É o terceiro
resultado anual mais elevado da indústria nos últimos 15 anos, ficando atrás
apenas de 2010 e 2021. Desempenho do emprego e da renda impulsionaram o setor
Agência Gov | via IBGE
05/02/2025 12:05
Agência Paraná de Notícias
Problemas com o
câmbio, no último trimestre, diminuíram o ritmo do setor, sem comprometer
melhor resultado em 15 anos
No índice acumulado no ano de 2024, o setor
industrial brasileiro avançou 3,1%, depois de variar 0,1% em 2023. É o terceiro
resultado anual mais elevado da indústria nos últimos 15 anos, ficando atrás
apenas de 2010, quando registrou índice de 10,2%, e 2021, com taxa de 3,9%,
resultado inserido no contexto de recuperação da pandemia após o setor sofrer
queda de 4,5% em 2020. Vale destacar que o crescimento de 2021 foi precedido de
um recuo de 7,1% em 2009.
O gerente da PIM destaca que o resultado de 2024
foi bastante disseminado, com as 4 grandes categorias econômicas e 20 dos 25
ramos industriais apontando expansão na produção. Em 2021,18 das 25 atividades
registraram taxas positivas.
“De modo geral, o crescimento do setor industrial
em 2024 pode ser entendido a partir de alguns fatores, como o maior número de
pessoas incorporadas pelo mercado de trabalho, a queda na taxa de desocupação,
aumento na massa de salários e o incremento no consumo das famílias,
beneficiado pelos estímulos fiscais, maior renda e a evolução na concessão do
crédito”, explica André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal
(PIM), do IBGE, divulgada nesta quarta, com dados de dezembro.
As principais influências positivas no total da
indústria foram registradas por veículos automotores, reboques e carrocerias
(12,5%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (14,7%),
máquinas, aparelhos e materiais elétricos (12,2%), produtos alimentícios (1,5%)
e produtos químicos (3,3%).
Mesmo com um retrato de 2024 mostrando um resultado
positivo mais elevado do que o verificado em anos anteriores, os três últimos
meses do ano foram marcados pela redução de ritmo, com uma perda acumulada de
1,2% nesse período. O movimento de três quedas consecutivas - outubro (-0,2%),
novembro (-0,7%) e dezembro (-0,3%) - não ocorria desde fevereiro-abril de
2021, quando a perda acumulada foi de 5,3%.
“Essa perda de dinamismo da indústria no último
trimestre guarda uma relação com a redução nos níveis de confiança das famílias
e dos empresários, explicada, em grande parte, pelo aperto na política
monetária, com o aumento das taxas de juros a partir de setembro de 2024, a
depreciação cambial, impactando os custos, e a alta da inflação, especialmente
de alimentos”, analisa Macedo.
Dezembro
Já o índice de média móvel trimestral para o total
da indústria mostrou variação negativa de 0,4% no trimestre encerrado em
dezembro de 2024 frente ao nível do mês anterior, após registrar 0,0% em
novembro, 0,3% em outubro e -0,2% em setembro.
Entre as grandes categorias econômicas, ainda em
relação ao movimento deste índice na margem, bens de consumo semi e não
duráveis (-1,8%) assinalou a taxa negativa mais elevada em dezembro de 2024 e
marcou o quarto mês seguido de queda, período em que acumulou perda de 3,8%. O
setor produtor de bens de capital (-0,6%) também mostrou resultado negativo
nesse mês e interrompeu três meses seguidos de crescimento, período em que
acumulou ganho de 2,8%. O setor produtor de bens de consumo duráveis assinalou
variação nula (0,0%) nesse mês, após registrar taxas negativas em novembro
(-0,3%) e outubro de 2024 (-0,1%). Por outro lado, o segmento de bens
intermediários (0,2%) apontou o único resultado positivo em dezembro de 2024 e
manteve a trajetória ascendente iniciada em maio de 2024.
A produção industrial variou -0,3% em dezembro de
2024, terceiro mês consecutivo de resultados negativos na produção, após
registrar taxas de -0,7% em novembro e -0,2% em outubro. Com o resultado, a
produção industrial se encontra 1,3% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro
de 2020); mas ainda está 15,6% abaixo do nível recorde alcançado em maio de
2011. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada hoje (5) pelo
IBGE.
“Observa-se perfil disseminado de taxas negativas
no índice desse mês, alcançando 3 das 4 grandes categorias econômicas e 15 dos
25 ramos industriais pesquisados. As principais influências negativas foram
assinaladas por máquinas e equipamentos, com queda de 3,0%, interrompendo dois
meses consecutivos de resultados positivos, e produtos de borracha e de
material plástico, registrando recuo de 2,5% e marcando a segunda queda seguida
na produção”, pontua o gerente da PIM, André Macedo.
Por outro lado, Macedo destaca que, entre as 8
atividades industriais que apontaram crescimento na produção, os principais
impactos positivos em dezembro de 2024 foram assinalados por indústrias
extrativas e pelo setor de bebidas, com o primeiro segmento marcando o segundo
mês seguido de crescimento, enquanto o ramo de bebidas interrompeu quatro meses
consecutivos de taxas negativas.
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