01/04/2011

Bônus de professor cai pela metade neste ano

Cristiane Gercina
do Agora
A Secretaria de Estado da Educação gastou 48% menos para pagar o bônus aos professores e servidores da área neste ano. Os gastos totais ficaram em R$ 340 milhões, em 2011, contra os R$ 655 milhões pagos em 2010.
Segundo a Educação, 190 mil educadores tiveram direito à grana extra neste ano, contra 209.833 em 2010.
O Bônus da Educação foi depositado ontem na conta dos servidores das escolas que melhoraram o seu desempenho no Idesp (Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo).
Teto de AMA cai e atendimento é improvisado
Léo Arcoverde
do Agora
Parte da AMA (Assistência Médica Ambulatorial) José Bonifácio 3, em Itaquera (zona leste), está interditada há cerca de dois meses por conta da queda do teto provocada pela chuva, segundo pacientes e funcionários da unidade. Desde então, a espera pelo atendimento --que antes não chegava a 30 minutos-- costuma passar de duas horas.
A queda do teto atingiu a recepção e salas como as de raios X e de inalação, que não estão sendo utilizadas. Com o portão da AMA fechado, usuários têm de entrar nela pela UBS (Unidade Básica de Saúde) José Bonifácio 3 --que fica em um prédio anexo-- e esperam ser atendidos em uma pequena sala da AMA.
A operadora de caixa Ana Carolina Nogueira, 25 anos, ficou ontem das 10h às 12h45 na AMA para o filho Rafael, 2 anos, ser atendido pelo pediatra da unidade. "Vim aqui porque meu filho estava passando mal em casa, vomitando. O atendimento é horrível. Faz dois meses que está tudo quebrado lá dentro por conta da chuva", reclama.
Tenho dito Apesar de uma ala do PMDB de São Paulo ainda insistir na indicação de nomes do partido para a Secretaria de Agricultura de Geraldo Alckmin, Michel Temer mandou avisar que não quer nenhum peemedebista no primeiro escalão tucano. O partido deve ficar com a Codasp, órgão que cuida das estradas rurais.
PSDB vai explorar alta da inflação em programa de TV
Partido quer marcar oposição comparando desempenho de Dilma com a gestão FHC, que pôs fim à hiperinflação


Tucanos também vão discutir a recondução do deputado Sérgio Guerra ao comando do partido; Serra é contra

VERA MAGALHÃES
ENVIADA ESPECIAL A BELO HORIZONTE

O PSDB vai usar os comerciais a que tem direito em maio para bater na tecla de que, quando governou o país, foi responsável pelo fim da inflação e para mostrar preocupação com sinais de "descontrole" nos preços.

A forma de abordar o assunto e a definição de outros temas a serem usados como bandeiras pelo partido serão definidos depois de ampla pesquisa que a cúpula tucana vai realizar em abril.
Os temas serão debatidos na reunião de amanhã entre o presidente da legenda, deputado Sérgio Guerra, e os oito governadores do partido, em Belo Horizonte.
Guerra participará da primeira parte do encontro dos governadores, que tratarão, ainda, de uma pauta de reivindicações dos Estados para o governo federal.
Anfitrião da reunião, o governador de Minas, Antonio Anastasia, evita associar o governo Dilma Rousseff o risco de volta da carestia.
"A preocupação com a inflação é permanente no PSDB e em qualquer pessoa em sã consciência", disse ele ontem, antes do velório do vice-presidente José Alencar.
No Relatório Trimestral de Inflação, divulgado na quarta-feira, o Banco Central reduziu de 4,5% para 4% a previsão do crescimento da economia do país neste ano. A instituição afirmou que poderá alcançar em 2012 a meta de inflação de 4,5%.
A estimativa do BC para o IPCA, principal índice de preços, neste ano subiu de 5% para 5,6% -dentro do teto para a meta de 6,5%.
Para Anastasia, o governo Dilma tomou medidas para conter a alta de preços. O tucano acha que, por ora, a situação é de "sinal amarelo, não vermelho". "É mais um alerta", afirmou.
Martelar o fato de ter sido o partido que domou a inflação, no entanto, é visto pela direção do partido como uma maneira de o PSDB definir um discurso.
"Vou apresentar a pesquisa aos governadores, ouvir suas opiniões e organizar a comunicação do partido, que está muito errática", disse Sérgio Guerra.

POLÍTICA INTERNA
Na reunião de sábado, os tucanos também vão discutir a recondução de Sérgio Guerra ao comando do partido. O ex-presidenciável José Serra se opõe, mas a proposta tem o apoio do senador Aécio Neves -que também estará presente ao encontro.
Setores do partido capitaneados pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tentam costurar o consenso.
Conforme informou ontem o "Painel", uma das ideias em debate é, além da criação de um conselho político, fazer um rodízio na presidência do partido.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po0104201104.htm
Unido a Kassab, vice de Alckmin perde espaço
Julien Pereira/Fotoarena

O governador Geraldo Alckmin brinda com café com deputados e prefeitos, em Suzano

DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

O vice-governador de SP, Guilherme Afif Domingos, começa a pagar o preço por seguir o prefeito Gilberto Kassab no projeto de fundar um novo partido, o PSD, cuja principal missão é inaugurar uma terceira via política em São Paulo e furar a polarização PT-PSDB no Estado.
Afif, que acumula a chefia da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, perdeu o controle do Conselho Estadual de Petróleo e Gás Natural para a Secretaria de Energia, do tucano José Aníbal.
O órgão -cuja principal função é acompanhar o cumprimento de metas de atividades relacionadas à extração de petróleo em SP- era subordinado à pasta de Afif.
A transferência de chefia, determinada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), foi publicada ontem no "Diário Oficial". O governo nega que a mudança tenha motivação política.
A assessoria do governador afirma que a transferência do conselho estava prevista desde a transição. Procurado pela Folha, Afif não quis falar sobre o assunto.
A criação do PSD preocupa Alckmin. A nova sigla servirá para dar palanque a Kassab nas eleições para o Palácio dos Bandeirantes. O projeto desagrada ao governador, que não descarta a reeleição.
Ainda esta semana Afif quase perdeu outro espaço: um assento na Câmara de Desenvolvimento Metropolitano, lançada ontem por Alckmin para coordenar ações de infraestrutura na região.
A secretaria de Afif constava no projeto original como integrante do órgão, mas foi substituída pela Secretaria da Fazenda.
Ciente da troca, o vice-governador conversou anteontem com o secretário da Casa Civil, Sidney Beraldo (PSDB), e disse que estava sendo isolado. O diálogo surtiu efeito. O governo decidiu abrigar as duas pastas.
Edson Aparecido, secretário de Desenvolvimento Metropolitano e coordenador-executivo do novo órgão também negou motivação política para a reinclusão de Afif. "A secretaria chefiada pelo Afif estava no projeto desde o início", disse.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po0104201106.htm
DÍVIDA PÚBLICA
Pagamento de juros pelo governo bate recorde no primeiro bimestre


DE BRASÍLIA - O pagamento de juros da dívida pública foi recorde no primeiro bimestre da gestão Dilma Rousseff.
Os R$ 38,4 bilhões pagos por União, Estados, municípios e estatais foram os maiores para o período da série histórica iniciada pelo Banco Central em 2001.
A alta da inflação e dos próprios juros estão entre os motivos desse aumento.
A taxa média da dívida está praticamente no mesmo patamar do início da gestão Lula, apesar de a taxa básica (Selic) ter caído pela metade.
Isso se deve à mudança no perfil da dívida brasileira. A parcela corrigida pela inflação, por exemplo, mais que dobrou e responde hoje por quase 35% dos juros pagos.
Houve também aumento na parcela da dívida corrigida pela Selic. Assim, apesar de a taxa ter caído, o governo tem uma dívida maior indexada a ela para pagar.
A economia do setor público para reduzir a dívida, o chamado superavit primário, cresceu um pouco menos que os juros no bimestre, mas teve melhora em relação aos últimos dois anos.
A poupança já representa 22% da meta de R$ 117,9 bilhões fixada para 2011, ante 15% em igual período de 2010.
No mês passado, o superavit primário foi de R$ 7,9 bilhões, recorde para meses de fevereiro. Estados e municípios economizaram juntos R$ 4,7 bilhões, maior montante desde 1991.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po0104201109.htm
MICRO E PEQUENA EMPRESA
Governo envia para o Congresso projeto para criar novo ministério


DE BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff enviou ontem ao Congresso projeto de lei que cria a Secretaria da Micro e Pequena Empresa.
Com status de ministério, a criação do órgão é promessa de campanha de Dilma.
A decisão de mandar um projeto de lei (que precisa ser aprovado), e não uma medida provisória (de validade imediata), se deu pelo fato de o governo avaliar que a criação do ministério, apesar de importante, não é urgente.
A Folha apurou que Dilma quer evitar o excesso de MPs, além de jogar os gastos para o segundo semestre. Entre os cotados para assumir a pasta está Alessandro Teixeira, secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
Também serão consumadas nomeações e indicações para três agências reguladoras, entre eles a do ex-ministro Pedro Brito (Portos) para a Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários).
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po0104201115.htm
FOCO
Documentos da ditadura são expostos no Arquivo Nacional


RODRIGO RÖTZSCH
DO RIO

Envolvido em recente polêmica sobre a dificuldade de acesso a dados do período da ditadura militar, o Arquivo Nacional inaugura hoje, no Rio, a exposição "Registros de uma Guerra Surda", com 220 documentos da época.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, participará da cerimônia de inauguração, às 19h. A partir de segunda-feira, a exposição estará aberta ao público.
Entre os principais destaques da mostra estão os originais do Ato Institucional nº 5 e da ata da reunião do conselho de ministros que discutiu sua edição. Ambos serão expostos pela primeira vez.
A exposição traz também pareceres da censura contra composições de artistas.
A exposição é fruto do projeto "Memórias Reveladas", patrocinado por estatais como o Banco do Brasil, que reuniu um acervo de 16,8 milhões de páginas de arquivos estaduais e federais.
No fim do ano passado, o historiador Carlos Fico deixou a comissão de altos estudos do projeto por causa das dificuldades para acessar documentos que poderiam ferir a intimidade das pessoas por eles retratadas.
Para o diretor-geral do Arquivo Nacional, Jaime Antunes, a exposição demonstra a vontade da instituição de tornar públicos os arquivos.
Deve servir, ainda, de combustível para que o projeto de uma nova Lei Geral de Acesso à Informação, hoje parado no Senado, avance.
"Há que se buscar uma alternativa para tornar isso [o acesso aos arquivos] universal, embora a Constituição diga que são invioláveis a intimidade, a honra e a imagem das pessoas", disse.
Para o diretor do Arquivo Nacional, a lei serviria como instrumento de "transparência pública".
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po0104201117.htm
USP eleva bônus de aluno de escola pública
Quem estudou os ensinos fundamental e médio na rede terá aumento do benefício de 12% para 15% na Fuvest


Universidade também toma medidas a fim de reduzir a influência dos chamados "treineiros piratas" no vestibular
Pierre Duarte/Folhapress

Alunos protestam contra políticas de inclusão da USP durante reunião do Conselho de Graduação da universidade

PATRÍCIA GOMES
FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO

A USP decidiu que, a partir já do próximo vestibular, o bônus máximo de um aluno que estudou a vida toda em escola pública vai passar de 12% para 15% na Fuvest.
A decisão foi tomada ontem pelo Conselho de Graduação, que anunciou uma série alterações em seu sistema de bônus para alunos oriundos de escola pública.
Desde sua criação, os bônus eram pouco conhecidos e tinham alcance menor do que a universidade queria.
A partir de agora, todas as bonificações vão se basear no desempenho do concorrente na primeira fase da USP, composta por 90 questões de múltipla escolha.
A nova regra prevê que o aluno que tenha estudado a vida inteira em escola pública possa concorrer a bônus na Fuvest a partir do segundo ano do ensino médio.
Nessa série, o aluno fará a primeira etapa da USP e poderá obter um bônus de até 5%, que serão guardados para o ano seguinte. Mesmo quem não acertou nenhuma questão receberá 2%.
Já para o terceiro ano, o bônus pode chegar a 10% se o aluno acertar 60 questões ou mais, dois terços da prova.
Só neste vestibular, alunos do terceiro ano concorrerão a bônus de 15% por não terem feito prova no ano passado.
Apesar de o bônus total a alunos do segundo ano ser concedido para quem acertar metade da prova, educadores acham que o novo sistema dificulte a vida dos alunos, uma vez que impõe uma prova difícil a estudantes que ainda não viram todo o conteúdo do ensino médio.
Alunos que fizeram só o ensino médio em escola pública podem receber até 8% de bônus, em vez dos 9% em vigor até a prova passada.
O conselho decidiu também incluir, no momento da inscrição, uma autenticação de informações prestadas para tentar reduzir o efeito dos chamados "treineiros piratas" no processo seletivo.
O candidato que não está no terceiro ano do ensino médio, mas não se inscreveu na carreira destinada a ele, deverá assinar uma declaração abrindo mão de ser convocado para a matrícula. A Fuvest não sabe o que fazer com quem não quiser assinar.
Mas a medida não impede que os candidatos concorram a carreiras reais, o que infla a disputa dos cursos e atrapalha as chamadas.

MAIS ALTERAÇÕES
Outros assuntos, que podem endurecer as regras de entrada na USP já para o próximo vestibular, tiveram a discussão adiada para abril.
Serão analisados: 1) o aumento da nota de corte mínima de 22 para 27 pontos; 2) a diminuição do número de candidatos na segunda etapa; 3) a redução do número de perguntas na segunda fase; 4) a possibilidade de o candidato mudar de carreira a partir da terceira chamada; e 5) uso da nota da primeira fase no resultado final.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0104201101.htm
Governo vai adotar pedágio por km rodado nas estradas
Comissão deve concluir proposta em até 90 dias, que pode incluir a cobrança de tarifa por faixa horária


Meta é "menor custo" possível para o usuário, diz secretário; cabines manuais de cobrança serão banidas no Estado

JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO

O governo paulista vai exigir das concessionárias de rodovias que modernizem o sistema automático de pagamento de pedágios para permitir a cobrança por km rodado, por faixa de horário ou pelo peso do veículo.
A iniciativa está em resolução assinada na última terça-feira pelo secretário de Estado de Logística e Transportes, Saulo de Castro Abreu Filho, que cria uma comissão para definir, em 90 dias, os formatos das tecnologias.
Na resolução, Abreu diz que, entre as premissas, estão "garantir aos usuários o menor custo de utilização possível" e "reduzir os custos de operação e manutenção das concessionárias", além de permitir melhor controle do Estado sobre o sistema.
Hoje, há apenas o serviço Sem Parar, que tem aplicação limitada: só permite ao usuário não parar na cabine e não portar dinheiro.
Para se efetivar a cobrança por trecho percorrido, há, dependendo do modelo, a necessidade de se implantar dispositivos como chip em veículos, pontos de leitura do cartão em trechos da via ou controle de entrada e saída.
No Chile, por exemplo, há pórticos ao longo da via que leem o chip do veículo e mapeiam o seu trajeto. Na França, o sistema é o controle de entrada e saída do usuário. A Folha apurou que as novas concessões de rodovias já não terão cabines de pedágio -as atuais devem acabar.

REPERCUSSÃO
Em nota, a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias diz ser "compreensível que, após 11 anos, o governo queira atualizar o sistema, levando em consideração avanços tecnológicos." Para especialistas, a medida está atrasada, mas sua implantação é positiva.
"O pedágio não pode ser um gargalo no tráfego. A cobrança manual é um modelo que já tem mais de 40 anos", diz Luiz Célio Bottura, ex-presidente da Dersa entre 1984 e 1987.
"De cinco anos para cá, a gente já devia estar mergulhando nesse formato de cobrança", diz Adriano Murgel Branco, ex-secretário dos Transportes.
O movimento é o segundo de Geraldo Alckmin (PSDB) para reduzir críticas aos valores dos pedágios. Nas eleições, Alckmin prometeu revisar os contratos. No dia 25, a Artesp (agência reguladora de transportes de SP) aprovou a abertura de licitação para contratar a empresa que subsidiará o governo na revisão dos contratos em 18 meses.
Automatização é positiva, dizem especialistas
DE SÃO PAULO

Especialistas dizem que a automatização da cobrança de pedágio está atrasada, mas que sua implantação irá melhorar a vida do usuário e o funcionamento do sistema.
"O pedágio não pode ser um gargalo no tráfego. A cobrança manual é um modelo que já tem mais de 40 anos", diz Luiz Célio Bottura, ex-presidente da Dersa entre 1984 e 1987 na gestão de Franco Montoro.
Segundo ele, na época já se discutia a cobrança automática, mas o assunto avançou devagar porque "no governo as pessoas são bastante tímidas".
A sua ideia era implantar um sistema de créditos que daria ao usuário descontos à medida em que ele usasse o sistema. "O Sem Parar só beneficiou o arrecadador", critica.
"De uns cinco anos para cá, a gente já devia estar mergulhando nesse formato de cobrança por km", diz Adriano Murgel Branco, ex-secretário dos Transportes de Montoro.
Para ele, essa cobrança é mais justa. "O sujeito, às vezes, paga para ir à padaria. Com ela, dá para eliminar praças e reduzir congestionamentos e custos."
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0104201110.htm
Supremo adia decisão sobre a contratação de OS sem licitação
Para relator, atuação de entidades na gestão pública é "aberrante"


DE BRASÍLIA

Um pedido de vista do ministro Luiz Fux suspendeu ontem a análise de ação de inconstitucionalidade no STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a legalidade das Organizações Sociais.
O julgamento foi interrompido depois que o relator do caso, ministro Carlos Ayres Britto, acolheu parcialmente a ação, considerando inconstitucional parte da lei que criou essas entidades.
Britto defendeu que não pode haver dispensa de licitação para a celebração de contratos do governo com as OSs. Ainda não há data para a retomada do julgamento.
As OSs são entidades privadas sem fins lucrativos que prestam serviços públicos em saúde, educação, cultura, entre outras áreas. Atualmente, 300 entidades atuam em mais de 14 Estados e mais de 70 municípios.
Britto classificou de "aberrante" o sistema. "O Estado globalmente terceirizar funções me parece aberrante", disse. "Não se pode obrigar o Estado a desaprender aquilo que é sua função", afirmou.
A ação foi proposta pelo PT e pelo PDT em 1998, durante o governo do então presidente Fernando Henrique. Os dois partidos questionaram o modelo na época -hoje, administrações do PT adotaram o modelo.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0104201119.htm

SP reduz à metade bônus de professores

A bonificação paga ontem pela Secretaria Estadual da Educação aos professores da rede pública – determinada pelo desempenho dos alunos – caiu pela metade em relação ao ano passado. O valor pago a 190 mil funcionários, de 3.778 escolas – 75% das 5.019 unidades estaduais – foi de R$ 340 milhões. Em 2010, foram concedidos R$ 655 milhões.
A diminuição do valor pago se deve, principalmente, à queda do desempenho dos alunos no Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) e à grande rotatividade de professores.
Na comparação com o ano passado, o número de escolas que não receberam o bônus triplicou. Em 2010, 510 colégios (9,9% do total) ficaram sem a bonificação. Neste ano, foram 1.474 escolas, o que representa 29,1% da rede pública do Estado.
O cálculo do índice de cumprimento de metas corresponde à soma de quanto cada escola pública do Estado atingiu de sua meta de desempenho (leia mais ao lado).
Desempenho
As escolas do extremo da zona leste da capital têm as piores médias de desempenho de estudantes da cidade. A diretoria chamada Leste 2, que reúne 90 escolas de bairros como Itaim Paulista, Guaianases, Itaquera, Lajeado, São Miguel e Vila Curuçá, obteve 0,278 no índice de cumprimento de metas estabelecido pela pasta estadual da Educação.
O índice é cerca de metade do que obteve uma área nobre da própria zona leste – bairros como Belém, Tatuapé, Carrão e Vila Formosa conseguiram 0,469 – e bem abaixo da pontuação da chamada Norte 2. Essa última diretoria congrega escolas de bairros como Jaçanã, Mandaqui, Tremembé e Tucuruvi, que alcançaram 0,6 – o melhor desempenho da capital. A leitura geral dos dados mostra que, quanto mais periférico o bairro, mais baixo é o rendimento dos estudantes.
Interior
A menor média de desempenho foi mapeada no interior. A diretoria de ensino de Itararé, a cerca de 280 quilômetros da capital, conseguiu apenas 0,190 no índice. Sertãozinho também está no final da lista, com 0,201. Já a cidade de Taquaritinga foi a diretoria de ensino que conseguiu o melhor desempenho estadual. Lá, o índice alcançado foi de 0,823.
“A meta torna a escola mais objetiva, mas é preciso ver se o que pedem é plausível”, afirma Ocimar Avelarse, da Faculdade de Educação da USP.

Em um ano, Rodoanel Sul teve 2,3 mil carros com pane seca

Segundo concessionária, motoristas esquecem que via de 61,3 km não tem posto de combustível ou oficina mecânica

01 de abril de 2011 | 0h 00
Renato Machado e Rodrigo Burgarelli - O Estado de S.Paulo
Todos os dias, 74 veículos precisam ser socorridos no Trecho Sul do Rodoanel por problemas como pane seca, falhas mecânicas e pneu furado. No primeiro ano da via - completado exatamente hoje -, foram 25 mil casos.
Epitacio Pessoa/AE
Epitacio Pessoa/AE
Reboque. Ao todo, foram 25 mil falhas mecânicas na via
Mas a informação que mais chamou a atenção dos administradores da via é a grande quantidade de casos de pane seca no meio do caminho. Foram 2,3 mil automóveis que ficaram sem combustível e precisaram ser resgatados por guinchos e equipes de socorro - quase sete carros por dia.
O Rodoanel foi projetado como uma rodovia de classe zero - via expressa que não pode ter acessos para municípios e estabelecimentos comerciais. Por isso não há, ao longo dos 61,3 quilômetros do Trecho Sul, facilidades comuns nas demais estradas brasileiras, como restaurantes e postos de gasolina. Se somados os Trechos Sul e Oeste - os únicos em funcionamento - são mais de 100 km sem os serviços.
Os números de ocorrências registradas estão no balanço oficial da empresa Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa) dos primeiros 11 meses de funcionamento do trecho - a empresa deixou de ser a responsável pela via um mês antes do aniversário de um ano, quando a concessão passou para a iniciativa privada. Os dados mostram que 10,7 mil casos (43%) se referem a veículos que tiveram problemas mecânicos e elétricos. "Estamos há 20 dias administrando a rodovia e esse cenário permanece na nossa gestão", revela o diretor executivo da SPMar - que detém a concessão do Trecho Sul - Marcelo de Afonseca.
Dependendo da posição em que aconteceu o problema, os motoristas são levados para a Via Anchieta ou para a Rodovia Régis Bittencourt. A SPMar ainda é obrigada a notificar os casos de pane seca para o Comando de Policiamento Rodoviário, que autua os motoristas. A multa é de R$ 85,13 e resulta em quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Pneus. Outro caso recorrente - cerca de 2,5 mil registrados - são os furos de pneus. A maioria dos veículos que têm esse problema também precisa ser removida, pois não conta com os pneus reservas em bom estado. Além disso, o trecho registrou 650 acidentes durante o período analisado - quase dois por dia. Desse total, 20% foram considerados graves e houve 12 mortes.

Lucas de Abreu Maia, de O Estado de S. Paulo
Depois da polêmica gerada pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que foi acusado de racismo depois de uma entrevista ao programa CQC, da Band, foi a vez de Marco Feliciano (PSC-SP) causar rebuliço no Twitter com uma série de comentários contra africanos e homossexuais. “Africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé. Isso é fato”, tuitou na tarde desta quinta-feira, 31, o deputado, que é pastor evangélico. Em post anterior, Feliciano escreveu: “A maldição que Noé lança sobre seu neto, canaã, respinga sobre continente africano, daí a fome, pestes, doenças, guerras étnicas!”. Em um tweet que posteriormente foi removido, o deputado afirmou que a África sofre com a “maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, aids (sic)”.

Contra gays, o pastor tuitou: “Amamos os homossexuais mas abominamos suas praticas promiscuas!”.
Pelo próprio Twitter, Feliciano rejeitou as acusações de racismo: “Eu seria contra minha própria mãe se fosse racista”.
No início da semana, o deputado Jair Bolsonaro já causara polêmica ao responder a uma pergunta da cantora Preta Gil no programa CQC. Preta questionou qual seria a reação do deputado se seu filho se apaixonasse por uma negra. “Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco porque meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como, lamentavelmente, é o teu”, respondeu Bolsonaro. Posteriormente, ele se retratou e afirmou que havia interpretado a pergunta como qual seria sua reação se seu filho tivesse um relacionamento gay.
Leviandade. Em entrevista ao Radar Político, o deputado Marco Feliciano reagiu afirmando que acusá-lo de racismo é “uma leviandade” e que as manifestações contra ele “chegam a dar nojo”. “Esta é uma questão teológica”, disse o pastor, que recebeu mais de 200 mil votos nas eleições de 2010. Segundo ele, os descendentes amaldiçoados de Noé se estabeleceram na Etiópia, “ou seja, no Continente Africano”. Feliciano alega que a suposta maldição “não tem nada a ver com racismo”. “É uma questão teológica, uma maldição patriarcal antiquíssima que está na Líbia”, disse.
O deputado se disse perseguido na internet “por um grupo de homoafetivos”, que, segundo ele, distorcem suas palavras. “Eu tenho quase 30 mil seguidores. Entre eles, tem gente ameaçando a mim e a minha família de morte”, disse. “Tudo o que eu escrevo, eles fazem maldade.”
Feliciano não endossou as declarações de Jair Bolsonaro ao CQC: “Só tomei conhecimento hoje. Não tenho tempo para isso, mas espero que um ser humano não se disponha a falar o que ele disse”.
Na entrevista, o pastor evangélico atribuiu, ainda, tragédias recentes – como o terremoto no Japão – ao “fim dos tempos”. “Jesus disse que no fim dos tempos haveria guerras, fomes, pestes, terremotos por causa da promiscuidade e do pecado da humanidade. Claro que um homem sem fé vai atribuir o problema do terremoto [no Japão] às placas tectônicas, mas nós, cristãos, não somos regidos por isso”, afirmou.
Em nota, deputado Marco Feliciano diz que mensagens foram deturpadas
por Lilian Venturini
31.março.2011 19:28:13
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Em nota oficial encaminhada à imprensa na tarde desta quinta-feira, 31, o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) afirmou que o sentido das mensagens postadas em seu perfil no Twitter, entre esta quarta e quinta-feira, foi deturpado. Ao final do texto, o deputado declarou não ser homofóbico ou racista e disse estar sofrendo ameaças injustas. “Que fique bem claro aqui de uma vez por todas, NAO SOU HOMOFÓBICO. O que as pessoas fazem nos seus quartos não é do meu interesse”, disse.
Abaixo, a íntegra da nota:
“São Paulo-SP, 31 de março de 2011.
Após algumas horas de uma postagem na internet: AFRICANOS DESCENDEM DE ANCESTRAL AMALDIÇOADO POR NOÉ. ISSO É FATO. O MOTIVO DA MALDIÇÃO É A POLÊMICA. NÃO SEJAM IRRESPONSAVEIS TWITTERS rsss Fui alvo de milhares de pedradas, sapatadas, raquetadas, “twittadas”, e ainda virei matéria de mídias como UOL, etc.
O que gostaria aqui de explanar, explicar e logo depois DENUNCIAR é algo grotesco e absurdo!
Primeiro a Explanação:
Gn. 9:22-25 – E viu Cão, o pai de Canaã, a nudez do seu pai, e fê-lo saber a ambos seus irmãos no lado de fora. Então tomaram Sem e Jafé uma capa, e puseram-na sobre ambos os seus ombros, e indo virados para trás, cobriram a nudez do seu pai, e os seus rostos estavam virados, de maneira que não viram a nudez do seu pai. E despertou Noé do seu vinho, e soube o que seu filho menor lhe fizera.E disse: Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos.E disse: Bendito seja o SENHOR Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo. Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por escravo..
No texto acima temos a citação bíblica onde Noé amaldiçoa o descendente de Cão, ou seja, toda a sua descendência, pois Canaã era o mais moço. Canaã representa diretamente a descendência de Cão representando todos os seus filhos.
Gn.10:6 – E os filhos de Cão são: Cuxe, Mizraim, Pute e Canaã.
Acima vemos os filhos de Cão. Entre eles Cuxe. Veja abaixo a citação do Historiador Hebreu:
Flavio Josefo dá conta da nação de Cuxe, filho de Cam e neto de Noé : “Para um dos quatro filhos de Cam, o tempo não para toda a mágoa o nome de Cush; para a Etiópia , sobre o qual reinou, são ainda menos Neste dia, tanto por si e por todos os homens na Ásia , etíopes chamados. “(Antiquities of the Jews 1.6). ( Antiguidades dos Judeus 1,6).
Bem, citando a bíblia e a história, a veracidade sobre a postagem. AFRICANOS DESCENDEM DE CÃO, FILHO DE NOÉ.
Segundo a Explicação:
Como Cristãos, cremos em bênçãos e portanto não podemos ignorar as maldições. Recai sobre o homem o peso da lei, toda vez que por ele a lei é quebrada.
Ex.34:7 que conserva sua graça até mil gerações, que perdoa a iniqüidade, a rebeldia e o pecado, mas não tem por inocente o culpado, porque castiga o pecado dos pais nos filhos e nos filhos de seus filhos, até a terceira e a quarta geração”.
Alguns creem que tudo acontece aqui na “horizontal” da existência, tipo, problemas vem por culpa do governo, empresários, etc. Mas nós cristãos cremos que existem coisas que vem da “vertical”, ou seja, cremos que Deus governa o mundo. E sua palavra não volta atrás .
Todavia, também cremos que toda vez que o homem, a família, o país, entrega os seus caminhos ao Senhor, toda maldição é quebrada na cruz de Cristo!
Tem ocorrido isso no continente africano. Milhares de africanos, tem devotado sua vida a Deus e por isso o peso da maldição tem sido retirado, afinal esta escrito na palavra de Deus:
Is.10:27 – A unção despedaça o jugo!
Gl. 3:13 – Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;
Terceiro a DENUNCIA:
Desde o período das eleições, quando apresentamos ao povo evangélico as leis que tramitavam na Câmara, como a Pl. 122, comecei a receber ataques, ameaças, xingamentos, e outras coisas mais que não vale a pena citar aqui. Um dos seus representantes mais atuantes, um parlamentar eleito, ao assumir seu lugar em Brasília, chamou a imprensa e declarou guerra a bancada evangélica. Sou o Deputado Evangélico mais votado do País. Dai seus tiros contra mim, através dos seus asseclas que ficam no twitter a espreita, procurando alguém que possam denegrir. No twitter existe um grupo de homoafetivos que deturpam tudo o que digo, e dessa vez foram longe demais! Esparramando pela mídia uma matéria esdrúxula! Ja fui entrevistado hoje por muitos jornalistas, alguns sensibilizados por compreenderem do que se trata, outros irritados já me chamando de HOMOFÓBICO E RACISTA.
Alerta a comunidade evangélica! Estamos sob fogo cruzado! E é preciso uma ação coletiva de repudio a esses ataques e a essas infames insinuações, pois isso pode provocar o ódio, a cólera, a ira, e sabe Deus o que mais.
Recebi uma mensagem de ameaça de morte dizendo que estou na lista ao lado de pastores como Silas Malafaia e outros.
Conclamo a Mídia Cristã responsável, pois existem também no nosso meio cristão uma MIDIA MARROM, inescrupulosa, baixa, irresponsável e leviana, que se alimenta de especulações e fofocagens! Nesse momento não é o meu nome que está em jogo, nesse momento estão em jogo comigo MILHÕES DE CRISTÃOS QUE LUTAM PELA FAMILIA ASSIM COMO EU.
Que fique bem claro aqui de uma vez por todas, NAO SOU HOMOFÓBICO. O que as pessoas fazem nos seus quartos não é do meu interesse. Sou contra a promiscuidade que fere os olhos de nossos filhos, quer seja na rua, nos impressos, na net ou na TV. Respeito o ser humano, mas tenho o direito de ser respeitado também! NÃO SOU RACISTA! Sou Brasileiro com um sangue miscigenado, por africanos, índios e europeus. SOU CRISTÃO sim Senhor.
Peço oração a todo o povo cristão brasileiro, os que lutam pela família, os que amam ao Senhor, e os que me conhecem há tempos, e sabem que como todo brasileiro sou afro-descedente. Auxilio missionários no continente africano com sustento. E já estive por lá e bem sei da luta daquele sofrido povo. E oro por eles!
Um abraço fraterno naquele que quebrou todas as maldições, Jesus o Senhor!
Agradeço a toda mídia brasileira pelo respeito e apreço.
Pr. Marco Feliciano
Deputado Federal PSC-SP”

Desabastecimento de água ameaça 6 cidades

O relatório inclui nessa situação os municípios de Alumínio, Itu, Laranjal Paulista, Piedade, Pilar do Sul e Salto
Notícia publicada na edição de 01/04/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 9 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
Giuliano Bonamim
Seis cidades da região necessitam de novos mananciais para o atendimento da demanda de 2015. A constatação é da Agência Nacional de Águas (ANA), responsável pelo estudo sobre as necessidades urbanas, a disponibilidade hídrica das nascentes, a capacidade dos sistemas de produção e os serviços de coleta e tratamento de esgoto. O relatório, finalizado no ano passado inclui nessa situação os municípios de Alumínio, Itu, Laranjal Paulista, Piedade, Pilar do Sul e Salto. Juntos, reúnem uma população de 380.485 habitantes, segundo dados oficiais do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

O motivo da busca por um novo manancial é a insuficiência das disponibilidades hídricas superficiais ou subterrâneas nas seis cidades. Nessa mesma situação estão outros 68 municípios do estado de São Paulo. A boa notícia é a presença de Sorocaba entre as 414 cidades em condições satisfatórias com relação aos mananciais e sistemas produtores existentes. Juntos estão Araçoiaba da Serra, Tatuí, Tietê e Votorantim. As avaliações também indicam 154 sedes urbanas, que precisam de uma adequação dos sistemas de produção de água.

Os dados foram publicados no Atlas Brasil - Abastecimento Urbano de Água e revelam que, entre os 5.565 municípios brasileiros, 55% poderão ter déficit no abastecimento. Desses, 84% necessitam de investimentos para adequação de seus sistemas produtores e 16% precisam de novos mananciais. Um total de 3.059 municípios, que respondem por 73% da demanda por água do país, precisam de investimentos prioritários que totalizam R$ 22,2 bilhões. A conclusão do relatório mostra que as obras nos mananciais e nos sistemas de produção são fundamentais para evitar déficit no fornecimento de água nas localidades indicadas. Finalizadas até 2015, as obras podem garantir o abastecimento até 2025.

Segundo o prefeito de Sorocaba, Vitor Lippi (PSDB), a cidade é privilegiada por ter a Represa de Itupararanga como o seu principal manancial. "Mas temos as nossas preocupações, como a instabilidade das encostas por onde passam as adutoras, o aumento da população e o tratamento de esgoto", comenta. Lippi também ressalta a solicitação de recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) para a construção de uma estação de tratamento de água. O projeto vai permitir retirar a água do Rio Sorocaba, na região do Vitória Régia, com capacidade inicial de atender 100 mil habitantes.

Já o prefeito Herculano Júnior (PV) não concorda com a estimativa feita pela ANA. "Ainda não retiramos uma gota do ribeirão Piraí e tamos um projeto grande de volume de água bruta, importante para o crescimento da cidade e outras fontes ainda não exploradas", diz. O município utiliza com mais intensidade o manancial do Pirapitingui. Além dele, existem ainda as fontes do São José, Córrego Gomes, Braiaiá e Varejão. "O problema não é a água, mas sim a gestão dela", completa. O prefeito de Piedade, Geremias Ribeiro Pinto, diz que o governo já tem feito um estudo para analisar a potencialidade da água no município. "Usamos o Rio Pirapora como manancial, mas sabemos que precisamos fazer umas adequações para que a produtividade aumente", relata.

Alckmin visita obras da Toyota e autoriza implantação de acesso e marginal na Castello Branco

Marginal na rodovia será construída entre os kms 90 e 94 e deve ser entregue em 13 meses
Notícia publicada na edição de 01/04/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 001 do caderno B - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
Leandro Nogueira
O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) estará hoje em Sorocaba para assinar a autorização para implantação da marginal e o acesso ao Parque Industrial Toyota, na rodovia Castello Branco (SP-280). A visita prevista para as 12h30 estava confirmada na agenda do governador na noite de ontem. O evento será realizado no quilômetro 91, sentido interior-capital, da rodovia Castello Branco.
 
A marginal da Castello Branco será construída entre os quilômetros 90 e 94. A obra será imediata com previsão de ser entregue em 13 meses. O investimento será de R$ 38,4 milhões. De acordo com a assessoria de imprensa do Governo do Estado, até ontem à tarde não estava previsto nenhum novo anúncio durante a visita.
 
Antes da assinatura, o governador concederá uma entrevista ao vivo, às 8h30, por telefone, à rádio Cruzeiro FM, segundo divulga a emissora. A saída de São Paulo em direção a Sorocaba ocorre depois que Geraldo Alckmin sancionar a lei que reajusta os pisos salariais do Estado para R$ 600,00, R$ 610,00 e R$ 620,00. O ato está agendado para as 10h30, no Salão de Despachos, no Palácio dos Bandeirantes.
 
 
Pedido de Lippi
 
 
Essa obra foi pedida há dois meses pelo prefeito Vitor Lippi (PSDB). No dia 26 de janeiro o prefeito de Sorocaba participou de uma reunião na Secretaria de Estado dos Transportes com o assessor especial da pasta. Justificou que as implantações do Parque Tecnológico e da fábrica da Toyota aumentarão o tráfego de veículos de carga.
 
A criação do Parque Tecnológico de Sorocaba envolve uma série de investimentos da Prefeitura e do Governo do Estado, incluindo obras de infraestrutura e no sistema viário da região. No final do ano passado, a Prefeitura iniciou a pavimentação da antiga Estrada dos Fornecedores, que passará a se chamar rua Antônio Comitre. A via se interligará a pavimentação do trecho final da avenida Itavuvu, possibilitando o acesso à Castello Branco.
 
Em dezembro, o Governo do Estado autorizou à Prefeitura um repasse de R$ 6 milhões visando a construção do Núcleo Central do Parque Tecnológico, que funcionará como um centro de pesquisas destinado a empresas que buscam avançadas tecnologias.
 
 
Colunas estão em pé
 
 
As colunas do imóvel que abrigará a Toyota estão em pé e a área de pintura dos veículos está sendo coberta. Antes foram feitas a terraplanagem da área e pavimentadas as ruas de acesso à Toyota e às empresas sistemistas, que fornecerão peças a ela. Na edição do último domingo o Cruzeiro do Sul publicou que a fábrica em Sorocaba será a terceira montadora no país e a expectativa é que ali sejam montados cerca de 70 mil carros por ano.
 
O início das atividades está previsto para o ano que vem e parte dos funcionários estão em treinamento na planta da empresa situada em Indaiatuba, na margem da rodovia Santos Dumont (SP-75), a cerca de 70 quilômetros de Sorocaba. A fábrica em Sorocaba está sob o comando do presidente da Toyota Brasil, Luiz Carlos Andrade Júnior e o recém-empossado presidente da Toyota Mercosul, Shunichi Nakanishi.
 
 
11 sistemistas
 
 
No entorno da Toyota em Sorocaba funcionarão outras 11 empresas que fornecerão peças para ela, as chamadas sistemistas. Cinco delas já assinaram protocolos de intenções para instalar-se em Sorocaba: Scorpios Indústria Metalúrgica, TT Steel, Formtap, Toyota Boshoku do Brasil Ltda. e a Inergy do Brasil. Na quarta-feira o Cruzeiro do Sul publicou que a primeira sistemista totalmente nacional, a Scorpios Indústria Metalúrgica, investirá R$ 40 milhões e assinou o protocolo de intenções no dia anterior. O começo da produção está previsto para os primeiros meses do ano que vem e ela deverá criar inicialmente, 180 empregos diretos.

Valter Pomar: Sem esquecimento, sem perdão, sem temor

Data: 31/03/2011
O golpe de 1964 não é apenas passado, nem foi só obra de generais hoje aposentados e mortos. Quando um deputado diz ter saudade da ditadura, quando um candidato presidencial se alia a generais de pijama e a organizações de ultra-direita, quando um ditador é homenageado por uma turma de formandos de uma escola militar, quando um ministro diz que a Anistia impede a justiça de apreciar crimes contra a humanidade, não estamos diante de saudosismos inconsequentes. Estamos vendo e ouvindo uma parte da elite brasileira dizer o seguinte: quebramos a legalidade e algum dia poderemos voltar a quebrar. O artigo é de Valter Pomar.
por Valter Pomar, em Carta Maior
Muitos de nossos amigos latino-americanos não conseguem entender por qual motivo os governos brasileiros pós-ditadura pegaram tão leve com aqueles que romperam com a legalidade, sequestraram, torturaram, mataram e desapareceram.
Neste quesito, os governos pós-ditadura na Argentina, Chile e Uruguai foram muito mais efetivos no combate aos crimes das ditaduras, do que os governos Sarney, Collor, FHC e Lula.
Nossos amigos não entendem, e muitos de nós tampouco entendem, paradoxos como a convivência, no mesmo governo, de uma presidenta que foi presa e torturada, com um general para quem fato histórico é codinome para crime que merece ser perdoado. Ou de ministros que defendem a Comissão da Verdade, com outros para quem a Lei da Anistia imposta pela ditadura permite que autores de crimes contra a humanidade escapem de julgamento.
A persistência desta situação revela, mais do que a força da direita, a incapacidade que parte da esquerda tem de perceber os riscos que corremos ao agir desta forma. Afinal, o golpe de 1964 não é apenas passado, nem foi apenas obra de generais hoje aposentados e mortos.
O golpe de 1964 foi a resposta dada por uma parte da elite brasileira, contra um governo progressista. Foi uma das batalhas da guerra travada, ao longo de todo o século XX, entre as vias conservadora e progressista de desenvolvimento do capitalismo brasileiro.
A via conservadora é aquela que desenvolveu o capitalismo, preservando os piores traços de nosso passado escravista e colonial. A via progressista é aquela que buscou e busca combinar crescimento capitalista, com reformas sociais, democracia política e soberania nacional.
O golpe de 1964 foi executado por uma coalizão cívico-militar. Os militares foram o partido armado do grande empresariado, do latifúndio e dos capitais estrangeiros. Muitas das empresas envolvidas no golpe, ou que cresceram durante o período da ditadura, seguem atuantes. As Organizações Globo, por exemplo.
Hoje, prossegue a guerra entre aquelas duas vias de desenvolvimento. O governo Dilma, assim como o governo Lula, constituem expressões atuais da via progressista. E a campanha reacionária feita por Serra, nas eleições presidenciais de 2012, traduziu os sentimentos e os interesses dos legítimos defensores da via conservadora (alguns dos quais, é bom dizer, buscaram e encontraram abrigo do lado de cá).
Quando um deputado diz ter saudade da ditadura militar, quando um candidato presidencial se alia a generais de pijama e a organizações de ultra-direita, quando um ditador é homenageado por uma turma de formandos de uma escola militar, quando um ministro diz que a Anistia impede a justiça de apreciar crimes contra a humanidade, não estamos diante de saudosismos inconsequentes.
Estamos, isto sim, vendo e ouvindo uma parte da elite brasileira dizer o seguinte: quebramos a legalidade e algum dia poderemos voltar a quebrar; desconsideramos a voz das urnas e algum dia poderemos voltar a desconsiderar.
Uma esquerda que defende os direitos humanos de maneira consequente, deve lembrar que a impunidade dos torturadores de ontem, favorece os que hoje torturam presos ditos comuns. Uma esquerda que defende uma via eleitoral, tem motivos em dobro para ser implacável contra os que defendem a legitimidade de golpes. E uma esquerda que se pretende latinoamericanista precisa lembrar que o golpe de 1964 foi, em certo sentido, o início de um ciclo ditadorial que se espalhou por todo o continente.
E que ninguém ache que golpes são coisas do passado. Honduras, bem como as tentativas feitas no Equador e Venezuela, Bolivia e Paraguai, mostram que os Estados Unidos e parte expressiva das elites locais têm uma visão totalmente instrumental da democracia. E o reacionarismo atual de parte das chamadas classes médias não deixada nada a dever frente aquele que mobilizou, em 1964, as marchas com Deus, pela Família e pela Propriedade.
Por tudo isto, temos todos os motivos para dar o exemplo. Como nossos amigos de outros países da América Latina, não devemos temer, não podemos esquecer e não podemos perdoar.

* Valter Pomar é membro do Diretório Nacional do PT

Manobra nas CPIs de São Paulo evidencia falta de independência do Legislativo, dizem ativistas

Para movimentos que atuam no estado, é preciso recuperar a capacidade dos legisladores em promover a fiscalização do Poder Executivo
Por: Virginia Toledo e João Peres, da Rede Brasil Atual
Publicado em 31/03/2011, 18:19
Última atualização às 19:38
São Paulo – A manobra da base de Geraldo Alckmin na Assembleia Legislativa de São Paulo para evitar a instalação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) que pudessem constranger o governo estadual mostra a falta de independência dos legisladores brasileiros. Para ativistas de organizações que tratam de participação política e democracia na cidade, os deputados estaduais precisariam ter as funções rediscutidas.
“O Legislativo pode dar maioria a um governo ou a outro, mas precisa manter sua independência, sua dignidade enquanto tal”, ressalta Maurício Broinizi Pereira, coordenador da secretaria executiva do Movimento Nossa São Paulo, que avalia que o Legislativo precisa recuperar a capacidade de ser um fiscalizador do Executivo. “Tem-se uma cidade e um estado com sérios problemas em diversas áreas e a questão não é resolvida por má utilização de recursos públicos. É inadmissível."
Para Kazuo Nakano, arquiteto urbanista do Instituto Pólis, as CPIs, especialmente as dos legislativos estaduais, apesar de terem surgido com o objetivo de apurar denúncias e ouvir depoimentos, acabam sem poder para encaminhar demandas de punição a órgãos legais. As conclusões têm poucas possibilidades de serem entregues ao Ministério Público como pedido de ação.
O arquiteto acredita que, por isso, esses colegiados acabam caindo no descrédito. "Elas acabam servindo como palco para atores partidários ou institucionais com denúncias contra ou a favor, usando os veículos de comunicação de massa. Isso acaba desgastando muito esse instrumento", aponta. Segundo Nakano, quando as denúncias são mal feitas e as provas mal organizadas, a consequência é pior ainda para a imagem da Casa perante a sociedade. "Ou a não-consequência", ironiza o arquiteto.

Fila de CPIs

Neste mês, a base de Alckmin promoveu uma verdadeira corrida para garantir que não avançassem as investigações solicitadas pela oposição, em especial a respeito dos pedágios em rodovias concedidas pelo governo do PSDB. A instalação das CPIs se dá pela ordem em que os requerimentos de criação são protocolados. Caso fosse confirmada a regra, seria possível a instalação das comissões defendidas pela oposição, que colocou assessores em esquema de plantão no departamento responsável pelo protocolo.
Mas os aliados do governador alegaram que já haviam apresentado outros requerimentos externamente, o que levou à abertura de comissões para investigar implantes dentários, gordura hidrogenada e ensino superior privado. Reportagem da Rede Brasil Atual mostrou que dois dos nove requerimentos foram criados com base em textos copiados de páginas jornalísticas da internet e até mesmo no site da Fundação Procon, órgão de defesa do consumidor.
“Assuntos muito mais importantes deixaram de ser investigados. Morreram operários no Metrô de São Paulo. Tem denúncias de superfaturamento. Não podemos perder a capacidade de indignação com isso”, defende Broinizi.
Nakano lembra que as comissões parlamentares de inquérito deveriam oferecer maior rigor às denúncias na organização de provas e evidências. Tão importante, segundo o arquiteto, seria o acompanhamento de poderes competentes legalmente para apurar e julgar os casos. "Para que as conclusões não fiquem restritas a julgamentos partidários e de interesses pontuais, vazios e sem consequência nenhuma", defende.
O urbanista  acredita que as CPIs têm problema estruturais por trabalharem com um certo distanciamento em relação à sociedade, inclusive longe de setores mais organizados, o que explica a decisão de impor temas que não necessariamente são relevantes para a população.
 

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