PM identifica envolvidos em filmagem de suspeitos agonizantes


ANDRÉ CARAMANTE

DE SÃO PAULO
A Polícia Militar identificou dez policiais militares que estavam no local onde dois homens feridos foram filmados agonizando. Eles são do 38º Batalhão e um deles gravou as imagens, diz a PM. Seus nomes não foram divulgados. O vídeo foi publicado pela Folha.com nesta quarta-feira.
"Estrebucha!", diz PM a baleado agonizante; assista
No vídeo, é possível ouvir: "Filho da puta, você não morreu ainda? Olha pra cá! Maldito. Não morreu ainda". A câmera mostra então uma cena forte: um homem pardo, caído, espumando pela boca, com a roupa ensopada de sangue.
Segundo a polícia o caso ocorreu no dia 9 de maio de 2008, no Parque São Rafael, zona leste de São Paulo.
Os homens teriam sido feridos por um guarda civil. Acionada, a PM enviou quatro carros e dez homens para o local.
O homem que aparece espumando pela boca no vídeo é Tiago Silva de Oliveira, e era suspeito de ter roubado R$ 525, dois celulares e um talão de cheques.
Segundo a PM, ele chegou a ser socorrido ao hospital de Sapopemba, mas morreu três dias depois.
O outro homem ferido que aparece no vídeo tem 16 anos e não teve seu nome divulgado. Segundo a PM ele está vivo e foi ouvido sobre o caso hoje.
O major Levi Félix, da Corregedoria da PM, afirmou que o fato de o caso ter ocorrido em 2008 não minimiza sua gravidade.
As cenas estão nas mãos da cúpula da Segurança Pública paulista há duas semanas.
RESISTÊNCIAS
Entre janeiro e junho deste ano, 334 pessoas foram mortas por PMs (em serviço ou não) no Estado de São Paulo. A média diária é de 1,85. Desse total, 241 óbitos ocorreram em casos de "resistência seguida de morte em serviço". No mesmo período, o número de policiais militares mortos (em serviço ou não) foi de 25.
*
ATENÇÃO: o vídeo a seguir contém imagens agressivas
"Filho da puta, você não morreu ainda? Olha pra cá! Maldito. Não morreu ainda", diz uma das vozes, enquanto a imagem, em close, mostra a cena forte: um homem pardo, caído, espumando pela boca. Os olhos dele estão paralisados, em choque, com as pupilas dilatadas. A roupa está ensopada de sangue.
Ao fundo, é possível ouvir uma comunicação entre carros da polícia e os nomes Copom (Central de Operações da Polícia Militar) e Rota, grupo especial da PM paulista. Há um veículo Astra, de cor azul, com as portas abertas. Veja, abaixo, as imagens relatadas.

Postar um comentário

0 Comentários