01/04/2011

Estudo revela que seca de 2010 afetou área verde na Amazônia


Adital
 
Dados de um estudo patrocinado pela Agência Espacial Americana (Nasa) e que foi aceito para publicação na revista científica Geophysical Research Letters revelam que cerca de 2,5 milhões de quilômetros quadrados de área verde da Amazônia sofreram impactos com a seca ocorrida no ano passado na região. Rafael Cruz, membro da Campanha Amazônia do Greenpeace, chama atenção não só para eventos climáticos na área, mas também para desmatamentos e queimadas.
De acordo com o integrante do Greenpeace, ainda não é possível afirmar se existe relação direta entre a seca ocorrida no ano passado e as mudanças climáticas, mas já se observa que a região Amazônica tem sido palco de eventos climáticos extremos nos últimos anos. "Teve a seca de 2010, as enchentes de 2009. Falta entender se [esses episódios] já são impactos [das mudanças climáticas] na Floresta ou se são casos isolados”, comenta.
Rafael considera o estudo importante por revelar a perda da área verde na floresta e lembra que a seca provoca alterações não apenas na vegetação, mas também na rotina das comunidades locais. "A seca causa uma mudança na vida das pessoas”, destaca, comentando, por exemplo, que muitas não conseguiam se deslocar de barco porque as águas dos rios estavam baixas.
Também não é apenas a seca a responsável pela redução da vegetação na floresta. Os desmatamentos e as queimadas, além de reduzirem a área verde, também contribuem para o aquecimento global. De acordo com o integrante do Greenpeace, o Brasil está em quarto lugar no ranking de países que mais poluem justamente por conta da emissão de gases de efeito estufa liberados nas queimadas.
Em relação aos desmatamentos, o ativista revela que a curva dessa prática na Amazônia está em queda. Entretanto, isso ainda não é motivo para comemorações. "O Brasil ainda desmata muito. Em 2010 [o país desmatou] uma área maior que o Distrito Federal”, destaca.
Código Florestal
Uma das grandes preocupações atuais do integrante do Greenpeace refere-se às alterações no Código Florestal Brasileiro. Isso porque, de acordo com ele, caso a modificação seja aprovada, o desmatamento no país irá aumentar.
Para chamar atenção para o caso, pequenos agricultores, ambientalistas, organizações sociais e camponeses realizarão, no próximo dia 7 de abril, uma mobilização nacional contra as alterações no Código. Segundo Rafael Cruz, a manifestação consistirá em uma Marcha na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. "É importante lembrar que sem floresta não tem chuva, não tem agricultura”, alerta.
Com informações de agências.

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