Renato Machado - O
Estado de S.Paulo
Após quase dez meses de atraso, a ponte estaiada da Marginal do Tietê
será inaugurada nesta quarta-feira. A obra custou R$ 85 milhões e é a última
que faltava ser entregue para a conclusão do chamado complexo da "Nova
Marginal". Ou seja, os paulistanos podem agora cobrar os 35% de redução no
tempo gastos no percurso - prometidos no lançamento do projeto.
Evelson de
Freitas/AE
Fim. Entrega encerra pacote de obras da Nova Marginal; expectativa é de
amenizar gargalos em Tatuapé, Bom Retiro e Santana
A nova ponte vai ligar a Avenida do Estado à pista central da Marginal
do Tietê (no sentido para a Rodovia Castelo Branco), ao lado do Anhembi. A
ponte é estaiada (com cabos, mesmo modelo usado na Marginal do Pinheiros) e tem
660 metros de extensão, por onde devem passar 20 mil veículos por dia.
Inicialmente, será inaugurada incompleta, sem uma ligação para o Bairro
do Bom Retiro, na região central, que estava prevista no projeto executivo.
Essa alça não tem data para sair do papel, pois ainda há desapropriações de
imóveis para a obra, segundo a Desenvolvimento Rodoviário S.A (Dersa) -
responsável pelo empreendimento.
Na quinta-feira, o
governador Geraldo Alckmin (PSDB) publicou no Diário Oficial do Estado um
decreto no qual deu à ponte o nome de Governador Orestes Quércia - em homenagem
ao político morto no ano passado. Quércia era adversário e desafeto do também
ex-governador Mário Covas, padrinho político de Alckmin.
Atraso. [ ]A ent[/ ]rega da ponte encerra o pacote de obras do projeto
da Nova Marginal. A gestão do então governador José Serra (PSDB) havia previsto
a entrega das pistas para março de 2010 - o que efetivamente ocorreu. As pontes
e viadutos, no entanto, seriam entregues em outubro daquele ano, mas os
cronogramas foram sendo modificados na sequência. A estaiada foi adiada para
dezembro, depois para março e a última vez para junho. Na ocasião, afirmou-se
que os primeiros atrasos eram consequência da temporada de chuvas, que havia
prejudicado as obras.
Como mostrou o Estado, a Nova Marginal custaria inicialmente R$ 1
bilhão, mas os sucessivos aditivos aumentaram em 75% o valor final. O projeto
contemplou uma pista central, quatro novas pontes e três alças de acesso para
pontes já existentes. "Gargalos como nos bairros de Tatuapé, Bom Retiro e
Santana serão amenizados, graças à construção de novas pontes e viadutos",
prometia o material de divulgação, em 2009.
Situação de
hospitais psiquiátricos será investigada em Sorocaba
Promotoria abre inquérito após denúncia de 104 mortes em 2010
DE SÃO PAULO
O Ministério Público Federal em São Paulo instaurou inquérito civil público para apurar a situação dos hospitais psiquiátricos da região de Sorocaba, distante a 99 km da capital paulista.
A investigação foi motivada por reportagem publicada na Folha que mostrou que 104 pessoas morreram nas sete unidades da região em 2010, segundo relatório do Flamas (Fórum de Luta Antimanicomial de Sorocaba).
O procurador Jefferson Aparecido Dias informou que o inquérito vai investigar se a fiscalização das instituições psiquiátricas da região tem sido feita de maneira eficaz pelo Ministério da Saúde.
Segundo ele, o inquérito pode gerar uma ação civil pública contra o ministério e outros responsáveis para fazer com que eles cumpram a lei e garantam o direito à vida e à saúde. "A denúncia é assustadora", afirmou.
A reportagem mostrou que, segundo relatório do Flamas, houve no ano passado, em média, uma morte a cada três dias na região. Nos outros 19 hospitais psiquiátricos de mesmo porte do Estado, foram 93 mortes.
A taxa de mortalidade de Sorocaba, Piedade e Salto de Pirapora foi superior ao dobro da registrada no resto do Estado: 3,14 óbitos por mil internações contra 1,42.
Entre 2006 e 2009, 459 pacientes morreram nas sete unidades e 501 em outros hospitais psiquiátricos.
OUTRO LADO
Os sete hospitais, privados ou filantrópicos, e a prefeitura negam que as mortes estejam acima do normal.
Os hospitais dizem que o período de um ano analisado é muito curto e que a média de mortes por hospital está dentro da média estadual.
As unidades afirmam também que a comparação deve ser feita com todos os hospitais do Estado, e não com os de mesmo porte (com mais de 200 leitos).
O Ministério da Saúde informou que vai acompanhar a atuação da Procuradoria em Sorocaba paralelamente à auditoria que foi aberta pelo Denasus (Sistema Nacional de Auditoria do SUS).
A pasta informou que as suspeitas de inadequações na saúde mental de Sorocaba estão sendo investigadas pelo Ministério da Saúde com a Secretaria Especial de Direitos Humanos e o Flamas.
Promotoria abre inquérito após denúncia de 104 mortes em 2010
DE SÃO PAULO
O Ministério Público Federal em São Paulo instaurou inquérito civil público para apurar a situação dos hospitais psiquiátricos da região de Sorocaba, distante a 99 km da capital paulista.
A investigação foi motivada por reportagem publicada na Folha que mostrou que 104 pessoas morreram nas sete unidades da região em 2010, segundo relatório do Flamas (Fórum de Luta Antimanicomial de Sorocaba).
O procurador Jefferson Aparecido Dias informou que o inquérito vai investigar se a fiscalização das instituições psiquiátricas da região tem sido feita de maneira eficaz pelo Ministério da Saúde.
Segundo ele, o inquérito pode gerar uma ação civil pública contra o ministério e outros responsáveis para fazer com que eles cumpram a lei e garantam o direito à vida e à saúde. "A denúncia é assustadora", afirmou.
A reportagem mostrou que, segundo relatório do Flamas, houve no ano passado, em média, uma morte a cada três dias na região. Nos outros 19 hospitais psiquiátricos de mesmo porte do Estado, foram 93 mortes.
A taxa de mortalidade de Sorocaba, Piedade e Salto de Pirapora foi superior ao dobro da registrada no resto do Estado: 3,14 óbitos por mil internações contra 1,42.
Entre 2006 e 2009, 459 pacientes morreram nas sete unidades e 501 em outros hospitais psiquiátricos.
OUTRO LADO
Os sete hospitais, privados ou filantrópicos, e a prefeitura negam que as mortes estejam acima do normal.
Os hospitais dizem que o período de um ano analisado é muito curto e que a média de mortes por hospital está dentro da média estadual.
As unidades afirmam também que a comparação deve ser feita com todos os hospitais do Estado, e não com os de mesmo porte (com mais de 200 leitos).
O Ministério da Saúde informou que vai acompanhar a atuação da Procuradoria em Sorocaba paralelamente à auditoria que foi aberta pelo Denasus (Sistema Nacional de Auditoria do SUS).
A pasta informou que as suspeitas de inadequações na saúde mental de Sorocaba estão sendo investigadas pelo Ministério da Saúde com a Secretaria Especial de Direitos Humanos e o Flamas.
Planejadas para melhorar a vida de
quem mora em São Paulo, obras públicas de destaque atrasam até um ano e meio,
comprometendo a qualidade de vida em seus arredores. Enquanto aguardam as
inaugurações, paulistanos sofrem com poeira, barulho e sensação de insegurança.
As intervenções que custam a ficar prontas provocam, ainda, um dano
considerável aos cofres públicos. O Jornal da Tarde avaliou sete importantes
projetos da Prefeitura e do governo do Estado iniciados a partir de 2007 e
constatou que a lentidão já representa um gasto excedente de ao menos R$ 823
milhões (veja quadros ao lado).
Sozinha, a ampliação da Marginal do
Tietê, prevista para terminar no fim do ano passado e que ainda não está
pronta, é responsável por 91% desse montante. Já foram gastos R$ 750 milhões a
mais do que o R$ 1 bilhão orçado inicialmente. Para a urbanista Lucila Lacreta,
diretora do Movimento Defenda São Paulo, a obra é um bom exemplo do que a falta
de planejamento do poder público pode causar. “Foi um gasto absurdo, e os
problemas (de trânsito) continuam. Muitas vezes, essas intervenções não estão
inseridas no contexto urbano.” Quem passa pela via encontra asfalto sem faixas
divisórias, como perto da Ponte do Piqueri, na pista expressa, sentido Ayrton
Senna.
Há uma pendência ainda mais visível.
Prometida para outubro do ano passado, a ponte estaiada que ligará a Avenida do
Estado à Marginal será inaugurada – incompleta – nesta quarta-feira, segundo a
empresa estatal Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa). Uma alça de acesso
para o Bom Retiro ainda não tem data para sair do papel. Sobre o custo
excedente, a Dersa disse no início do mês que trata-se de atualização de gastos
previstos antes da obra.
A reforma do Largo da Batata, em
Pinheiros, na zona oeste, também está atrasada. Além de aguentar quase 40 meses
de obras – 14 a mais que o prometido –, comerciantes, pedestres e moradores da
região estão descontentes com o resultado final. A Prefeitura diz que a
primeira etapa da requalificação terminou em dezembro de 2010. Ainda falta a
construção de um calçadão e de um terminal rodoviário integrado à Estação
Pinheiros do Metrô. “Fica tudo escuro à noite e essa praça nova parece um
terreno baldio”, diz o atendente Ronaldo Vieira, de 23 anos. A Prefeitura
afirmou que irá redimensionar a iluminação e continuar a reforma no segundo
semestre.
Do outro lado da cidade, na Vila
Prudente, zona leste, a aposentada Aidê Risaffe, de 74 anos, vive um problema
parecido. Vizinha de um antigo canteiro de obras da expansão da Linha 2-Verde
do Metrô, na esquina das ruas Amparo e Tomás Izzo, Aidê lembra que três casas
do entorno foram assaltadas nos últimos 20 dias. Ela diz que a área, que fica
entre as estações Tamanduateí e Vila Prudente, inauguradas ano passado, pode
ser um esconderijo para assaltantes. “Aqui não era assim. A gente fica
assustada.”
Para o arquiteto Francisco Zorzete, o descaso do poder público leva à degradação da vizinhança. “Pode fazer os pequenos comerciantes fecharem seus negócios. O governo tinha que ter um plano do que fazer com uma área como essa desde o início das obras.” O Metrô alega que os terrenos farão parte do Parque Linear da Rua Aída até o ano que vem. Serão construídos “ciclovia, pista de skate e playground”.
Para o arquiteto Francisco Zorzete, o descaso do poder público leva à degradação da vizinhança. “Pode fazer os pequenos comerciantes fecharem seus negócios. O governo tinha que ter um plano do que fazer com uma área como essa desde o início das obras.” O Metrô alega que os terrenos farão parte do Parque Linear da Rua Aída até o ano que vem. Serão construídos “ciclovia, pista de skate e playground”.
Ainda na zona leste, a expectativa é
grande para a inauguração do Complexo Viário Padre Adelino, no Tatuapé.
Iniciada em 2007, a construção de um viaduto estaiado sobre a Avenida Salim
Farah Maluf só deve terminar em agosto, dez meses após o prometido. Segundo o
governo municipal, a demora se deve à complexidade da obra e a desapropriações.
A retirada de casas do entorno resultou num gasto extra de cerca de R$ 3,2
milhões para desapropriações nos últimos três anos. Mais R$ 1,3 milhão foi
empregado para “reforço do valor contratual”. A obra estava orçada inicialmente
em R$ 113 milhões.
O comerciante Carlos da Silva, de 55
anos, reclama que tem de limpar constantemente seu bar, em frente a uma das
entradas do viaduto, por causa da poeira. “Aquele terrão (sobre o asfalto)
entra todo aqui.” O presidente do Sindicato de Arquitetura e Engenharia
(Sinaenco), José Roberto Bernasconi, acredita que quando as obras são bem
planejadas antes de começar não há desperdício de dinheiro nem atrasos. “Quanto
mais detalhe tiver o projeto, menos surpresa você vai encontrar na execução”,
afirma.
Painel
RANIER BRAGON(interino) - painel@uol.com.br
Porta fechada
Entidades empresariais estão recebendo seguidas reclamações de filiados que se ressentem de falta de acesso à presidente Dilma Rousseff. Passados os primeiros seis meses de governo, eles dizem colecionar tentativas frustradas para agendar conversas com a petista. O Planalto tem orientado os empresários a procurar os ministros da área de interesse, o que nem sempre agrada. Eles alegam que o estilo de Dilma é mais centralizador, o que necessitaria abrir uma linha direta. Os insatisfeitos comparam: no governo Lula, segundo dizem, havia mais brechas informais para conversas, sobretudo nas viagens nacionais e internacionais -até agora reduzidas na gestão Dilma.
RANIER BRAGON(interino) - painel@uol.com.br
Porta fechada
Entidades empresariais estão recebendo seguidas reclamações de filiados que se ressentem de falta de acesso à presidente Dilma Rousseff. Passados os primeiros seis meses de governo, eles dizem colecionar tentativas frustradas para agendar conversas com a petista. O Planalto tem orientado os empresários a procurar os ministros da área de interesse, o que nem sempre agrada. Eles alegam que o estilo de Dilma é mais centralizador, o que necessitaria abrir uma linha direta. Os insatisfeitos comparam: no governo Lula, segundo dizem, havia mais brechas informais para conversas, sobretudo nas viagens nacionais e internacionais -até agora reduzidas na gestão Dilma.
Nem vem O bilionário mexicano Carlos Slim, dono no Brasil da Embratel e da operadora de celular Claro, está na lista dos que tentaram, sem sucesso, agendar conversa com Dilma. Ele queria encontrá-la no fórum de empresários de Comandatuba, em abril, mas a presidente cancelou a participação na última hora.
Light Orlando Silva (Esportes), que muito frequentou o Aerolula na companhia do ex-presidente, ficou impressionado com o cardápio a bordo na era Dilma: em recente viagem ao Rio, foi servida até lasanha de berinjela.
Horóscopo Em setembro a Confederação Nacional do Transporte divulga a pesquisa sobre a situação das estradas brasileiras. Quem viu os dados já coletados diz que o inferno astral do governo na área vai continuar. O cenário seria de rodovias esburacadas, em péssimo estado.
In loco A Embratur quer aproveitar a Copa-2014 para tentar passar aos países vizinhos a mensagem de que o evento é do continente. A ideia é aumentar a vinda de sul-americanos baseada na constatação de que turistas preferem viajar a lugares distantes menos de quatro horas. Em 2010, os argentinos foram os campeões de visitas -1,4 milhão de turistas.
GPS 1 Geraldo Alckmin estuda vetar o aditivo aprovado na LDO que obriga o governo paulista a discriminar no Orçamento de 2012 os investimentos em cada região do Estado. A mudança no texto do governador foi festejada pela oposição, que vê na iniciativa a chance de monitorar eventuais privilégios a redutos de governistas.
GPS 2 Estudo das secretarias de Fazenda e Planejamento recomenda o veto sob a alegação de que a peça orçamentária atende os programas em execução, sem levar em conta a ótica regional. O tucano, contudo, tentará um acordo com a Assembleia para produção de um texto alternativo ao aprovado.
Sem licitação Doadora de R$ 500 mil para a campanha de Alckmin em 2010, a Andrade Gutierrez deverá executar a primeira etapa da duplicação da rodovia dos Tamoios, que dá acesso ao litoral norte paulista. O governo planeja adaptar contrato firmado em 1993 com a empreiteira para acelerar a obra, promessa do tucano.
Batismo O PMDB escalou oito prefeitos do interior para ajudar na imersão do recém-filiado Gabriel Chalita na base partidária. O conselho político se reunirá quinzenalmente para municiar o pré-candidato à sucessão de Gilberto Kassab.
Vazio virtual Lançado com pompa pelo Senado no dia 14, o portal da Transparência na Copa-2014 só vai treinar os comitês estaduais para abastecê-lo com dados durante curso previsto para o dia 8 de agosto. Até agora, só constam na página as informações sobre as obras em execução em Brasília.
com LETÍCIA SANDER e FABIO ZAMBELI
Grampo mostra que empresário pediu
ajuda do cunhado de Alckmin em licitação
James Franco
recorreu ao ex-secretário de Pindamonhangaba por interferência de Paulão;
governador sempre defendeu investigações
Fausto Macedo - O
Estado de S.Paulo
Escuta telefônica pegou um empresário da indústria química pedindo ao
ex-secretário de Finanças do município de Pindamonhangaba Silvio Serrano que
marcasse encontro com o cunhado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), Paulo
César Ribeiro, o Paulão, para interceder em licitação do Metrô. O empresário
fala em "comissão boa".
Werther
Santana/AE-2/5/2011
Interesses no Metrô. Empresário de São José dos Campos buscou ajuda de
ex-secretário e de Paulão, cunhado de Alckmin, para vender antiderrapantes
Alvo do Ministério Público, que o investiga por suposto tráfico de
influência, corrupção e comando de cartel da merenda escolar, Paulão é irmão de
Lu Alckmin, mulher do governador.
O diálogo interceptado com autorização judicial se deu em 22 de novembro
de 2010, às 8h40. O empresário James de Lima Franco, que reside em São José dos
Campos e é sócio de uma transportadora, ligou para Serrano, deposto algumas
semanas antes do cargo de chefe do Tesouro da Prefeitura de Pindamonhangaba em
meio a uma sucessão de denúncias sobre malversação de recursos públicos.
"Tava ligando pra você porque eu precisava ir conversar pessoalmente,
de procurar uma pessoa terceira lá de São Paulo prá pôr no Metrô, pôr esses
negócios. Eu tava querendo conversar com o Paulo (sic)", diz James Franco.
"Sei, sei", responde o ex-secretário Serrano.
Franco e o ex-secretário são amigos. Os dois foram apresentados a Paulão
há cerca de 15 anos pelo irmão de um advogado que vendia placas com nome de rua
em Pindamonhangaba.
O Metrô informou que o negócio com o empresário nunca foi concretizado.
Para a promotoria, o grampo é um indicativo claro de que o raio de ação
e de influência de Paulão como lobista pode ir além do campo da merenda. Além
de infiltrar-se no âmbito das administrações municipais, ele teria estendido os
préstimos a empresas do Estado.
Não há registro de que tenha usado o nome de Alckmin nas tratativas de
seu interesse, mas o Ministério Público suspeita que ele se valia da
proximidade familiar com o chefe do Executivo para abrir portas. Publicamente,
Alckmin sempre defendeu a investigação. Dia 27 de dezembro, quando foram feitas
buscas na residência e no escritório de Paulão, ele recebeu telefonema do
Palácio dos Bandeirantes.
Na conversa com Serrano, o empresário James de Franco diz que
"agora acertou na vida". "Só preciso é de uns roleiros porque
nós estamos com um material bom", disse o empresário, referindo-se ao
antiderrapante que diz produzir e que pretende vender para o Metrô usar nas
estações. "Pra velhinho não escorregar no banheiro, não cair, garantia de
cinco anos, tudo já aprovado, não tem nada de falcatrua."
O ex-secretário responde com gentilezas: "Legal, meu querido. Você
me liga amanhã".
"Então vamos trocar uma ideia e dar uma força, você tem um
conhecimento aí pra gente", insiste o empresário. "A gente dá uma
comissão boa, dá uma parceria, sei lá. Parceria não dá porque lá já é tudo
sociedade. É um negócio bom pra pessoa. Eu fui procurado, só que tem uma fila
de caranguejo, eu tô caindo fora de fila de caranguejo. Prefiro ficar duro, um
vintém no bolso do que ficar sonhando muito (sic)."
"Você está sabendo que eu saí da prefeitura, né? Na ocasião eu
parei de atender telefonema, mas acho que já tá quase solucionado",
informa Serrano.
Ao Ministério Público, Franco declarou que "por ser Silvio Serrano
seu amigo de muitos anos, ligou para ele e perguntou de Paulo Ribeiro por
curiosidade, buscando informações sobre como se procede a uma concorrência
pública". Ele afirmou que "realmente comentou com Silvio a respeito
de uma possível comissão para Paulo Ribeiro de serviços que conseguisse
contratar através dele, já que Paulo conhece bastante gente de indústrias e já
trabalhou com estacionamento rotativo em Taubaté". Negou que "a
referência à comissão tenha tido qualquer relação com o Metrô de São
Paulo".
TRECHOS DO DIÁLOGO
James de Lima Franco conversa com Silvio Serrano, no dia 22 de novembro
de 2010.
Serrano: E aí meu querido, o que você anda fazendo?
Franco: Ah., eu tô naquela minha indústria lá, né? Correndo.
Serrano: Tá dando certo?
Franco: Agora eu acertei na vida, só preciso é de uns roleiros, porque
nós estamos com um material bom (...) Tava ligando pra você porque eu precisava
ir conversar pessoalmente de eu procurar uma pessoa terceira lá de São Paulo
pra pôr no Metrô, pôr esses negócios. (...) Tô tão traquejado dessas maldades,
de nego querer passar o pé. que tirei o pé do acelerador. Eu tava querendo
conversar com o Paulo.
Serrano: Sei, sei...
Franco: A gente dá uma comissão boa, dá uma parceria, sei lá. (...) É um
negócio bom pra pessoa. Eu fui procurado, só que tem uma fila do caranguejo, eu
tô caindo fora de fila de caranguejo. Prefiro ficar duro, do que ficar sonhando
muito e porra nenhuma.
Serrano: Sei, é isso aí mesmo. Você tá sabendo que eu saí da prefeitura,
né?
Franco: Tô sabendo. Isso aí é coisa que a gente tem que conversar
pessoalmente.
Serrano: Na ocasião eu parei de atender telefonema, mas acho que já tá
quase solucionado.
Franco: Você sabe que aqui você tem um amigo, né? E hoje em dia é a
coisa mais difícil do mundo. Pode guardar isso, viu?
Serrano: É, a gente sabe disso.
Franco: Gosto muito de você (...) gosto muito dentro do coração (...)
Você tem um potencial bom, tem uma bagagem boa e pode fazer umas interligações
pra nós.
PARA ENTENDER
Paulo César Ribeiro tinha prestígio e poder na gestão João Ribeiro
(PPS), prefeito de Pindamonhangaba em 2º mandato. Seus negócios começaram a ser
rastreados depois que foi denunciado por João Bosco Nogueira, ex-vice de
Ribeiro e também prefeito por duas vezes. "O Paulão tinha acesso livre na
administração, a base dele era na secretaria de Finanças, comandada pelo Silvio
Serrano", relata Bosco.
"Eu me indispus com essa liberdade, esse trânsito dele. Desde o
começo, na realidade, quem mandava na prefeitura era ele. O Serrano tinha
assumido inclusive a licitação. Antes da posse do 1º mandato, no início de
2005, o esquema da quadrilha já tinha sido montado. Quem trouxe o Serrano para
a prefeitura foi o Paulo."
Bosco afirma que advertiu diversas vezes o prefeito. "Mas ele
falava que devia pro Paulão, que o Paulão tinha financiado as
campanhas."
FABIO
LEITE
FABIO SERAPIÃO
FABIO SERAPIÃO
Um dos sete empresários detidos por
supostas fraudes em licitações públicas em Campinas, Luiz Arnaldo Pereira
Mayer, é filiado ao PSDB da capital. Ele é dono da Saenge Engenharia,
empreiteira do setor de saneamento investigada no escândalo campineiro e que
firmou R$ 467,7 milhões em contratos, diretos ou por meio de consórcios, com a Sabesp
no governo dos tucanos José Serra e Alberto Goldman (2007-2010).
Mayer foi preso temporariamente em 20
de maio em operação conjunta da polícia e do Ministério Público (MP), acusado
de integrar um suposto esquema que fraudava licitações da Sanasa, companhia de
saneamento de Campinas, na gestão do prefeito Dr. Hélio (PDT). Ele permaneceu
detido por cinco dias. Sócio majoritário da Saenge, com cota de R$ 17,5
milhões, ele foi flagrado em escutas telefônicas nas quais mostra-se preocupado
com os rumos de seus negócios na Sabesp.
Em uma das conversas, seu
interlocutor (não identificado) afirma que o atual secretário estadual de
Desenvolvimento Metropolitano, Edson Aparecido, o ex-presidente do diretório
municipal do PSDB José Henrique Reis Lobo e o deputado federal tucano Ricardo
Trípoli estariam “intercedendo” em negócios de outro empresário envolvido no
escândalo de Campinas. Todos negam conhecer Mayer.
Contatos
políticos
No relatório fruto das investigações, os promotores apontam que o “conteúdo dos diálogos deixa muito evidente que as questões referentes às suas (de Mayer) contratações públicas estão intimamente ligadas a contatos e relacionamentos políticos” e que “os indicativos de fraudes e corrupção são claros, sendo necessário destacar que não é a primeira vez, no presente relatório, onde há menção de irregularidades em contratos públicos da Sabesp”.
No relatório fruto das investigações, os promotores apontam que o “conteúdo dos diálogos deixa muito evidente que as questões referentes às suas (de Mayer) contratações públicas estão intimamente ligadas a contatos e relacionamentos políticos” e que “os indicativos de fraudes e corrupção são claros, sendo necessário destacar que não é a primeira vez, no presente relatório, onde há menção de irregularidades em contratos públicos da Sabesp”.
Mas uma relação de filiados do PSDB
paulistano recadastrados em 2009, disponível no site do partido, mostra que o
próprio Mayer é um filiado tucano. Segundo um correligionário da capital, o
empreiteiro integra o quadro partidário da legenda desde a fundação, em 1988, e
foi um dos fundadores do diretório zonal no bairro do Butantã, zona oeste da
cidade.
Cinco anos antes, em 1983, Mayer
criou a Saenge Engenharia que, de 1995 até hoje, já fechou R$ 998,6 milhões em
contratos com a Sabesp, diretamente ou por meio de consórcios com outras
empresas. Uma delas é a Gerentec Engenharia, que tem como sócio o engenheiro
Umberto Semeghini. Primo do secretário estadual de Gestão, Júlio Semeghini, ele
foi diretor da Sabesp de 2007 e janeiro deste ano, conforme revelou o JT na
semana passada. Em 1999, Gerentec e Saenge fecharam contrato de R$ 9 milhões
com a Sabesp.
Investigados
Luiz Arnaldo Pereira Mayer não é o único empreiteiro envolvido nas supostas fraudes em Campinas que tem contratos com a Sabesp. No último dia 11, o JT revelou o teor de escutas do MP que mostram o empresário Gregório Cerveira preocupado com o fato de o escândalo campineiro poder “contaminar” seu negócios com a Sabesp.
Luiz Arnaldo Pereira Mayer não é o único empreiteiro envolvido nas supostas fraudes em Campinas que tem contratos com a Sabesp. No último dia 11, o JT revelou o teor de escutas do MP que mostram o empresário Gregório Cerveira preocupado com o fato de o escândalo campineiro poder “contaminar” seu negócios com a Sabesp.
Cerveira tem participação na Hydrax,
na Camp Saneamento e em três consórcios que, juntos, possuem cerca de R$ 58
milhões em negócios com a estatal paulista. Para os promotores, essa
preocupação também pode ser uma “indício de ilicitudes” em contratos com a
Sabesp.
Sabesp
nega
Questionada sobre os contratos que
mantêm com a empresa de Luiz Arnaldo Mayer, a Sabesp informou, por meio de uma
nota enviada pela assessoria de imprensa, que “repudia as tentativas de
associar a empresa a investigações cujo alvo são outras companhias de
saneamento”. O Ministério Público investiga apenas os contratos suspeitos da
Sanasa, em Campinas.
A companhia ainda ressaltou que, em 8
de dezembro de 2009, representou contra a Saenge Engenharia junto à Secretaria
de Direito Econômico do Ministério da Justiça devido à suspeita de formação de
cartel para fraudar licitação das obras do Lote 3 do Sistema Produtor de Água
Mambu/Branco da Baixada Santista.
De acordo com a Sabesp, em fevereiro
de 2010, o contrato com a Saenge foi suspenso e um processo administrativo para
anulação da licitação foi instaurado. Em junho de 2010, o processo foi
concluído e a Saenge foi punida com a proibição de participar de licitações
realizadas pela Sabesp durante o período de um ano.
Tucanos
não conhecem empresário
O JT tentou falar com o empresário
Luiz Arnaldo Mayer, mas não obteve sucesso. A advogada que o representa no caso
de Campinas, Maria José Ferreira da Costa, disse que não está autorizada a
falar sobre os contratos da empreiteira de Mayer com a Sabesp.
Em contato com a Saenge, a reportagem
foi informada que Mayer não estava no local. O JT deixou recado para ele entrar
em contato, mas não houve retorno.
Por meio da assessoria, o secretário
estadual de Desenvolvimento Metropolitano, Edson Aparecido, eleito deputado
federal pelo PSDB, reiterou que “não conhece” Mayer, apesar de o empresário ser
filiado ao mesmo partido.
O deputado federal Ricardo Trípoli
(PSDB) disse que “nunca ouviu falar” a respeito do empresário tucano e que não
sabia que seu nome havia sido citado em escutas feitas pelo Ministério Público.
Outro citado, o ex-presidente
municipal do PSDB José Henrique Reis Lobo também negou conhecer Mayer. “Não sei
quem ele é e não sei se ele é do PSDB”, disse. O nome de Mayer aparece na lista
de filiados tucanos no site do diretório municipal da sigla.
(Foto: Reuters)
O extremista Andres Behring Breivik,
autor dos ataques no centro de Oslo e na Ilha de Utoya, organizou um
“manifesto” de 1.500 páginas, publicado antes da tragédia de sexta-feira. Nele,
o atirador afirma pertencer a uma nova Ordem dos Templários que prega o
fundamentalismo católico e tem membros e diversos países da Europa. Além de ter
confessado os crimes, ele disse que os atentados foram planejados por 18 meses.
O número de mortos chegou a 93.
No documento e em um diário escrito
nos últimos três meses, ele diz não ter o apoio de colaboradores. Intitulado
Declaração Europeia de Independência – 2083, o texto tem na capa uma cruz dos
templários, símbolo da extinta ordem religiosa e militar da Igreja que
participou das Cruzadas.
Breivik diz que a organização foi
fundada em Londres, em abril de 2002, por militantes de nove países. A milícia
teria sido batizada de “Novos Pobres Cavaleiros de Cristo”. De acordo com ele,
o grupo luta pela formação de uma frente de combate na Europa Ocidental nos
próximos 20 anos.
Ele a descreve como uma “ organização
pan-europeia”, parte do “movimento patriótico nacional dos países da Europa”.
“A ordem é uma manifestação inicial da luta, fase de uma guerra civil na Europa
Ocidental.” Segundo Geir Lippestad, advogado do atirador, seu cliente queria
que os ataques causassem um “revolução anti-islâmica” na Noruega.
Ainda no documento, Breivik critica o
multiculturalismo e a imigração. “Um alvo prioritário é a reunião anual do
Partido Trabalhista”, escreveu ele, antecipando o ataque à Ilha de Utoya.
O criminoso revelou que a ação vinha
sendo planejada desde 2009. Breivik usou munição de expansão, que se fragmentam
em contato com o alvo. Tinha total conhecimento sobre o poder destrutivo do
armamento, porque foi treinado em um clube de tiro da Noruega. Médicos que
atenderam as primeiras vítimas disseram que nunca haviam visto ferimentos tão
graves.
Ele também detalhou os planos do
atentado, informando como montou uma empresa de fachada para comprar
agrotóxicos e como usou fertilizantes para fabricar explosivos, com os quais
pretendia matar 4.848 pessoas” na Noruega.
Para o extremista, “o uso do
terrorismo é um meio de despertar as massas”. “Serei lembrado como o maior
monstro nazista desde a 2.ª Guerra”, disse. No fim, ele termina de maneira
profética. “Acho que será minha última anotação”, menciona Breivik, ao lado da
hora (12h51) e da data (22 de julho) – três horas antes da explosão em Oslo.
Embora tenha dito que agiu sozinho, a polícia ainda investiga a ação de um
cúmplice.
Andrei Netto, de Oslo
Lula já percorre País para vetar
prévias no PT e negociar as alianças de 2012
Em uma estratégia
negociada com a presidente Dilma Rousseff, petista tem conversado com aliados,
sobretudo nas capitais, para assegurar pactos contra os tucanos; em São Paulo,
ex-presidente está disposto a bancar nome de Fernando Haddad
Vera Rosa / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é contra a realização de
prévias no PT para a escolha de candidatos às prefeituras, em 2012, e já trabalha
para evitar a prática. Lula avalia que o modelo com voto dos filiados,
tradicional no partido, deixa sequelas na disputa e mais atrapalha do que ajuda
na atual temporada de costumes políticos pragmáticos. Em viagens pelo País,
Lula já está articulando candidaturas e alianças com o PT.
Em São Paulo, ele está disposto a bancar a candidatura do ministro da
Educação, Fernando Haddad, à revelia do PT. Pouco afeito a gestões políticas,
Haddad enfrenta resistências na seara petista.
O empenho de Lula para varrer as prévias do mapa eleitoral não vale só
para São Paulo. Ele combinou com a presidente Dilma Rousseff que cuidaria da
montagem dos palanques nas principais capitais e enquadraria o PT. Aliancista,
Lula avalia que o PT só deve apresentar candidato onde tiver reais chances de
ganhar. Caso contrário, recomenda ceder a cabeça da chapa para uma outra
legenda.
"Em determinadas situações, precisamos juntar todos os diferentes
para enfrentar os antagônicos", diz o ex-presidente. "Quem tem
responsabilidade com o projeto nacional faz suas contas olhando para o
futuro", observa o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT).
Novidade. Em São Paulo, Lula avalia que é preciso um nome novo na praça
para enfrentar a "máquina" da Prefeitura, comandada por Gilberto
Kassab (fundador do PSD), e também do governo, dirigido por Geraldo Alckmin
(PSDB).
Além disso, há o
fator Gabriel Chalita, deputado que migrou do PSB para o PMDB e assusta os
petistas.
A senadora Marta Suplicy (PT-SP) está na frente nas pesquisas, postula a
indicação do partido para concorrer à Prefeitura de São Paulo - que já
administrou de 2001 a 2004 - e acha que é a única em condições de derrotar José
Serra (PSDB), apesar de enfrentar alto índice de rejeição.
"Serra diz que não vai ser candidato, mas vai. Seria uma boa
oportunidade para uma revanche", afirma ela, que perdeu a eleição para o
tucano, em 2004.
Marta foi surpreendida pela movimentação de Lula, ficou contrariada, mas
não crê que a candidatura de Haddad seja fato consumado. De qualquer forma, não
pretende disputar prévia.
Há, porém, quem prometa defender esse método até o fim, caso não haja
acordo.
Ex-marido de Marta, o senador Eduardo Suplicy (SP) quer agora concorrer
novamente à Prefeitura de São Paulo, cargo que já disputou em 1985 e 1992.
"Por onde passo, todos me perguntam por que eu não sou candidato.
Eu me disponho a ser e considero as prévias o mecanismo mais democrático do
PT", insiste Suplicy, que praticamente obrigou o ex-presidente Lula a
disputar com ele uma dessas primárias para definição do candidato ao Planalto,
em 2002.
Trincheira. Na prática, porém, Lula está de olho em 2014 ao promover
articulações políticas para a eleição do ano que vem.
"Não basta falar mal dos tucanos na véspera da eleição. Se a gente
trabalhar direito, o Estado de São Paulo ficará pronto para a gente governar em
2014 e teremos um palanque forte para a Dilma", afirmou Lula no encontro
estadual do PT, em Sumaré (SP), no mês passado.
"São Paulo virou a trincheira da oposição ao nosso projeto nacional
e é a nossa prioridade", argumenta o presidente do PT paulista, Edinho
Silva.
O PT quer desbancar o PSDB, que ocupa há 16 anos o governo de São Paulo,
mas está dividido. Até mesmo o grupo de Marta rachou e dois de seus
ex-secretários - os deputados Jilmar Tatto e Carlos Zarattini - também são
pré-candidatos à Prefeitura.
Antes cotado, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante,
não deve entrar no páreo. Mercadante foi o candidato do PT ao governo de São
Paulo em 2010.
Dificuldades. O quadro, porém, não é fácil para o PT nos maiores
colégios eleitorais do País.
Além de São Paulo,
o partido está cindido em Minas Gerais, não sabe que rumo seguir no Rio Grande
do Sul e muito menos em Fortaleza, Recife e Curitiba.
Para completar, o Supremo Tribunal Federal (STF) prevê o julgamento dos
réus do mensalão - maior escândalo do governo Lula, revelado em 2005 - para o
primeiro semestre de 2012.
O PT teme que o escândalo de 2005 seja ressuscitado, dê munição aos
adversários e contamine a disputa.
Em conversas com petistas e com a própria presidente Dilma Rousseff,
Lula também prometeu atuar para desmontar o que chama de "farsa" do
mensalão. Até agora, porém, o ex-presidente não deixou claro quais serão suas
ações e sua estratégia.
Mesmo depois de deixar o Palácio do Planalto, o ex-presidente nunca
disse quem o traiu.
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