Homem acusado de matar funcionário de dupla
sertaneja já está preso, mas polícia acredita que ele tenha envolvimento com
outros crimes
Agência BOM DIA
Já está preso em São Roque o ajudante geral Marcos
Flávio Daniel da Silva, 30 anos, acusado de assassinar na sexta-feira, em
Votorantim, o motorista Carlos Oliveira, 60, que trabalhava para a dupla
sertaneja Gilberto e Gilmar.
Segundo informações obtidas pela polícia, o acusado
tinha o hábito de andar armado pelas ruas da cidade. As autoridades vão apurar
se ele tem envolvimento com outros crimes.
Os policiais atestaram que o acusado possui
antecedentes criminais por delitos praticados nas cidades de Alumínio,
Mairinque e Sorocaba, mas não informaram qual a natureza dos
crimes. Conhecidos do acusado disseram que ele é tido como um “valentão”, que
tem o hábito de carregar armas de fogo e gosta de tirar satisfação com quem
cruza seu caminho.
A sangue frio
O motorista Carlos Oliveira conduzia o ônibus da dupla sertaneja na tarde de sexta-feira quando, ao passar pelo Parque Jataí, o veículo apresentou problemas mecânicos. Segundo testemunhas, Carlos procurava por socorro quando o acusado, que dirigia uma motocicleta, se aproximou e anunciou um assalto.
O motorista teria falado que não tinha objetos de
valor, momento em que o acusado disparou por três vezes. Carlos foi atingido
nos dois braços e na cabeça. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu ao
ferimento no crânio.
A prisão de Marcos aconteceu no começo da noite de
sábado, quando denúncias anônimas levaram policiais da Força Tática até uma
propriedade rural no bairro do Carafá, em Votorantim. O acusado estava usando
as mesmas roupas do dia anterior e foi reconhecido por uma testemunha que
também identificou seu capacete. O acusado teria alegado que matou o motorista
porque ele mexeu com sua mulher.
Dupla chocada
Na tarde deste domingo a dupla Gilberto e Gilmar se manifestou ao BOM DIA através de seu empresário, Antônio Carlos. Ela afirma que os artistas estão consternados com o assassinato do motorista, que era chamado nos bastidores dos shows por Carlinhos.
No dia em que foi morto, Carlos levaria Gilberto e
Gilmar para um show em Mato Grosso. “Foi um choque para todos. O Carlinhos era
um motorista muito profissional e querido por todos nós. Não era só um
funcionário de confiança, mas uma pessoa que era vista como alguém da família”,
comentou o empresário.
Antônio Carlos afirma que os cantores tentaram
cancelar o show, mas não conseguiram. “Eles passaram algumas horas com a
família dele. Foi uma enorme perda para todos”.
Paciente paga conta negada por plano
Folha de S.Paulo
Ao receberem a negativa de pagamento dos planos de saúde por materiais
já usados em cirurgias e em internações, os hospitais têm repassado a conta
para os pacientes.
Esse é o caso do desempregado Oscar dos Anjos Pereira Filho, 65 anos. Em
setembro de 2010, ele teve um AVC (acidente vascular cerebral) e, cinco dias
depois, sofreu um infarto ainda dentro do hospital. Sobreviveu a ambos, mas,
dois meses depois, recebeu em casa uma conta do São Camilo, hospital da zona
oeste da capital, dizendo que deveria pagar R$ 39.204.
No hospital, foi informado de que o valor era referente a três stents
(material para desobstruir artérias entupidas) usados durante a internação. O
plano dele, Unimed Paulistana, havia se recusado a pagar o valor ao hospital,
diz.
Foram dois meses de reclamações ao Procon até que o plano se entendesse
com o hospital e pagasse a conta.
Ao cobrar o paciente, o hospital espera que ele recorra à Justiça, ao Procon
ou à ANS (agência de saúde), para obrigar o plano a pagar. Assim, o
hospital recebe mais rápido do que se fosse discutir a pendência com o
convênio.
A reportagem ouviu relatos de seis pacientes que passaram por esse
problema em diferentes operadoras e hospitais. Há também cobrança de valores
menores, como gases (R$ 4,74), compressas estéreis (R$ 57,38), faixas especiais
(R$ 80) e bisturi (R$ 158).
Órgãos de defesa do consumidor dizem que a recusa dos planos em pagar o
material é irregular. Mas, os hospitais também não deveriam envolver o
consumidor. Hospitais costumam fazer o paciente assinar um termo, na entrada,
em que ele se responsabiliza a pagar pelo que o convênio não cobrir, o que é
ilegal.
Em nota, a ANS afirmou que "os hospitais não devem fazer o usuário
assinar um documento se responsabilizando pelo pagamento da conta caso a
operadora não o faça".
09/05/2011
Publicitário chegou a receber cobrança de R$ 11 mil
DE SÃO PAULO
Muitas das vítimas dessa briga entre os planos e os hospitais acabam fazendo o pagamento de uma conta sem saber que não precisariam pagar por ela.
Foi o que quase aconteceu com o publicitário Marcelo Mazella. Ele foi informado pelo hospital da possibilidade de não cobertura minutos antes da operação de seu filho de 13 anos, em setembro do ano passado. O menino tinha uma lesão no joelho.
O procedimento havia sido agendado meses antes, e autorizado pelo convênio. No entanto, quando ele chegou ao hospital Samaritano, no dia da cirurgia, foi informado que a lista de materiais da operação ainda não havia sido autorizada pelo plano SulAmérica.
"Do hospital, tentei ligar para o convênio várias vezes. E ninguém me dava nenhuma resposta. A lista de material foi enviada com bastante antecedência, meu filho estava em jejum há horas e viajaria em breve, não tinha como adiar a operação."
Ele assinou um termo se comprometendo a pagar pelo que o convênio não cobriria. Pouco mais de um mês depois, recebeu em casa uma fatura de mais de R$ 11 mil, referente a materiais não autorizados pelo plano.
Ele entrou em contato com a SulAmérica e recorreu ao Procon-SP, que afirmou que a cobrança era irregular e marcou uma audiência, com ele e o plano, para resolver a questão. Horas antes da audiência, o convênio o procurou e afirmou que pagaria o valor ao hospital.
A advogada Beatriz Alcântara Oliveira teve dor de cabeça similar, ao receber do hospital Oswaldo Cruz uma fatura de R$ 20.700 por um dos materiais usados em uma operação de duas hérnias de disco na coluna lombar, que não foram cobertos pela SulAmérica. Entrou com um pedido de liminar na Justiça para obrigar o plano a arcar com o pagamento, o que deu certo. (TB)
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0905201103.htm
DE SÃO PAULO
Muitas das vítimas dessa briga entre os planos e os hospitais acabam fazendo o pagamento de uma conta sem saber que não precisariam pagar por ela.
Foi o que quase aconteceu com o publicitário Marcelo Mazella. Ele foi informado pelo hospital da possibilidade de não cobertura minutos antes da operação de seu filho de 13 anos, em setembro do ano passado. O menino tinha uma lesão no joelho.
O procedimento havia sido agendado meses antes, e autorizado pelo convênio. No entanto, quando ele chegou ao hospital Samaritano, no dia da cirurgia, foi informado que a lista de materiais da operação ainda não havia sido autorizada pelo plano SulAmérica.
"Do hospital, tentei ligar para o convênio várias vezes. E ninguém me dava nenhuma resposta. A lista de material foi enviada com bastante antecedência, meu filho estava em jejum há horas e viajaria em breve, não tinha como adiar a operação."
Ele assinou um termo se comprometendo a pagar pelo que o convênio não cobriria. Pouco mais de um mês depois, recebeu em casa uma fatura de mais de R$ 11 mil, referente a materiais não autorizados pelo plano.
Ele entrou em contato com a SulAmérica e recorreu ao Procon-SP, que afirmou que a cobrança era irregular e marcou uma audiência, com ele e o plano, para resolver a questão. Horas antes da audiência, o convênio o procurou e afirmou que pagaria o valor ao hospital.
A advogada Beatriz Alcântara Oliveira teve dor de cabeça similar, ao receber do hospital Oswaldo Cruz uma fatura de R$ 20.700 por um dos materiais usados em uma operação de duas hérnias de disco na coluna lombar, que não foram cobertos pela SulAmérica. Entrou com um pedido de liminar na Justiça para obrigar o plano a arcar com o pagamento, o que deu certo. (TB)
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0905201103.htm
Desempregado recebe conta de R$ 39 mil após AVC e infarto
Alessandro
Shinoda/Folhapress
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Pereira Filho, 65, teve cobrança de R$39.204 após alta
DE SÃO PAULO
O desempregado Oscar dos Anjos Pereira Filho, 65, levou dois sustos em setembro do ano passado: teve um AVC (acidente vascular cerebral), foi internado e, cinco dias depois, sofreu um infarto ainda dentro do hospital.
Sobreviveu a ambos, mas, dois meses depois dos episódios, levou terceiro susto: recebeu em casa uma conta do São Camilo, hospital da zona oeste de São Paulo, dizendo que deveria pagar R$ 39.204.
"Dessa vez eu quase morri", brinca o desempregado que, ao procurar o hospital, foi informado de que o valor era referente a três stents (material que serve para desobstruir artérias entupidas) usados na sua internação.
O plano dele, Unimed Paulistana, havia se recusado a pagar o valor ao hospital, diz.
Foram dois meses de reclamações no Procon até que o plano se entendesse com o hospital e pagasse a conta.
LIMINAR
A advogada Beatriz Alcântara Oliveira teve dor de cabeça similar, ao receber do hospital Oswaldo Cruz uma fatura de R$ 20.700 por um dos materiais usados em uma operação de duas hérnias de disco na coluna lombar, que não foram cobertos pela SulAmérica.
Beatriz entrou com um pedido de liminar na Justiça para obrigar o plano a arcar com o pagamento, o que acabou dando certo.
Já Venâncio (nome fictício), internado no hospital Samaritano em fevereiro desde ano com apendicite aguda, acabou pagando a conta.
Ao sair do hospital, após a cirurgia, não foi informado de nenhuma pendência. Mas, algumas semanas depois, recebeu em casa um boleto de R$ 287,63 do hospital, referente ao uso de um bisturi, de dois pacotes de compressa cirúrgica estéril e de três compressas de gaze.
Fez o pagamento, sem saber que não precisaria.
O mesmo já havia acontecido com a mulher dele, que no final do ano passado passou por uma cirurgia na mão no hospital Santa Catarina. Ela também recebeu uma cobrança de quase R$ 90 por uma faixa, que o convênio não cobrira. Ambos são associados da Marítima.
Nenhum dos dois, que tiveram o nome preservado a pedido, foi informado antes da utilização do material que poderiam ter que desembolsar a quantia, o que também é irregular. Segundo os órgãos de defesa do consumidor, uma pessoa não pode ser obrigada a pagar por uma despesa pela qual não havia concordado. (TB)
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0905201105.htm
DE SÃO PAULO
O desempregado Oscar dos Anjos Pereira Filho, 65, levou dois sustos em setembro do ano passado: teve um AVC (acidente vascular cerebral), foi internado e, cinco dias depois, sofreu um infarto ainda dentro do hospital.
Sobreviveu a ambos, mas, dois meses depois dos episódios, levou terceiro susto: recebeu em casa uma conta do São Camilo, hospital da zona oeste de São Paulo, dizendo que deveria pagar R$ 39.204.
"Dessa vez eu quase morri", brinca o desempregado que, ao procurar o hospital, foi informado de que o valor era referente a três stents (material que serve para desobstruir artérias entupidas) usados na sua internação.
O plano dele, Unimed Paulistana, havia se recusado a pagar o valor ao hospital, diz.
Foram dois meses de reclamações no Procon até que o plano se entendesse com o hospital e pagasse a conta.
LIMINAR
A advogada Beatriz Alcântara Oliveira teve dor de cabeça similar, ao receber do hospital Oswaldo Cruz uma fatura de R$ 20.700 por um dos materiais usados em uma operação de duas hérnias de disco na coluna lombar, que não foram cobertos pela SulAmérica.
Beatriz entrou com um pedido de liminar na Justiça para obrigar o plano a arcar com o pagamento, o que acabou dando certo.
Já Venâncio (nome fictício), internado no hospital Samaritano em fevereiro desde ano com apendicite aguda, acabou pagando a conta.
Ao sair do hospital, após a cirurgia, não foi informado de nenhuma pendência. Mas, algumas semanas depois, recebeu em casa um boleto de R$ 287,63 do hospital, referente ao uso de um bisturi, de dois pacotes de compressa cirúrgica estéril e de três compressas de gaze.
Fez o pagamento, sem saber que não precisaria.
O mesmo já havia acontecido com a mulher dele, que no final do ano passado passou por uma cirurgia na mão no hospital Santa Catarina. Ela também recebeu uma cobrança de quase R$ 90 por uma faixa, que o convênio não cobrira. Ambos são associados da Marítima.
Nenhum dos dois, que tiveram o nome preservado a pedido, foi informado antes da utilização do material que poderiam ter que desembolsar a quantia, o que também é irregular. Segundo os órgãos de defesa do consumidor, uma pessoa não pode ser obrigada a pagar por uma despesa pela qual não havia concordado. (TB)
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0905201105.htm
Estudo aponta causas de ataques de facção
Folha de S.Paulo
Cinco anos após a onda de ataques da facção criminosa PCC (Primeiro
Comando da Capital) que pararam São Paulo, o maior estudo desde então aponta as
três principais causas para as ações.
São elas: a corrupção policial contra membros do grupo, a falta de
integração dos aparatos repressivos do Estado e a transferência que uniu 765
chefes do PCC, às vésperas do Dia das Mães de 2006, numa prisão de Presidente
Venceslau (620 km de SP).
Os dados constam do estudo "São Paulo Sob Achaque",
contundente raio-x elaborado durante quatro anos e oito meses sobre a onda de
ataques da facção. O documento será divulgado hoje, com versões em português e
inglês.
O estudo de quase 250 páginas foi produzido pela ONG de defesa de
direitos humanos Justiça Global e pela Clínica Internacional de Direitos
Humanos da Faculdade de Direito de Harvard, uma das mais importantes dos EUA.
Os responsáveis por "São Paulo Sob Achaque" pesquisaram
centenas de documentos, muitos deles sigilosos, processos criminais sobre as
mortes ocorridas em maio de 2006 e entrevistaram a maior parte das autoridades
envolvidas no episódio.
A extorsão de R$ 300 mil que, segundo a Promotoria, foi praticada em
março de 2005 pelos policiais civis Augusto Peña e José Roberto de Araújo
contra Rodrigo Olivatto de Morais, enteado de Marco Willians Herbas Camacho, o
Marcola, tido pela polícia paulista como chefe do PCC, é o principal caso de
corrupção policial que influenciou os ataques, diz o documento.
O documento também aponta que, em 14 de maio de 2006, dois dias após os
primeiros atentados, o Estado enviou uma comissão a um presídio para negociar
com os chefes do PCC o fim dos ataques. O fato sempre foi negado pelo governo.
Policiais negam acusações
Os policiais civis Augusto Peña e José Roberto de Araújo, acusados pela
Pormotoria de extorsão de R$ 300 mil praticada em março de 2005 contra Rodrigo
Olivatto de Morais, enteado de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, negam
as acusações. Os dois policiais estão soltos.
ENTREVISTA
Postos de gasolina lavam dinheiro do crime, diz promotor
DE SÃO PAULO
O promotor público Lincoln Gakiya começou a integrar comissões de investigações contra a facção criminosa PCC quando seus membros mataram a tiros um amigo pessoal, o juiz-corregedor Antonio José Machado Dias, em 2003.
Desde então, Gakiya se especializou em aprender a dinâmica criminosa do PCC para combatê-la e, por isso, foi ameaçado de morte pelos integrantes da facção.
Gakiya atua no oeste do Estado, onde estão cerca de 30 mil (em 22 presídios) dos quase 180 mil presos de São Paulo (em 148 prisões).
A seguir, trechos da entrevista com o promotor:
Postos de gasolina lavam dinheiro do crime, diz promotor
DE SÃO PAULO
O promotor público Lincoln Gakiya começou a integrar comissões de investigações contra a facção criminosa PCC quando seus membros mataram a tiros um amigo pessoal, o juiz-corregedor Antonio José Machado Dias, em 2003.
Desde então, Gakiya se especializou em aprender a dinâmica criminosa do PCC para combatê-la e, por isso, foi ameaçado de morte pelos integrantes da facção.
Gakiya atua no oeste do Estado, onde estão cerca de 30 mil (em 22 presídios) dos quase 180 mil presos de São Paulo (em 148 prisões).
A seguir, trechos da entrevista com o promotor:
Folha - Como o PCC se mantém atualmente?
Lincoln Gakiya - A facção tem contornos de organização criminosa, conforme a Convenção de Palermo. Sua principal fonte de recursos é o tráfico de drogas e de armas. Mas também atua na lavagem de dinheiro em postos de combustíveis.
O que é feito para evitar que São Paulo volte a enfrentar ataques como os de 2006?
O Estado tem investido no trabalho de inteligência das forças de segurança do Estado. Mas, diferentemente do que ocorreu em 2006, agora esses trabalhos de inteligência são integrados. A intenção é sempre atuar na prevenção das ações da facção. É sempre se antecipar.
Por que o PCC tem hoje 130 fuzis à disposição para locar para seus integrantes?
Isso, infelizmente, é uma realidade. Essas armas são usadas em roubos de caixas eletrônicos, bancos, cargas, sequestro e até para resgate de presos.
O PCC ainda continua com a dinâmica de tentar evitar homicídios nas áreas onde tem seus pontos de venda de drogas para evitar a presença da polícia?
Quero crer o seguinte: a ação de 2006 foi desastrosa para a facção, em termos de finanças e da perda de integrantes. Houve uma repressão muita dura por parte das forças policiais. Eles perderam integrantes, armamento e dinheiro. Houve movimento contrário da opinião pública porque incendiaram ônibus, atacaram civis, bombeiros etc. Isso causou sério dano às finanças da facção, mas isso já foi recomposto.
Quantos membros o PCC tem atualmente?
Dos quase 180 mil detentos do Estado, numa estimativa, creio que hoje a facção tenha uns seis mil integrantes dentro do sistema [prisional]. E mais uns 1.500 nas ruas. Mas isso não conta com os simpatizantes da facção nas ruas, que você deve multiplicar por dez.
Dos 148 presídios de São Paulo, não tem dez que não sejam dominados pelo PCC.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0905201111.htm
ANÁLISE
Existência de facção é desafio para Estado ampliar legitimidade
CAMILA NUNES
ESPECIAL PARA A FOLHA
Cinco anos após os ataques do PCC, o Estado de São Paulo vive um momento de relativa estabilidade na segurança pública, expressa, sobretudo, na histórica queda da sua taxa de homicídios.
Nesse período, a facção criminosa consolidou a sua hegemonia no mundo do crime.
Economicamente, a organização se destaca na distribuição de drogas e no envolvimento em ações criminosas de alto retorno financeiro.
Essa hegemonia permite que o PCC se constitua como instância central de regulação e mediação de conflitos nas localidades sob o seu controle, isto é, as prisões e muitos bairros pobres da periferia das cidades paulistas.
Isso significa que, nesses locais, ninguém mata sem o seu aval e, sendo a morte estritamente regulada, ela é prevista como forma de punição restrita a casos extremos.
Considerando que esse poder regulatório atinge diretamente (mas não só) os conflitos ligados ao mercado varejista de drogas, que sempre contribuíram para inflar a taxa de homicídios, podemos indicar a existência de uma relação umbilical entre essa hegemonia e o chamado processo de pacificação social.
As políticas de segurança continuam voltadas ao investimento em equipamentos, à ampliação de forças policiais e, sobretudo, à expansão física do sistema carcerário.
Sem conseguir ir além do "mais do mesmo", essas políticas, associadas à falta de controle da letalidade e da corrupção policial, fornecem elementos a partir dos quais o PCC forja um discurso ancorado na identificação coletiva em torno de uma experiência comum de opressão e de violação de direitos, que lhe dá sustentação e apoio social.
Ocupando o espaço da Justiça, vista por parte da população como uma abstração, ausente no cotidiano senão pela percepção do viés repressivo, a facção criminosa estabelece um específico ordenamento social extralegal.
A estabilidade da segurança pública está, portanto, vinculada a esse contexto. Com isso, recrudescem os desafios do Estado para ampliar a sua legitimidade, estendendo os benefícios da democracia para uma população que permanece alheia ao processo de ampliação de direitos e garantias constitucionais e para quem o PCC figura como alternativa mais acessível de aplicação da Justiça, mesmo que esta seja pautada pela arbitrariedade e pela exceção e que a possibilidade de uso da violência ilegal esteja na origem desse poder.
CAMILA NUNES é doutoranda em Sociologia pela USP, colaboradora do Centro de Estudos em Segurança Pública e Direitos Humanos da UFPR e do Observatório de Segurança Pública da Unesp
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0905201112.htm
FERNANDO
DE BARROS E SILVA
Controlar Kassab
SÃO PAULO - Gilberto Kassab passou três horas da tarde da última sexta-feira na sede do Ministério Público Estadual de São Paulo. O prefeito foi depor no inquérito que apura irregularidades no contrato entre o município e a empresa Controlar, responsável pela inspeção veicular na cidade.
O detalhe, curioso, é que Kassab se esforçou para ficar incógnito. Um fotógrafo do jornal "O Estado de S. Paulo" flagrou o instante em que o prefeito, ao deixar o prédio, de carro, se abaixou no banco de trás para não ser colhido pelas câmeras. Ficou pior: vemos apenas meio rosto de Kassab, inclinado atrás do motorista.
Fosse um astro pop, poderíamos atribuir a cena à inconveniência dos paparazzi. Sendo ele um administrador público eleito pelo voto popular, é uma imagem que não sugere coisas boas.
Ao chegar no local, Kassab se escondeu atrás de uma parede, depois de desembarcar pelo lado do carro em que estava sentado o seu secretário de Negócios Jurídicos, Claudio Lembo.
Lá dentro, o prefeito tentou fazer um acordo, segundo o qual o Executivo se comprometeria a fazer um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), corrigindo pontos problemáticos do contrato. O Ministério Público recusou a proposta.
Este é um caso que remonta à gestão Paulo Maluf. A Controlar venceu a licitação em 1996. O contrato tinha duração de dez anos e chegou a ser anulado pela Justiça na gestão de Celso Pitta (da qual Kassab foi secretário).
Kassab revalidou o contrato em 2007, contrariando parecer técnico da prefeitura, que recomendava nova licitação. A Controlar começou a fazer o serviço em 2008, 12 anos depois de vencer sob Maluf.
Cada inspeção obrigatória custa, este ano, R$ 61,98. É um negócio da China. O prefeito precisa parar de se esconder no banco do carro e dar explicações à sociedade. Há no ar muita fumaça preta sendo produzida em nome da causa ambiental.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0905201103.htm
Controlar Kassab
SÃO PAULO - Gilberto Kassab passou três horas da tarde da última sexta-feira na sede do Ministério Público Estadual de São Paulo. O prefeito foi depor no inquérito que apura irregularidades no contrato entre o município e a empresa Controlar, responsável pela inspeção veicular na cidade.
O detalhe, curioso, é que Kassab se esforçou para ficar incógnito. Um fotógrafo do jornal "O Estado de S. Paulo" flagrou o instante em que o prefeito, ao deixar o prédio, de carro, se abaixou no banco de trás para não ser colhido pelas câmeras. Ficou pior: vemos apenas meio rosto de Kassab, inclinado atrás do motorista.
Fosse um astro pop, poderíamos atribuir a cena à inconveniência dos paparazzi. Sendo ele um administrador público eleito pelo voto popular, é uma imagem que não sugere coisas boas.
Ao chegar no local, Kassab se escondeu atrás de uma parede, depois de desembarcar pelo lado do carro em que estava sentado o seu secretário de Negócios Jurídicos, Claudio Lembo.
Lá dentro, o prefeito tentou fazer um acordo, segundo o qual o Executivo se comprometeria a fazer um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), corrigindo pontos problemáticos do contrato. O Ministério Público recusou a proposta.
Este é um caso que remonta à gestão Paulo Maluf. A Controlar venceu a licitação em 1996. O contrato tinha duração de dez anos e chegou a ser anulado pela Justiça na gestão de Celso Pitta (da qual Kassab foi secretário).
Kassab revalidou o contrato em 2007, contrariando parecer técnico da prefeitura, que recomendava nova licitação. A Controlar começou a fazer o serviço em 2008, 12 anos depois de vencer sob Maluf.
Cada inspeção obrigatória custa, este ano, R$ 61,98. É um negócio da China. O prefeito precisa parar de se esconder no banco do carro e dar explicações à sociedade. Há no ar muita fumaça preta sendo produzida em nome da causa ambiental.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0905201103.htm
Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Tempo de tela
Fadado a medir forças com o PSD possivelmente em 2012 e com certeza em 2014, Geraldo Alckmin se movimenta para atrair partidos com representação modesta em São Paulo, mas tempo de TV significativo. O tucano quer explorar a principal fragilidade da nova sigla do prefeito, que, sem bancada empossada, participará do rateio de apenas um terço dos programas eleitorais -os outros dois são distribuídos conforme o número de deputados federais das legendas.
Enquanto Kassab corteja PC do B, PDT e PSB, o governador deve ceder espaço a PP, PSC e PRB, recém-vitaminados. Assim, faz frente à iminente defecção do PMDB, aliado em 2010 que agora prepara voo solo.
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Tempo de tela
Fadado a medir forças com o PSD possivelmente em 2012 e com certeza em 2014, Geraldo Alckmin se movimenta para atrair partidos com representação modesta em São Paulo, mas tempo de TV significativo. O tucano quer explorar a principal fragilidade da nova sigla do prefeito, que, sem bancada empossada, participará do rateio de apenas um terço dos programas eleitorais -os outros dois são distribuídos conforme o número de deputados federais das legendas.
Enquanto Kassab corteja PC do B, PDT e PSB, o governador deve ceder espaço a PP, PSC e PRB, recém-vitaminados. Assim, faz frente à iminente defecção do PMDB, aliado em 2010 que agora prepara voo solo.
Malufou? Na tentativa de consolidar o novo arco de alianças, Alckmin estuda dar ao PP de Paulo Maluf o comando da CDHU, estatal responsável pela construção de casas populares.
Novo rolo 1 Além do impasse na definição do futuro secretário-geral, o PSDB paulista terá de desatar outro nó até a próxima quinta-feira, quando pretende definir os cargos da Executiva estadual. Insatisfeitos com o espaço que lhes foi reservado no novo comando, membros da atual direção ameaçaram anteontem lançar uma chapa alternativa.
Novo rolo 2 Como esses descontentes detêm influência sobre os diretórios das cidades menores, muitos reformulados recentemente, o movimento preocupa o grupo de Alckmin.
Estreia José Serra coloca hoje no ar seu site (www.joseserra.com.br), dotado de ferramenta de interação direta e abastecido com fórum de debates sobre políticas públicas, além de artigos do ex-governador e candidato derrotado à Presidência.
Opções O novo número um do PT, Rui Falcão, conversou com Lula na quinta-feira passada. A pauta incluiu a sucessão de Gilberto Kassab. O ex-presidente ainda enxerga com muito carinho a ideia do "nome novo".
Em resumo De um integrante do primeiro escalão do governo federal, sobre o nome ideal para a eleição paulistana: "O Lula e a Dilma gostariam que Fernando Haddad fosse o candidato do PT. O Lula porque gosta dele. A Dilma porque não gosta".
Precedente Até o final da semana passada, o núcleo do governo tinha a esperança de que a ministra Ana de Hollanda (Cultura) vivesse processo semelhante ao do colega Orlando Silva (Esporte), que passou por período de desestabilização, com intenso "fogo amigo", e depois se consolidou no cargo.
02 No Planalto, porém, há quem reconheça que faltam a Ana tanto a experiência política quanto o "drive" de Orlando. Se ela tiver de sair, o governo gostaria que fosse a pedido.
Eureka! A empolgação com que Aloizio Mercadante fala sobre feixe de elétrons, luz sincroton e semicondutores desde que assumiu o Ministério de Ciência e Tecnologia é tamanha que colegas e jornalistas passaram a chamá-lo de "Professor Pardal".
Litígio 1 Às turras com o governo pelos "restos a pagar", prefeitos que baixam em Brasília amanhã para a marcha comprarão nova briga ao pressionar o Congresso a derrubar o veto de Lula sobre royalties do petróleo. Vão fazer concentração na Casa.
Litígio 2 Em campanha para obrigar uma distribuição igual dos royalties a todas as cidades do país, os prefeitos vão criar um impostômetro às avessas, medindo quanto cada município do país deixa de ganhar.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po0905201101.htm
Kassab dá cargos a cardeal do DEM em órgãos municipais
Depois de esvaziar o partido para criar o PSD, prefeito instala Marco Maciel em conselhos da CET e da SPTuris
Ex-senador, que mora entre Brasília e Recife, vai receber R$ 12 mil para integrar órgãos da prefeitura paulistana
VERA MAGALHÃES
DE SÃO PAULO
O ex-vice-presidente e ex-senador Marco Maciel (DEM-PE) foi nomeado pelo prefeito Gilberto Kassab para os conselhos administrativos de duas empresas municipais: a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e da SPTuris (São Paulo Turismo).
Ele passou a receber salário de R$ 12 mil mensais para participar de uma reunião mensal em cada órgão. Maciel é presidente do Conselho Político do DEM, partido ao qual Kassab era filiado antes de abrir uma grande dissidência e articular a criação do PSD (Partido Social Democrático).
Os convites demonstram que, apesar de ter ficado no partido, ele mantém ligação política com o prefeito.
A nomeação na SPTuris foi publicada no último dia 27 no Diário Oficial. Maciel foi instalado na vaga de um conselheiro cujo mandato terminaria dois dias depois.
No entanto, o estatuto da empresa prevê a reeleição para novo período de dois anos, o que garante os rendimentos ao ex-senador até depois das eleições de 2012.
Maciel vive entre Brasília e Recife, cidade em que nasceu e mantém base eleitoral.
A prática de instalar aliados derrotados nas urnas em conselhos de empresas públicas é recorrente.
O ex-deputado Raul Jungmann (PPS-PE), assim como Maciel, derrotado na eleição para o Senado por Pernambuco, também integra o conselho da CET, com salário de R$ 6.000 mensais. A proximidade de Maciel e Kassab incomoda parte do DEM, que vê o ex-senador com um "infiltrado" do prefeito e do ex-senador Jorge Bornhausen na sigla que ambos ajudaram a enfraquecer.
O partido já perdeu dois senadores, um governador e ao menos 13 deputados federais para a nova legenda.
Maciel foi procurado, mas informou que só falaria hoje com a reportagem.
Kassab disse que a escolha do antigo correligionário para ter assento em duas empresas públicas municipais se deve à "experiência" acumulada por Maciel em décadas de vida pública.
"Ele deixou de ter cargo eletivo, mas é uma pessoa com vasta experiência, que pode contribuir muito para as empresas", disse.
O prefeito afirmou que relacionar a nomeação de Maciel para os cargos a uma tentativa de manter aliados influentes no DEM é "uma bobagem". "Não tem questão partidária nenhuma."
Kassab disse que também ofereceu cargos em conselhos a Bornhausen -que se desfiliou do DEM e diz que não pretende aderir ao PSD-, mas ele não aceitou.
Colaborou BERNARDO MELLO FRANCO, de São Paulo
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po0905201106.htm
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po0905201106.htm
Jovem prioriza formação e adia entrada no mercado
Expansão da renda e competitividade seguram adolescentes na sala de aula
Cresce o número de jovens que só estudam; educação ainda precisa melhorar no país, aponta especialista
Apu
Gomes/Folhapress
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Mauro Alves, 40, e sua filha, a estudante de design Loreny, 17, na
marcenaria da família
MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO
Os jovens de 15 a 17 anos estão estudando mais e trabalhando menos. A proporção desses adolescentes ocupados ou buscando emprego caiu 27%, em oito anos, nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE.
Nem mesmo o forte aumento de salários e vagas em 2010, com a economia crescendo 7,5%, bastou para atraí-los para o mercado.
A faixa etária corresponde a 18,9% da população economicamente ativa em 2010, a menor taxa média já apurada nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre. Em 2003, quando o IBGE iniciou o levantamento, eram 26%.
Para especialistas, a principal causa da mudança é a valorização da educação num ambiente profissional cada vez mais competitivo. E a expansão da renda nos últimos anos permite que os pais sustentem os filhos por mais tempo, adiando sua entrada no mercado e possibilitando sua permanência na escola.
Políticas públicas como o Bolsa Família, que exige que os beneficiários estudem, e a progressão continuada, que evita a repetência escolar, também estimulam crianças e jovens a ficar por mais tempo na sala de aula.
SÓ ESTUDAM
Outra pesquisa do IBGE mostra que o percentual de jovens que estudam e não trabalham subiu de 39% em 1992 para 65% em 2009.
"A melhora da renda familiar ajuda a explicar, mas a percepção da importância e dos retornos da educação é mais relevante", diz o economista Jorge Arbache, da Universidade de Brasília. "As famílias fazem mais esforço para manter a meninada nas escolas porque entendem que vale a pena estudar mais."
Para o coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), Naercio Menezes, falta mão de obra qualificada. Nesse cenário, é mais interessante para o jovem sem experiência estudar mais e buscar um emprego melhor no futuro.
"Mesmo com o mercado de trabalho aquecido, as pessoas estão preferindo permanecer na escola", afirma. "Elas estão fazendo um cálculo de que vale mais a pena estudar do que adquirir experiência profissional desde cedo", completa ele.
O governo lançou, no fim de abril, o Pronatec, programa de qualificação profissional cuja meta é oferecer 8 milhões de vagas até 2014 em cursos técnicos.
Arbache elogia a iniciativa, mas lembra que a qualidade do ensino precisa melhorar em relação aos competidores do país: "O jovem brasileiro está disputando emprego com o jovem da Malásia. Lá na frente, isso é que acontece".
A transformação no perfil do mercado de trabalho brasileiro não se dá apenas entre os mais jovens: em abril, levantamento feito pela Folha a partir de dados do IBGE mostrou que o número de pessoas ocupadas acima de 50 anos subiu 56,1% de 2003 ao primeiro trimestre de 2011.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po0905201110.htm
MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO
Os jovens de 15 a 17 anos estão estudando mais e trabalhando menos. A proporção desses adolescentes ocupados ou buscando emprego caiu 27%, em oito anos, nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE.
Nem mesmo o forte aumento de salários e vagas em 2010, com a economia crescendo 7,5%, bastou para atraí-los para o mercado.
A faixa etária corresponde a 18,9% da população economicamente ativa em 2010, a menor taxa média já apurada nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre. Em 2003, quando o IBGE iniciou o levantamento, eram 26%.
Para especialistas, a principal causa da mudança é a valorização da educação num ambiente profissional cada vez mais competitivo. E a expansão da renda nos últimos anos permite que os pais sustentem os filhos por mais tempo, adiando sua entrada no mercado e possibilitando sua permanência na escola.
Políticas públicas como o Bolsa Família, que exige que os beneficiários estudem, e a progressão continuada, que evita a repetência escolar, também estimulam crianças e jovens a ficar por mais tempo na sala de aula.
SÓ ESTUDAM
Outra pesquisa do IBGE mostra que o percentual de jovens que estudam e não trabalham subiu de 39% em 1992 para 65% em 2009.
"A melhora da renda familiar ajuda a explicar, mas a percepção da importância e dos retornos da educação é mais relevante", diz o economista Jorge Arbache, da Universidade de Brasília. "As famílias fazem mais esforço para manter a meninada nas escolas porque entendem que vale a pena estudar mais."
Para o coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), Naercio Menezes, falta mão de obra qualificada. Nesse cenário, é mais interessante para o jovem sem experiência estudar mais e buscar um emprego melhor no futuro.
"Mesmo com o mercado de trabalho aquecido, as pessoas estão preferindo permanecer na escola", afirma. "Elas estão fazendo um cálculo de que vale mais a pena estudar do que adquirir experiência profissional desde cedo", completa ele.
O governo lançou, no fim de abril, o Pronatec, programa de qualificação profissional cuja meta é oferecer 8 milhões de vagas até 2014 em cursos técnicos.
Arbache elogia a iniciativa, mas lembra que a qualidade do ensino precisa melhorar em relação aos competidores do país: "O jovem brasileiro está disputando emprego com o jovem da Malásia. Lá na frente, isso é que acontece".
A transformação no perfil do mercado de trabalho brasileiro não se dá apenas entre os mais jovens: em abril, levantamento feito pela Folha a partir de dados do IBGE mostrou que o número de pessoas ocupadas acima de 50 anos subiu 56,1% de 2003 ao primeiro trimestre de 2011.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po0905201110.htm
Fenômeno reduz taxa de desemprego
DE SÃO PAULO
A saída dos jovens do mercado de trabalho para a escola contribui para reduzir a taxa de desemprego do Brasil.
Apesar de o percentual de desocupados com idade entre 15 e 17 anos ter caído de 37% em março de 2002 para 25% em março deste ano, a taxa continua sendo a mais alta de toda a população. A taxa de desemprego média do país hoje é 6,5%.
Quando os jovens deixam de buscar emprego, eles saem da estatística de desocupação e reduzem a pressão sobre a taxa nacional.
O economista Naercio Menezes, do Insper, afirma que a troca do trabalho pelo estudo é boa para eles, que vão ganhar salários maiores.
Ele destaca que os indicadores de ensino mostram desempenho melhor dos alunos que se dedicam apenas aos estudos do que daqueles que também trabalham.
Loreny Alves, 17, sabe disso. Seu pai, Mauro, que parou de estudar aos dez anos para trabalhar como pedreiro, é dono de uma marcenaria e banca sua qualificação.
A jovem estuda espanhol, faz curso técnico de design e está concluindo o Ensino Médio numa escola particular. No tempo livre, estuda para o vestibular de arquitetura.
"Não tenho tempo para trabalhar. Quero fazer faculdade, estagiar e ter meu próprio escritório", diz.
(MS)
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po0905201111.htm
DE SÃO PAULO
A saída dos jovens do mercado de trabalho para a escola contribui para reduzir a taxa de desemprego do Brasil.
Apesar de o percentual de desocupados com idade entre 15 e 17 anos ter caído de 37% em março de 2002 para 25% em março deste ano, a taxa continua sendo a mais alta de toda a população. A taxa de desemprego média do país hoje é 6,5%.
Quando os jovens deixam de buscar emprego, eles saem da estatística de desocupação e reduzem a pressão sobre a taxa nacional.
O economista Naercio Menezes, do Insper, afirma que a troca do trabalho pelo estudo é boa para eles, que vão ganhar salários maiores.
Ele destaca que os indicadores de ensino mostram desempenho melhor dos alunos que se dedicam apenas aos estudos do que daqueles que também trabalham.
Loreny Alves, 17, sabe disso. Seu pai, Mauro, que parou de estudar aos dez anos para trabalhar como pedreiro, é dono de uma marcenaria e banca sua qualificação.
A jovem estuda espanhol, faz curso técnico de design e está concluindo o Ensino Médio numa escola particular. No tempo livre, estuda para o vestibular de arquitetura.
"Não tenho tempo para trabalhar. Quero fazer faculdade, estagiar e ter meu próprio escritório", diz.
(MS)
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po0905201111.htm
Kassab corteja acusados de desviar R$ 300 milhões
AE - Agência Estado
Indiciados pela Polícia Federal (PF) pelo desvio de R$ 300 milhões e
políticos acusados de compra de votos estão entre os parlamentares cortejados
pelo prefeito paulistano, Gilberto Kassab, para fazer parte do novo partido que
pretende fundar, o PSD. Em viagem para Alagoas e Piauí no final de semana,
Kassab participou de reuniões com lideranças locais com interesse em migrar
para o PSD que respondem a processos na Justiça e ou são alvo de inquérito da
PF.
Investigados pela Operação Taturana em 2007, o ex-deputado estadual
Celso Luiz (PMN), que chegou a ser preso, e o deputado estadual Isnaldo Bulhões
(PDT) participaram no sábado de uma reunião com o prefeito num hotel na orla de
Maceió. Os dois foram indiciados pela Polícia Federal em ação que investigou
esquema de desvio de recursos da folha de pagamento de servidores da Assembleia
de Alagoas durante cinco anos.
O prefeito também passou por Teresina, onde se encontrou com outros
parlamentares com pretensões de migrar para o PSD. Um dos que anunciaram a
entrada no partido, José Ferreira de Souza, vereador da Câmara Municipal de
Teresina, foi denunciado pelo Ministério Público por abuso de poder econômico e
corrupção eleitoral na eleição de 2004. Em 2008, o Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) cassou o mandato do vereador. O parlamentar, que deixará o PSDB, foi
recepcionar o prefeito no aeroporto de Teresina.
ISIS BRUM
Quase metade dos estudantes do Sudeste do País (47%) já viu algum colega
sofrer bullying, definido como uma agressão feita de forma sistemática,
praticada pelo menos três vezes contra a mesma pessoa num mesmo ano. Esse
índice, o maior do País, é o dobro em relação à taxa do Norte, onde o número
cai para 23,7%.
A região Sudeste também apresenta a maior taxa de alunos que admitem
terem sido vítimas de maus-tratos na escola ao menos uma vez na vida: 40%. No
Brasil, cerca de 70% dos estudantes dizem já terem presenciado cenas de
violência em suas unidades de ensino.
Os números pertencem à pesquisa Bullying escolar no Brasil,
publicada no ano passado pela ONG Plan Brasil, com base em dados referentes a
2009. Foram ouvidos 5.168 alunos de escolas públicas e privadas brasileiras, de
10 a 15 anos. Três instituições da capital paulista e uma de São José do Rio
Preto, no interior do Estado, compõem o panorama do Sudeste.
As estatísticas mostram que a própria escola, quando focada na
competição, é um ambiente que pode propiciar atos de violência e humilhação. O
assunto ganhou destaque sobretudo após o episódio de Realengo, interior do Rio
de Janeiro, que completou um mês anteontem. Na ocasião, alegando ter sido
vítima de bullying no passado, Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos,
invadiu a escola em que estudou na infância e matou a tiros 12 crianças.
“A escola valoriza a individualidade, a competição e não a
solidariedade. Exalta só o aluno bom, o que chega na hora e cumpre as regras”,
analisa Luciene Tognetta, coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisa em
Educação Moral (Gepem) da Unicamp.
O praticante de bullying, de acordo com especialistas, tem autoestima
elevada, orgulha-se de ser violento e se acha bem-sucedido por agredir um
colega para uma plateia que até o aplaude. O alvo, por sua vez, concorda,
intimamente, com as humilhações. É o caso de jovens obesos ou portadores de
deficiências, por exemplo: como sabem que essas características são malvistas
socialmente, acabam intimidados pelas ofensas dos colegas.
“Por isso, têm tanta dificuldade de reagir”, explica Telma Vinha,
doutora em Psicologia e professora da Faculdade de Educação da Unicamp.
Para Telma, o problema está em considerar apelidos e brigas como comportamentos
próprios da idade. “A agressão só é considerada grave contra a autoridade
escolar. Entre pares, é tratada como se fosse ‘apenas’ brincadeira”, diz. Ou
seja, as escolas “não apregoam o respeito mútuo, igual para todos”.
Exemplo disso é o relato de F.C.G., de 13 anos, de São Bernardo, no ABC.
Ele foi expulso do colégio por ofender a diretora, após ser chamado de
“marginal” por ela. E admite que já humilhou as meninas da turma, em outras
ocasiões, e nunca foi punido.
“Paz não é ausência de conflito, mas conflito bem resolvido”, defende a
psicóloga Isabel Leme, da Universidade de São Paulo. “A escola precisa
desenvolver o diálogo, com respeito e sem punição”, diz.
Presidente da Fundação Criança, ONG de São Bernardo do Campo que lida
diretamente com casos de bullying, Ariel de Castro diz que os professores
precisam de ajuda. “Sozinhos, eles não têm condições de fazer mais esse
trabalho. As escolas precisam de equipes multidisciplinares para detectar os
conflitos e agir preventivamente”, acredita.
Exemplo disso é o relato de F.C.G., de 13 anos, de São Bernardo, no ABC.
Ele foi expulso do colégio por ofender a diretora, após ser chamado de
“marginal” por ela. E admite que já humilhou as meninas da turma, em outras
ocasiões, e nunca foi punido.
“Paz não é ausência de conflito, mas conflito bem resolvido”, defende a
psicóloga Isabel Leme, da Universidade de São Paulo. “A escola precisa
desenvolver o diálogo, com respeito e sem punição”, diz.
Presidente da Fundação Criança, ONG de São Bernardo do Campo que lida
diretamente com casos de bullying, Ariel de Castro diz que os professores
precisam de ajuda. “Sozinhos, eles não têm condições de fazer mais esse
trabalho. As escolas precisam de equipes multidisciplinares para detectar os
conflitos e agir preventivamente”, acredita.
SP lidera casos de bullying no País8 de maio de 2011 | 23h33 | Tweet
este PostCategoria: Comportamento, EducaçãoISIS BRUMQuase metade dos estudantes
do Sudeste do País (47%) já viu algum colega sofrer bullying, definido como uma
agressão feita de forma sistemática, praticada pelo menos três vezes contra a
mesma pessoa num mesmo ano. Esse índice, o maior do País, é o dobro em relação
à taxa do Norte, onde o número cai para 23,7%.A região Sudeste também apresenta
a maior taxa de alunos que admitem terem sido vítimas de maus-tratos na escola
ao menos uma vez na vida: 40%. No Brasil, cerca de 70% dos estudantes dizem já
terem presenciado cenas de violência em suas unidades de ensino.Os números
pertencem à pesquisa Bullying escolar no Brasil, publicada no ano passado pela
ONG Plan Brasil, com base em dados referentes a 2009. Foram ouvidos 5.168
alunos de escolas públicas e privadas brasileiras, de 10 a 15 anos. Três
instituições da capital paulista e uma de São José do Rio Preto, no interior do
Estado, compõem o panorama do Sudeste.As estatísticas mostram que a própria
escola, quando focada na competição, é um ambiente que pode propiciar atos de
violência e humilhação. O assunto ganhou destaque sobretudo após o episódio de
Realengo, interior do Rio de Janeiro, que completou um mês anteontem. Na
ocasião, alegando ter sido vítima de bullying no passado, Wellington Menezes de
Oliveira, de 23 anos, invadiu a escola em que estudou na infância e matou a
tiros 12 crianças.“A escola valoriza a individualidade, a competição e não a
solidariedade. Exalta só o aluno bom, o que chega na hora e cumpre as regras”,
analisa Luciene Tognetta, coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisa em
Educação Moral (Gepem) da Unicamp.O praticante de bullying, de acordo com
especialistas, tem autoestima elevada, orgulha-se de ser violento e se acha
bem-sucedido por agredir um colega para uma plateia que até o aplaude. O alvo,
por sua vez, concorda, intimamente, com as humilhações. É o caso de jovens
obesos ou portadores de deficiências, por exemp
"Há grupos que querem manter status satanizado da maconha",
diz pesquisador
Professor da Universidade de Brasília defende que uso medicinal da
maconha e argumenta que proibição do Estado a esta aplicação é autoritária
Publicado em 08/05/2011, 09:00
Última atualização às 10:07
Os organizadores da Marcha da Maconha no Rio conseguiram um habeas
corpus preventivo para garantir que ninguém seria preso durante a manifestação
(Foto: Alessandro Buzas. Folhapress)
São Paulo - "A sociedade precisa ter acesso ao remédio que quiser.
E o Estado não pode privar ninguém disso. As pessoas que acreditam que a
maconha é um remédio já são consideradas criminosas por este mesmo Estado. Isso
é inaceitável". A posição é do neurocientista e professor adjunto da
Universidade de Brasília (UnB), Renato Malcher Lopes.
Em entrevista à Rede Brasil Atual, o pesquisador explica os
estudos que comprovam os efeitos medicinais da planta, seu uso histórico e o
porquê da polêmica discussão que o uso e a legalização da planta causa na
sociedade.
Nos próximos meses, 17 cidades participam de um movimento pedindo o fim
da proibição do plantio e do consumo da planta. Os organizadores da Marcha da
Maconha reivindicam a abertura de um debate público que discuta a lei
antidrogas no que envolve a maconha. No sábado, no Rio de Janeiro, uma
caminhada pela orla reuniu algumas centenas de pessoas que veem vantagens em
regulamentar o mercado da substância.
Confira a entrevista com o pesquisador da UnB.
RBA - O que a planta pode trazer de benefício à sociedade se liberado
seu uso?
Em minha opinião, já há um crime cometido pelo Estado ao impedir
que pessoas façam o uso do remédio que elas quiserem. Se as pessoas encontram
na planta o alívio para o sofrimento e o Estado impede que ela tenha esse
alívio, ele está sendo criminoso por impedir uma pessoa de cuidar do seu
próprio bem estar. A gente não se dá conta de que ainda se tem essa mentalidade
da época da Inquisição até hoje, que é essa suposição de que o Estado pode
controlar o que as pessoas colocam dentro do seu corpo.
Além do dano causado por impedir o uso, tem a questão do constrangimento
de ser acusado de um crime. É uma coisa absurda, que daqui alguns anos quando
as pessoas olharem vão ficar perplexas de ver como a gente chegou a esse
ponto.
RBA - Já se sabe que o uso da planta é milenar. Por que essa discussão
ainda causa polêmica na sociedade?
Já há cinco mil anos que se tem informação do uso medicinal da maconha e
só de menos de um século para cá é que, de fato, a maconha começou a criar
polêmica, tudo isso por causa da proibição do uso.
Muito mais premente do que lidar com a questão de que se é ou não válido
legalizar o uso recreacional, o que é pode até impedir a violência urbana, me
interessa nesse momento chamar a atenção para as pessoas que estão sofrendo e
que têm de se submeter a diversas condições em busca da planta.
RBA - Hoje em dia ainda é muito freqüente o uso da planta para fim
medicinal, mesmo sendo proibido?
Sempre foi. Inclusive muitas pessoas usam sem perceber que estão se
automedicando, porque não se discute o fato de que estresse e depressão são
condições tratáveis. E muita gente que usa a maconha regularmente, mesmo sem se
dar conta, sente um alívio da depressão ou do estresse. O uso medicinal da
maconha nunca foi esquecido, é histórico, não é uma discussão. A discussão
existe só na esfera do moralismo, da propaganda.
RBA - Como vê a distinção entre remédios de farmácia e a maconha?
Quando um remédio que altera o estado de consciência vem de uma firma
farmacêutica rica, ninguém questiona. Se você for nas prateleiras das
farmácias, a quantidade de remédio que causa uma dependência que a maconha não
causa é enorme. A própria morfina, que é um remédio usado para a dor, é como a
heroína, pode levar à morte.
Uma vez descobriram em uma cidade do interior do Rio Grande do Norte que
tinha maconha plantada em uma praça central. Perguntaram aos moradores e
ninguém sabia que aquilo se tratava da maconha, para eles era apenas uma planta
medicinal e que, tradicionalmente, sempre foi usada lá, quer dizer, aí precisa
vir um estado estúpido colocar a sabedoria popular como um crime que não tem
cabimento nenhum da filosofia ética.
RBA - Esses casos de estudos que foram feitos com a maconha para provar
o uso benéfico são brasileiros? Como isso é levado em conta?
No Brasil não dá para fazer pesquisa porque você precisa ter uma fonte
de planta para estudar. E nada disso pode ser pesquisado porque não existe uma
agência que regule o produto para este fim.
Existe no Brasil um grupo de pessoas, principalmente vinculadas a
instituições, que têm interesse em manter o status satanizado da maconha.
Valorizando o lado minoritário da planta. Tem muita gente que quer manter tudo
como esta e adota um discurso obscurantista de que a maconha é uma ameaça à
família e ou à vida das pessoas. Uma coisa completamente sem lógica comparada
com o álcool, que é muito mais danoso.
09/05/2011 01:01
MP estuda perícia no tapa-buraco
Promotor que investiga qualidade do serviço também pretende convocar
Paulo Pauléra para dar explicações
Sidnei Costa/Agência BOM DIA Veículos na avenida Duque
de Caixas, onde um buraco recém-fechado pela prefeitura começa a reabrir
Vinícius Marques
Agência BOM DIA
Agência BOM DIA
O promotor Sérgio Clementino avalia a hipótese de pedir perícia técnica
no material usado no tapa-buraco pela Prefeitura de Rio Preto. A
análise pode ser feita em função de indícios de que o serviço é malfeito.
A prefeitura tem uma usina de asfalto para tapar buracos e fazer recape
de ruas e avenidas. Fora isso, o município tem contrato de R$ 4,5 milhões para
que uma empresa a ajude.
De acordo com o promotor, a rápida reabertura de buracos que foram
consertados é o principal indício de que o serviço é malfeito. O BOM DIA
mostrou em reportagens
reclamações de moradores a respeito do assunto.
“Se não houvesse indícios de que o serviço está malfeito o
inquérito já teria sido arquivado. Vou analisar o que a prefeitura
sustenta na resposta e decidir se peço perícia no asfalto”, diz o promotor.
O prazo para a prefeitura encaminhar resposta ao promotor venceu
na quinta-feira. Clementino deu mais dez dias de prazo para obter as
informações. O secretário municipal de Serviços Gerais, Paulo Pauléra, afirmou
que o material seria enviado na sexta-feira, o que não foi confirmado pela
prefeitura até este domingo (08).
Pauléra afirma que o asfalto usado é de boa qualidade e o material
da usina de asfalto passa por testes, que são feitos por empresa contratada
pela prefeitura. Não há, porém, um funcionário nomeado pelo governo para
fazer o testes. “Sempre tem um responsável pela empresa lá. Todo material é
testado nos caminhões antes de sair. É uma fórmula. Não tem segredo”, diz o
secretário. Pauléra afirmou que a empresa contratada pela prefeitura refaz sem
custo adicional os tapa-buracos que precisam ser refeitos. Pauléra deve ser
chamado para depor no MP.
vai e volta /Exemplo de buraco que é fechado pela prefeitura e frequentemente reabre
pode ser constatado na avenida Duque de Caxias, perto da Represa Municipal. Um
trecho da avenida passou pelo serviço há cerca de um mês. O remendo no asfalto
já começou soltar e a apresentar rachaduras.
Prefeitura culpa excesso de veículos
Um dos motivos que a prefeitura sustenta para a quantidade de buracos nas ruas de Rio Preto é o excesso de veículos nas ruas. A alegação consta em justificativa que vai ser entregue ao Ministério Público. “Nos últimos sete anos a cidade não foi recapeada e a frota aumentou muito. São mais de 280 mil veículos”, diz o gerente da usina de asfalto, Newton César.
Um dos motivos que a prefeitura sustenta para a quantidade de buracos nas ruas de Rio Preto é o excesso de veículos nas ruas. A alegação consta em justificativa que vai ser entregue ao Ministério Público. “Nos últimos sete anos a cidade não foi recapeada e a frota aumentou muito. São mais de 280 mil veículos”, diz o gerente da usina de asfalto, Newton César.
O promotor, no entanto, discorda. “Se tem mais carros hoje a prefeitura
tem de fazer um recape à altura da quantidade de veículos que vai passar pelas
ruas”, afirmou Sérgio Clementino.
4,5
milhões é o valor do contrato da prefeitura com empresa que faz o serviço de tapa-buraco na cidade.
milhões é o valor do contrato da prefeitura com empresa que faz o serviço de tapa-buraco na cidade.
08/05/2011 20:19
CUT e Fiesp se unem contra o tal de “mercado”
Economia| 08/05/2011 | Copyleft
CUT e Fiesp querem fim do poder de pesquisa de ‘mercado’; BC nega
Com poder de influenciar decisões do Banco Central sobre taxa de juros,
pesquisa semanal com ‘mercado’ é alvo de críticas de trabalhadores e de
empresários do setor real da economia, que pedem mudanças. BC diz que
levantamento é importante, não muda e que qualquer um pode aderir. Em dez anos,
entrevistados já acertaram 75% das apostas sobre juros.
BRASÍLIA – O Banco Central (BC) consulta toda semana de 90 a 100
instituições sobre as expectativas delas para inflação, crescimento econômico e
taxas de juros, entre outros assuntos. É uma pesquisa que dá poder aos entrevistados.
Suas respostas influenciam decisões do BC como, por exemplo, taxas de juros.
Por isso, trabalhadores e empresários defendem mudanças no levantamento. Mas o
BC discorda e diz que o modelo atual é importante e segue padrão internacional.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique,
afirma que ninguém é mais “mercado” – em tese, o setor de cuja opinião o Banco
Central está atrás – do que a entidade sindical dele. “Eu tenho sete milhões de
trabalhadores na CUT, como é que eu não sou “mercado?”, questiona Artur, que
gostaria de ter seu ponto de vista levado em conta pelo BC.
Além de pedir modificações na pesquisa, conhecida como Focus, a CUT
reivindica também um novo modelo para o Conselho Monetário Nacional (CMN).
Formado pelos ministros da Fazenda e do Planejamento e pelo presidente do BC, o
Conselho define, por exemplo, a meta de inflação que o banco persegue. É uma
reivindicação que vem desde o governo Lula, sem sucesso.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp),
Paulo Skaf, é outro que condena o formato e o poder da pesquisa. “Há muito
tempo que o mercado montou uma rede de proteção social que só defende o valor
da moeda”, afirma Skaf. “É preciso acabar com essa ditadura do Focus.”
Para os críticos da pesquisa, uma evidência do poder do “mercado”
estaria no nivel de acerto – que os críticos acham “capitulação” – sobre as
decisões do BC quanto aos juros. O levantamento tem o formato atual desde 2001.
De lá para cá, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central já
sentou 74 vezes para discutir se mexia ou não no juro. A pesquisa acertou o
resultado na mosca em 75% dos casos.
“Antes do Copom, há sempre uma ofensiva especulatória dessa pesquisa
Focus”, diz a senadora Gleisi Hofman (PT-PR), da Comissão de Assuntos
Econômicos (CAE) do Senado.
Para o presidente do BC, Alexandre Tombini, no entanto, a pesquisa é
importante, segue padrão observado em outros países e não passará por “qualquer
mudança”. Segundo o BC, qualquer entidade pode participar da pesquisa, desde
que mantenha, de forma permanente, um departamento de análises econômicas.
08/05/2011 23:02
De olho na criançada
Buscando segurança de alunos e funcionários, Votorantim conclui
instalação de câmeras na rede de ensino
Gilson Hanahsiro/Agência BOM DIA
Alunos são monitorados
pelas câmeras no momento da saída da escola: vigilância eletrônica 24 horas
Carla de Campos
Agência BOM DIA
Agência BOM DIA
A cidade de Votorantim saiu na frente e já tem pleno funcionamento seu
projeto de videomonitoramento escolar, lançado oficialmente em fevereiro. Com o sistema em
operação, traficantes, vândalos e qualquer pessoa má intencionada deve pensar
duas vezes antes de se aproximar das escolas municipais da cidade.
As 45 unidades de ensino foram equipadas com um sistema de alarme e
circuito fechado de câmeras, que permite o monitoramento 24 horas.
Os números de ocorrências policiais dentro ou próximas às escolas,
geralmente ligados à furto e vandalismo, não justificam o investimento, mas o
prefeito Carlos Augusto Pivetta destaca que o objetivo é outro: o da prevenção.
“Não queremos flagrar algum ato criminoso. Queremos proteger e evitar que ele
aconteça”, explica.
Para as autoridades policiais do município, a novidade é bem-vinda e
deve ajudar a coibir a criminalidade. “Este é mais um passo importante,
principalmente porque o nvestimento é alto”, afirma o major Gilberto Felício de
Camargo, do 40º Batalhão da Polícia Militar.
Segundo ele, um dos maiores problemas na rede
municipal de ensino é o consumo e o tráfico de drogas, que exigem atenção
especial da polícia. Por semana, a polícia de Votorantim chega a realizar
dedois a três flagrantes e as escolas são alguns dos alvos preferidos dos
traficantes.
O delegado Carlos Marinho concorda com o benefício trazido pela
implantação do sistema que, segundo ele, deve inibir a ação de criminosos. “É
segurança para os alunos, para professores e para quem mora perto da escola”,
aponta.
Custo -benefício /A implantação de todo o sistema vai custar R$
170 mil por mês aos cofres públicos, quase R$ 100 mil a menos do que seria
empregado para manter vigilantes no local.
A utilidade do sistema foi posta em prática um dia antes de sua
apresentação à comunidade escolar, no dia 24 de fevereiro. Um homem furtou uma
das câmeras e teve toda sua ação gravada, o que serviu para que a polícia
o identificasse.
Além da instalação de 270 câmeras, o sistema conta com a ronda de
16 vigilantes que se revezam nas escolas, fazendo o trajeto com carros ou
motos. As câmeras estão instaladas em áreas comuns, como quadras
esportivas ou portões de acesso, o que permite também a vigilância do
perímetro da escola. Não há monitoramento dentro das salas de aula.
“Acho que é uma novidade importante para a segurança das
crianças”, afirma a compradora Ana Paula Marques, 30 anos, que foi buscar a
irmã Natália, 8, na escola. O aposentado Paulo Kikunaga, 65, não sabia da
novidade na escola do neto Gabriel, 5, mas concorda. “A maioria dos pais vem
buscar as crianças, mas acho que segurança nunca é demais”, diz.
Sistema pode ser ampliado
A experiência de monitorar as escolas municipais pode se estender para toda a cidade. De acordo com o prefeito Pivetta, o monitoramento poderá chegar a áreas movimentadas e locais onde há desrespeito frequente, como descarte irregular de lixo ou vandalismo.
A experiência de monitorar as escolas municipais pode se estender para toda a cidade. De acordo com o prefeito Pivetta, o monitoramento poderá chegar a áreas movimentadas e locais onde há desrespeito frequente, como descarte irregular de lixo ou vandalismo.
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é o número de escolas monitoradas
é o número de escolas monitoradas
Agora chegou a vez de Sorocaba
Iniciativa de vereador propõe fiscalização em escolas, mas já existe projeto para que monitoramento chegue a toda a cidade
Iniciativa de vereador propõe fiscalização em escolas, mas já existe projeto para que monitoramento chegue a toda a cidade
Sorocaba está prestes a implantar seu sistema de videomonitoramento nas
escolas. O projeto é de autoria do vereador José Francisco Martinez (PSDB) que
propôs o sistema em 2009. Na época pouco se questionava sobre a vulnerabilidade
das escolas e tão pouco se imaginava que uma tragédia como a de
Realengo pudesse ocorrer.
O projeto de Martinez já foi aprovado em duas discussões e agora seguirá
para a sanção do prefeito Vitor Lippi, que poderá transformá-lo em lei. O
vereador está otimista quanto à possibilidade de aprovação e acredita que
até o final desta semana ela possa ser publicada no Jornal do Município. Já o
prefeito diz que ainda vai se inteirar sobre a proposta do vereador Martinez
pois está em andamento um projeto que prevê o videomonitoramento de toda a
cidade (leia abaixo).
“A gravação também não deixa dúvidas em relação a alguns
fatos”, aponta o vereador, sobre a utilidade do videomonitoramento dentro das
unidades públicas.
Diferente da proposta de Votorantim, a meta em Sorocaba é que nada
escape dos olhos eletrônicos. Ou melhor, quase nada. Banheiros e vestiários
estarão livres das câmeras, mas o vereador é mais exigente lembrando que estes
locais são propícios para o uso e o tráfico de drogas. “O ideal mesmo é que se
preservasse apenas a áreas dos sanitários”, aponta.
O monitoramento eletrônico começaria na área externa, chegando aos
corredores e salas de aula. A abrangência proposta pelo projeto também é
grande: Martinez espera a implantação das câmeras em todas as escolas da rede
municipal, incluindo creches e unidades de ensino infantil.
Para o vereador, após a chacina na escola do
Rio de Janeiro, levantou-se uma polêmica importante sobre segurança. “Toda
escola é vulnerável. O que podemos fazer é tentar reduzir isso”, diz.
Já em vigor /Atualmente Sorocaba possui duas ações distintas de videomonitoramento, uma para controle de tráfego e outra destinada à segurança, no Centro.
Em 2010 duas novas câmeras de segurança, com 360º de visão, foram
instaladas no Campolim com transmissão de imagem por internet.
Mais de 100 escolas
Somando as unidades destinadas à educação infantil e ensinos fundamental e médio, Sorocaba possui 126 escolas. A proposta do vereador Francisco Martinez é que todas as unidades recebam a fiscalização eletrônica para intensificar a segurança.
Somando as unidades destinadas à educação infantil e ensinos fundamental e médio, Sorocaba possui 126 escolas. A proposta do vereador Francisco Martinez é que todas as unidades recebam a fiscalização eletrônica para intensificar a segurança.
46.122
é o número de alunos do município, incluindo o ensino infantil, fundamental e médio.
é o número de alunos do município, incluindo o ensino infantil, fundamental e médio.
O que já existe
Há câmeras para cuidar do trânsito e da segurança espalhadas em pontos estratégicos do Centro
http://redebomdia.com.br/Noticias/Dia-a-dia/53258/Prefeitura+conclui+instalacao+de+cameras+na+rede+de+ensino%3B+Sorocaba+tambem+quer+projeto
Há câmeras para cuidar do trânsito e da segurança espalhadas em pontos estratégicos do Centro
http://redebomdia.com.br/Noticias/Dia-a-dia/53258/Prefeitura+conclui+instalacao+de+cameras+na+rede+de+ensino%3B+Sorocaba+tambem+quer+projeto
Bessinha acha a fábrica de inflação do PiG e a OAB ao lado
Bessinha está muito impressionado com a volta do dragão da inflação. (Clique aqui para ler “Como o PiG fabrica a inflação)
Agora, sobre a OAB, nada o impressiona mais.
(Clique aqui para
ler “OAB se filia à Oposição para substituir o Kassab”)
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