que apresentou estabilidade. Entre as cinco grandes regiões do país, o Sudeste tinha a maior massa de rendimento real (R$ 165,0 bilhões) no 2º trimestre de 2024.

Estabilidade da oferta é o cenário mais modesto

Adriana Beringuy observa que queda na taxa de desocupação em nível nacional no segundo trimestre de 2024 também foi observada regionalmente, com 15 unidades da federal registrando queda significativa desse indicador, sendo os destaques Piauí e Bahia, onde a retração foi superior a dois pontos percentuais. Vale ressaltar que nos estados onde a queda não foi estatisticamente significativa, o panorama foi de estabilidade. mas com ligeiro recuo. "Dessa forma, nenhum estado apresentou aumento da taxa de desocupação na comparação com o primeiro trimestre de 2024."

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As quedas na desocupação foram menores em algumas regiões. As maiores taxas foram de Pernambuco (11,5%), Bahia (11,1%) e Distrito Federal (9,7%) e as menores, de Santa Catarina (3,2%), Mato Grosso (3,3%) e Rondônia (3,3%). Além das 15 unidades da federação com quedas nessa taxa, as outras 12 não mostraram variações estatisticamente significativas no indicador.

Santa Catarina tem a menor taxa de informalidade

A taxa de informalidade para o Brasil foi de 38,6% da população ocupada. As maiores taxas ficaram com Pará (55,9%), Maranhão (55,7%) e Piauí (54,6%) e as menores, com Santa Catarina (27,1%), Distrito Federal (29,8%) e São Paulo (31,2%). Para a analista do IBGE, “As regiões Norte e Nordeste possuem taxas de informalidade maiores que a média nacional. Isso decorre da maior presença de trabalhadores por conta própria sem registro no CNPJ e, mesmo entre os empregados, de uma menor cobertura da carteira assinada”.

A taxa de informalidade da população ocupada é calculada considerando-se os empregados no setor privado e os empregados domésticos sem carteira de trabalho assinada, além dos empregadores e trabalhadores por conta própria sem registro no CNPJ e dos trabalhadores familiares auxiliares.

Taxa de desocupação das mulheres é de 8,6% e a dos homens, 5,6%

A taxa de desocupação por sexo foi de 5,6% para os homens e 8,6% para as mulheres no segundo trimestre de 2024. Já a taxa de desocupação por cor ou raça ficou abaixo da média nacional para os brancos (5,5%) e acima para os pretos (8,5%) e pardos (7,8%).

A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (11,5%) foi maior que as dos demais níveis de instrução. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 7,1%, quase o dobro da verificada para o nível superior completo (3,6%).

Mais sobre a pesquisa

A PNAD Contínua é a principal pesquisa sobre a força de trabalho do Brasil. A cada trimestre, dois mil entrevistadores integrados às mais de 500 agências da rede de coleta do IBGE visitam uma amostra de 211 mil domicílios, percorrendo cerca de 3.500 municípios situados nas 27 unidades da federação do país.

Em função da pandemia de COVID-19, a partir de 17 de março de 2020 o IBGE implementou a coleta por telefone na PNAD Contínua. Em julho de 2021, a coleta da pesquisa voltou a ser presencial.

É possível confirmar a identidade dos agentes de pesquisa no site Respondendo ao IBGE, ou via Central de atendimento (0800 721 8181), conferindo a matrícula, RG ou CPF do entrevistador, que podem ser solicitados pelo informante.

Os dados desta pesquisa também podem ser consultados no Sidra . A próxima divulgação da PNAD ContínuaTrimestral, referente ao terceiro trimestre de 2024, será em 22 de novembro.

Link: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/41018-desocupacao-recua-em-15-unidades-da-federacao-no-segundo-trimestre-de-2024

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