24/05/2011

"Efeito Chalita" amplia disputa por TV em SP


A decisão do PMDB de lançar candidato próprio à Prefeitura da capital fará com que, pela primeira vez desde 1996, o partido não seja a “noiva” preferida das coligações interessadas em ampliar seu tempo de propaganda no rádio e na TV. Isso elevará o poder de barganha dos chamados “nanicos” e de partidos médios, como PDT, PP, PR, PSB, PTB e PV.
A disputa pelos minutos do palanque eletrônico também será acirrada graças ao caráter “multipolar” da campanha – além de PT e PSDB, tradicionais concorrentes, e do próprio PMDB, o prefeito Gilberto Kassab colocará à prova a força de seu grupo político, reunido em torno do PSD, em fase de criação, e de legendas que ocupam cargos na administração.
Nas últimas três eleições, o PMDB, sem nomes competitivos na capital, cedeu seu principal ativo eleitoral – o tempo de TV – a Romeu Tuma (PFL), em 2000, a Luiza Erundina (PSB), em 2004, e a Kassab (então no DEM), em 2008.
Com a anunciada candidatura do neofiliado Gabriel Chalita – segundo deputado federal mais votado no Estado em 2010 –, o PMDB perderá o caráter de “coringa” no jogo eleitoral e precisará, ele próprio, atrair aliados para fortalecer seu representante.
Sem a máquina
Fora da máquina do Estado e da Prefeitura, o PMDB larga em desvantagem na negociação. Seu principal alvo deve ser o PTB, legenda-satélite do PSDB em São Paulo controlada pelo deputado estadual Campos Machado, aliado do tucano Geraldo Alckmin, com quem Chalita tem afinidades.
No melhor dos cenários para Chalita – a conquista do PTB e de todos os micropartidos que não costumam lançar candidatos –, ele teria cerca de 21% do tempo de TV, algo como seis minutos e meio por cada bloco de meia hora.
Com cargos e canais de diálogo nas esferas federal, estadual e municipal, os pedetistas podem acabar nos braços do PT, do PSDB ou do grupo kassabista – que tende a apostar suas fichas na candidatura de Eduardo Jorge (PV), secretário municipal do Meio Ambiente.
Como o PSD de Kassab não tem direito a tempo de TV, por não ter bancada eleita em 2010, o prefeito será o maior interessado em formar alianças para 2012. Além do PDT e dos nanicos, ele deverá tentar atrair o PSB e até o PC do B, tradicional aliado petista que estuda lançar o vereador Netinho de Paula. Ainda assim, na melhor das hipóteses, o candidato de Kassab teria apenas 19% do tempo de propaganda – cerca de cinco minutos e meio por bloco

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