Reunião de Sherpas e de grupos de trabalho do BRICS avançam agenda da presidência brasileira com foco em cooperação no Sul Global, transição energética, segurança alimentar e inovação na educação.
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A 1ª Reunião de Sherpas (como são chamados os negociadores-chefes) do Brics inaugura semana de debates entre 25 e 26 de fevereiro. Os representantes indicados pelos governos dos 11 países membros do grupo se reunem no Palácio Itamaraty, em Brasília, para discutir os dois eixos principais da presidência brasileira do Brics: Cooperação do Sul Global; e Parcerias Brics para o desenvolvimento econômico-social.
Além do encontro entre sherpas, representantes de finanças e dos bancos centrais dos países do grupo realizam a primeira reunião de forma híbrida. Oficiais de energia e de educação se reúnem na sede do Brics Brasil, nos dias 24 e 25 de fevereiro, por videoconferência. Para encerrar a semana de debates, nos dias 27 e 28, os Grupos de Trabalho de Agricultura e de Emprego também promovem reuniões on-line.
O termo sherpa é inspirado na etnia do mesmo nome, originária do Nepal, que por dominar os caminhos de montes como o Himalaia são os preparadores das trilhas a serem utilizadas por alpinistas. No caso do Brics, são os negociadores indicados pelos chefes de Estado de seus países para construir as pautas dos diálogos, preparar as agendas e buscar consensos para serem levados à Cúpula do Brics, que ocorre no Rio de Janeiro, em julho, sob a presidência do Brasil. O representante do governo brasileiro é o diplomata Maurício Lyrio.
Reunião de Sherpas
A semana abre com o encontro de sherpas líderes dos países do Brics que conduzem as discussões e os acordos para a Cúpula de Líderes do Brics. Com o lema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”, os representantes dos onze países membros debaterão temas que visam a promover uma ordem mundial mais justa e multipolar, de acordo com as prioridades da presidência brasileira.
Comitê de Energia
Nos dias 24 e 25, o Comitê de Altos Funcionários de Energia do Brics debaterá o fortalecimento da cooperação entre os países membros no setor energético. O grupo reconhece a importância de abordar a mudança do clima, promovendo transição energética sustentável, justa e inclusiva, com foco em inovação tecnológica, acesso à energia e redução das emissões de carbono.
Grupo de Trabalho de Educação
O grupo de trabalho sobre Educação se reúne para debater formação técnica e profissional, pesquisa e inovação, transformação digital e reconhecimento mútuo de qualificações, nos dias 24 e 25. Além disso, no último dia de reunião, o Ministério da Educação do Brasil promove ainda o seminário “Adoção Ética e Inclusiva de IA: Compartilhando Padrões”, por videoconferência.
Finanças e Bancos Centrais
No dia 26 de fevereiro, representantes de Finanças e dos Bancos Centrais se reúnem para debater governança global, infraestrutura resiliente ao clima, bem como cooperação tributária internacional. As prioridades do grupo incluem o fortalecimento da cooperação financeira e econômica entre os membros do Brics, ao mesmo tempo em que contribuem para uma arquitetura financeira global mais inclusiva e sustentável.
Grupo de Trabalho e Emprego
Nos dias 27 e 28, o grupo se reúne pela segunda vez, para continuar os debates sobre Inteligência Artificial e o Futuro do Trabalho e Impactos da Mudança do Clima e Transição Justa. A presidência brasileira do Brics propõe a elaboração de relatórios e estudos pela Rede Institutos de Pesquisa do Brics, alinhados aos desafios da transformação digital e da mudança do clima.
Grupo de Trabalho de Agricultura
O grupo sobre Segurança Alimentar, Produção Agrícola Sustentável e Comércio do Brics propõe debates com ênfase na cooperação entre os países membros, nos dias 27 e 28. O objetivo é promover práticas sustentáveis, inovação tecnológica e comércio justo, alinhando-se aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e às metas do Acordo de Paris.
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