O sistema evitará fraudes como às trazidas à tona por investigação policial
Carla de Campos
Agência BOM DIA
Após a denúncia de
fraudes e do esquema de corrupção dentro do CHS (Conjunto Hospitalar de
Sorocaba), envolvendo o pagamento de plantões fantasma, a Secretaria de Estado
da Saúde vai endurecer o sistema de controle de funcionários.
Nesta sexta-feira (23),
o interventor e agora também diretor do CHS, Luis Cláudio Azevedo Silva,
afirmou que a frequência dos funcionários será monitorada por um circuito
interno de câmeras de TV ligadas a uma central.
Esta medida faz parte
do plano de ação que contempla a melhoria na parte estrutural do maior
hospital da região. A ação abrange ainda a revitalização de todo o
prédio.
O CHS está preparando
o edital de licitação, que deve ser concluído até outubro. A previsão, segundo
o diretor, é de que o sistema esteja em funcionamento já no primeiro
semestre de 2012. “As câmera auxiliam mas é preciso também ter um sistema
de gestão eficiente destes dados”, diz, lembrando que a
medida favorece a segurança do hospital.
O eixo das
denúncias que desencadeou a Operação Hipócrates, em junho passado, foi
justamente o pagamento indevido a médicos e funcionários que não cumpriam a
escala dos plantões. Doze pessoas chegaram a ser presas, entre elas o diretor
da época, Heitor Consani, o ex-diretor Ricardo José Salim e o ex-diretor regional
de Saúde, Antonio Carlos Nasi. Todos prestaram depoimentos na delegacia do
Grupo Antissequestro de Sorocaba, com a presença dos promotores do Gaeco (Grupo
de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), e já estão em liberdades.
Folha de pagamento/Outra medida já em vigor para o controle da atuação dos
funcionários é a análise crítica da folha de pagamento. O registro de ponto do
funcionário é cruzado com a produção dos médicos e outros profissionais para
checar se realmente o serviço foi prestado.“Se a gente percebe algum indício de
irregularidade, com a inconsistência entre o ponto e a produção, vamos
investigar a fundo”, explica.
Enquanto as câmeras
não são instaladas, o controle de acesso de funcionários é realizado por
meio de ponto eletrônico, uma medida que só passou a vigorar após a denúncia de
irregularidades.
Mutirão aos fins de semana para zerar a fila
de cirurgias
Até o final deste ano,
o CHS passa a realizar, aos finais de semana, mutirões de cirurgias eletivas,
caracterizadas pela possibilidade de agendamento. O objetivo, explica o
diretor Luis Claudio de Azevedo Silva, é reduzir a gigantesca fila de espera.
Segundo ele, ainda não é possível precisar o volume de pacientes que
estão nesta situação pois ainda está sendo realizado um levantamento real da
demanda que hoje, por exemplo, aponta a pendência de cirurgias desde 2002.
“Tinhamos um mecanismo
falho de controle. Então, ainda não conseguimos de fato identificar a demanda
que está acumulado na estrutura. Provavelmente esta pessoa já arrumou
outra solução e não foi dada baixa na fila”, analisa o diretor.
O aumento no número de
cirurgias está diretamente ligado à ampliação nos leitos de UTI, que agora
passam de 10 para 30, em um universo de quase 400 leitos comuns. Segundo
Azevedo, já existe espaço físico dentro do Conjunto Hospital para a
implantação dos novos leitos. “Agora só falta constituir a equipe
multidisciplinar”, afirma.
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