26/05/2011

Motoristas estão em estado de greve


A categoria prevê uma paralisação na próxima terça-feira

Leandro Nogueira
      leandro.nogueira@jcruzeiro.com.br

Os trabalhadores em transportes de ônibus de Sorocaba e Votorantim entraram em estado de greve e prometem parar a partir da zero hora da próxima terça-feira, dia 31, se não houver acordo com os patrões. Em duas assembleias realizadas ontem no Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região eles rejeitaram a proposta patronal de aumento salarial de 7,39%. Reivindicam os 10,60% equivalentes à reposição da inflação segundo o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O menor salário dos motoristas hoje é de R$ 1.946,28. Pelo reajuste que reivindicam passaria para R$ 2.152,59 enquanto a proposta patronal elevaria para R$ 2.090,11, uma diferença de R$ 62,48 ao mês. A partir de hoje, os ônibus circularão com os faróis acesos para avisar a população.

A data-base da categoria, dia a partir do qual valerá o valor do novo salário, é 1º de maio e as negociações estão ocorrendo desde o mês passado. O Sindicato comprometeu-se a informar oficialmente o Poder Público e as empresas sobre a greve decidida pelos trabalhadores e aguardar o prazo de 72 horas para iniciar a paralisação. O vice-presidente do Sindicato e vereador Francisco França (PT) disse que a greve pode ser suspensa se as empresas apresentarem proposta que o Sindicato considere viável para ser levada em assembleia com os trabalhadores. O "estado de greve" caracteriza o período em que a decisão é tomada em assembleia (ontem) até o prazo legal de 72 horas para que as atividades possam ser paralisadas.

Além do reajuste salarial, a proposta patronal que foi rejeitada apresentava aumento de R$ 70 na participação nos lucros e resultados (PLR), que passaria dos atuais R$ 600,00 para R$ 670,00; reajuste no tíquete-refeição de R$ 13,00 para R$ 14,00; e contratação de apenas 20 agentes de bordo até o dia 2 de janeiro de 2012. A categoria reivindica PLR no valor do piso salarial do motorista, contratação de, no mínimo, mais cem agentes de bordo e a inclusão de cláusula no acordo coletivo que determina que a empresa deva arcar com o pagamento de salário e demais benefícios ao trabalhador que tiver alta do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e não for considerado apto a voltar ao trabalho pelo médico da empresa. Atualmente, os trabalhadores nestes casos ficam sem salários.

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