do jornal da estância
Terremotos,
maremotos e vulcões aterrorizam as sociedades do Círculo do Fogo e as pessoas acham
que tudo isso é causado pelo aquecimento global. Não. O efeito estufa – causado
pela afronta humana à natureza – é responsável pelo derretimento das geleiras,
a dessalinização da água do mar, a inversão de correntes marítimas e o
desequilíbrio da cadeia alimentar.
Nós
somos responsáveis por secas, enchentes, furacões e deslizamentos. A Terra é
responsável pelos tremores e erupções. E foram esses eventos cataclísmicos que
nos deram a matéria-prima de um produto sensacional: o paralelepípedo.
Em
tempos onde vemos o asfalto virar poeira e as ruas virarem obras da Sabesp, surge
literalmente debaixo dos nossos narizes uma solução perfeita para vários
problemas que assolam a população.
Não
sei em que momento exato, resolvemos substituir a pavimentação de
paralelepípedos por asfalto. Mas sei que foi uma péssima idéia. Nas rodovias e
avenidas, a segurança e a aderência justificam o investimento. Mas nas vias de
baixa velocidade não existe motivo para a troca.
O
paralelepípedo permite, por exemplo, a absorção da água pelo solo, diminuindo
os riscos de enchente e levando água para os lençóis freáticos e não para os
rios poluídos através dos bueiros.
O
nascimento de vegetação entre as pedras nos beneficia com a diminuição do gás
carbônico e o material não necessita de processamento com piche o que também
protege o meio ambiente.
Paralelepípedo
é educativo porque obriga o motorista a diminuir a velocidade, principalmente
as motos e em dias de chuva, é mais resistente a carga e não precisa ser
quebrado para restauro nos encanamentos do subsolo; basta retirar e colocar de
volta em seguida.
Com
todas essas vantagens fica difícil de imaginar porque este material que tem
durabilidade milenar foi substituído pelo asfalto que vive necessitando de
emendas.
Aliás,
“vive necessitando de emendas” pode ser a resposta pela substituição. Passou da
hora de rever os nossos conceitos e também nossos contratos.
Rodrigo Júlio Boccato
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