18/10/2024

DENÚNCIA: cobrador hostiliza crianças e educadores que iam para USP de ônibus



 DENÚNCIA

Andar pela cidade, junto com meninos e meninas é, para além do cumprimento do currículo da cidade, da efetivação da carta das cidades educadoras, é uma militância pelo direito das crianças à cidade.
Hoje, infelizmente, durante uma saída para participarmos do seminário "Territórios na praça: o espaço público e a educação nas periferias", que foi organizado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, que celebrava os atravessamentos que a Emei Gabriel Prestes realiza no território, fomos hostilizadas pelo cobrador da linha 702U-Cidade Universitária, por, segundo ele, estarmos lesando a empresa por colocarmos crianças em ônibus de linha sem pagar passagem (que a idade deles não paga mesmo) e que estávamos sendo irresponsáveis por economizar dinheiro não contratando um ônibus fretado, pois ônibus de linha não é lugar pra criança andar.
Discutimos com o cobrador, apontando que estávamos indo à USP justamente contar sobre os desafios de garantir acesso e participação de crianças na cidade com pessoas como ele que querem as crianças apartadas por quatro paredes da sociedade.
Ficamos pensando no currículo oculto aprendido por meninos e meninas ao presenciarem tal agressão contra suas professoras e familiares que acompanhavam a saída.
Mesmo com tantos anos ocupando a cidade, ainda há pessoas que pensam nas crianças como seres que atrapalham, que devem estar em nichos para elas, que não precisam ter seus direitos garantidos, como o de ir e vir, como participar da vida da cidade, como cidadão ativo e participativo na sociedade.
Apesar disso, ver meninos e meninas ocupando a "escola de adultos", falando na mesa, juntos com pesquisadores, sobre como é andar pela cidade, não tem preço!
Saí da USP como aluna e retorno como professora da infância, ocupando a FAUUSP com crianças de 4-6 anos, para participar como palestrante sobre andanças na cidade. Dia lindo e cansativo!
E a denúncia terá o devido encaminhamento, pois é inadmissível, para uma cidade que se diz educadora, agredir crianças por estarem exercendo seu direito à cidade, ao ir e vir e ao acesso a equipamentos culturais que ela ela dispõe.
Assim seguimos...

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