DE SÃO PAULO
O sociólogo Túlio Kahn deve ser ouvido no dia 19 deste mês em um
inquérito civil do Ministério Público que investiga a suposta quebra de
sigilo de dados criminais mantidos pela Secretaria de Segurança de São
Paulo.
Segundo o promotor Saad Mazloum, responsável pelo inquérito, essa é a primeira audiência marcada a respeito do caso.
Kahn chefiou a CAP (Coordenadoria de Análise e Planejamento), centro de estatísticas criminais da secretaria, até o início de março, quando foi demitido pelo governador Geraldo Alckmin.
Alckmin disse que a atividade empresarial de Kahn era incompatível com a função que exercia no governo.
A demissão foi anunciada após a Folha revelar que o sociólogo tem uma empresa, a Angra Consultoria, que inclui em seus serviços dados sigilosos sobre violência. Funcionários da Secretaria da Segurança Pública também prestavam serviços para a Angra.
Documentos obtidos pela Folha revelaram que o funcionário da Secretaria da Segurança Pública usava dados que o governo paulista se recusava a divulgar, como os locais com concentração de furto e roubo de carros, para clientes privados.
Na época da publicação da matéria, Kahn disse ao jornal que jamais violou o sigilo de dados criminais. Segundo ele, as empresas não eram seus clientes, mas patrocinadores de pesquisas sobre violência.
A reportagem procurou o sociólogo nesta terça-feira, por e-mail, mas ainda não obteve resposta.
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