O
governo do Estado deixou vazar na imprensa, no jornal valor econômico,
que pretende zerar as perdas de 36% do salário dos professores. Ocorre
que o governo Alckmin pretende dar reajuste de em média 8% por ano de
2011 a 2014. Esta política cobre a inflação e dá um ganho real de
aproximadamente 11% neste período, ou seja, um terço do que se pretende
recuperar. Deste modo, se um professor ganhasse R$ 1.000 por mês, este
teria em 2014, um salário de R$ 1.360 e somente a inflação de
aproximadamente 6,5% em 2011 e previsões do governo paulista de 5% em
2012 e 4,5% nos dois outros anos, chegaria a 22,2% neste período.
Como
foi mencionado na matéria do jornal Valor Econômico, o fim do bônus,
que contou em 2009 com recursos de R$ 655 milhões levaria a um aumento
médio mensal de R$ 145 no salário recebido pelo professor,
funcionários, coordenador pedagógico, supervisor e aposentados. Este
valor representaria um reajuste de 13,2% para o professor com jornada de
24 horas e 7,25% para o professor com jornada integral, por ano. Deste
modo, fica demonstrado que o que se pretende de fato é trocar o dinheiro
gasto com o bônus com aumento no salário, isto ocorre tendo em vistas
várias decisões judiciais que já estão concedendo o valor do bônus para
os aposentados da educação. O governo paulista bem que poderia usar o
excesso de arrecadação previsto para R$ 5 bilhões em 2011 para de fato
ressarcir as perdas
dos servidores da educação, visto que um reajuste de 12% por ano
cobriria as perdas acumuladas e daria reajuste para eliminar o efeito da
inflação projetada até 2014.
A
substituição do bônus pelo aumento salarial é benéfica ao professor,
pois, aumenta os ganhos com vantagens adquiridas ao longo do tempo com
qüinqüênio, sexta-parte e outras promoções ao longo da carreira, além de
incorporar para a aposentadoria que é calculada tomando como referência
o salário base.
É
preocupante que o governador prometeu o reajuste para primeiro de maio,
mas não o fez, o que aumenta a preocupação de que o reajuste não
ocorra, ou seja, ainda menor, visto que o painel do jornal Folha de São
Paulo, vem relatando que há preocupações no
governo que este anúncio seria uma crítica velada a gestões passadas,
incluindo a do próprio governador Alckmin, e o medo do efeito cascata
para todo o funcionalismo, visto que na saúde e segurança pública há
muita insatisfação. O silêncio do governador no primeiro de maio
preocupa todo o professorado paulista.
Por
último, a imprensa paulista pouco falou que a justiça federal manteve a
lei que obriga o Estado a que um terço da jornada de trabalho do
professor seja fora da sala de aula, além do piso nacional do professor
ter de ser contado pelo salário base, tal como determina lei federal
assinada pelo presidente Lula. Esta lei não é cumprida pelo governo
paulista, e esta decisão da Justiça deve criar de 30 a 40 mil novos
cargos para professor, visto que um professor com carga máxima teria de
dar com a nova lei 26 aulas com aluno, ante as 32 que são dadas
anualmente. Isto é um verdadeiro benefício à qualidade da educação,
visto que se tem tempo para preparar as aulas, corrigir provas e estar
menos estafado para fazer o seu trabalho. Diante deste quadro,
esperasse que o governador Alckmin, cumpra a lei e envie a Assembléia
Legislativa projeto reestruturando a jornada do professor e abra
brevemente concurso público para o magistério.

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