02/11/2024

[MT] Protesto em Cuiabá reúne comunidades contra o fechamento de escolas




da CNTE

 Sintep/Jangada e comunidade escolar das escolas estaduais Luiza Soares Boabaid e Maximiana Nascimento cobram compromisso dos deputados estaduais com a causa

Publicado: 31 Outubro, 2024 - 16h18 | Última modificação: 31 Outubro, 2024 - 16h31

Escrito por: Redação Sintep-MT

"É um absurdo o que o governo está fazendo, fechar escolas nessas comunidades é romper com a organização cultural e social dessas pessoas. A mudança só favorecerá a evasão, além do fim da educação de jovens e adultos, pois os idosos não se deslocarão para outro espaço”, disse a presidente da subsede do Sintep/Jangada, Célia Aparecida, durante protesto, nesta quarta-feira (30/10), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, em Cuiabá, com participação de membros das comunidades das escolas estaduais Luíza Soares Boabaid, Nova Jangada, e Maximiana do Nascimento, Minhocal, no município de Jangada (70 km da capital).

Francisco Alves/ Sintep-MTFrancisco Alves/ Sintep-MT

A visita à Casa de Leis sensibilizou o deputado e primeiro secretário da ALMT, Max Russi, que promoveu uma reunião, no período da tarde, entre os dois diretores das escolas e membros da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso. Esse comprometimento também se refletiu na sessão plenária, onde o deputado Wilson Santos expressou publicamente seu apoio às reivindicações das comunidades escolares.

As defesas apresentadas destacam a relevância das escolas, o sentimento de pertencimento pela comunidade escolar. São referências na história de vida dos moradores, estudantes e profissionais. Aliás, a relação entre esses personagens se confunde. A professora de Língua Portuguesa é mãe da pedagoga, que trabalha hoje na escola e já foi aluna. O sobrinho está na mesma unidade é filho da irmã e também professora. 

Francisco Alves/ Sintep-MTFrancisco Alves/ Sintep-MT

Caio, de 9 anos, estudante da EE Luiza Soares Boabaid, fala sobre o vínculo com a escola. “Eu tenho alguns colegas que estudam comigo desde o ‘pré’, não quero que a minha escola feche. Eu amo a escola. Eu uso a quadra para jogar futebol, eu quero crescer naquela quadra, quero ser um jogador de futebol e mostrar para as crianças que nós podemos ser o que quisermos”.

Assim como Caio, a mãe da estudante Isadora, do terceiro ano do Ensino Fundamental, da EE Maximiana do Nascimento, Ilde Jocilene da Silva, também se manifestou questionando a falta de coerência do fechamento da unidade e transferência dos alunos para unidades horas de distância das residências. “Não tem respaldo esse fechamento, ninguém explica direito o porquê. A escola anunciada para receber esses alunos é muito longe, muito tempo no ônibus, sem contar que a Maximiana é referência na comunidade”, relata.

Francisco Alves/ Sintep-MTFrancisco Alves/ Sintep-MT

“Fechar a escola é uma regressão. O governador está mandando nossas crianças atravessarem uma BR, chamada de rodovia da morte. Ele está matando o sonho de muitas pessoas que estudam ali, e que não tiveram a chance de estudar antes, porque era muito difícil. Educação é para todos’, desabafa Égina da Glória Gomes da Silva, 54 anos, uma das estudantes da EJA que será prejudicada pelo fechamento da escola.

O presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, não pôde estar presente no ato por motivo de agenda fora do estado, mas mandou um recado, não apenas para a situação de Jangada, mas para todas as escolas que estão na lista divulgada pelo governo para encerrar atividades. “Precisamos pressionar e mobilizar os deputados, Ministério Público Estadual sobre essas decisões que são feitas entre quatro paredes na Seduc-MT e que impactam na vida de milhares de estudantes e famílias, em todo o estado, bem como, para os prejuízos trazido sobre a Educação de Jovens e Adultos”, concluiu.

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