Carolina Santana
carolina.santana@jcruzeiro.com.br
Manifestações em portas de fábricas, nas ruas da Zona Industrial e até greves por tempo indeterminado podem acontecer a partir desta terça-feira em Sorocaba. Os metalúrgicos - que têm a data base em 1º de setembro - ainda estão em campanha salarial e para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (Smetal), Ademilson Terto da Silva, os protestos são a única forma de pressionar a base patronal que, segundo ele, dificulta as negociações.
Uma reunião entre representantes dos trabalhadores e das entidades patronais será realizada nesta segunda, em São Paulo, para discutir propostas para o grupo três, que engloba autopeças, forjaria e o setor de parafusos. Terto explica que a categoria é dividida em seis grupos definidos de acordo com as atividades exercidas. Durante a semana, outros grupos também devem dar sequência às negociações salariais.
O sindicalista destaca que uma assembleia com os trabalhadores da região, realizada no início do mês, aprovou paralisações a partir de hoje. "Vamos esperar o resultado dessa reunião para podermos traçar as estratégias de atuação", pondera o presidente. Tendo como base o acordo feito com as montadoras, os metalúrgicos pedem aumento de 10% e melhoria das chamadas cláusulas sociais. Terto explica que as entidades patronais, na última quinta-feira, ofereceram reajuste de 8,5%, valor rejeitado pela categoria. As negociações acontecem sempre na região da Grande São Paulo e dirigentes de Sorocaba participam das reuniões.
Até agora, apenas o grupo das montadoras já têm um acordo fechado que foi 10% de reajuste e abono de R$ 2.500. O acordo é válido por dois anos e foi aprovado nas regiões do ABC, Taubaté e São Carlos no final de semana. No ABC, cerca 10 mil metalúrgicos participaram da votação que ocorreu no dia 28 de agosto, domingo.
44 mil metalúrgicos na região
Na regional, formada por 13 cidades, são mais de 44 mil metalúrgicos e uma possível paralisação, comenta Terto, traria grandes prejuízos para a economia local. "A gente pode, de repente, escolher a Castelinho para fazer nossas manifestações, isso já foi feito anteriormente", afirma o presidente. O calendário de protestos, diz ele, não é divulgado com antecedência para dificultar ações patronais no sentido de coibir as manifestações dos trabalhadores.
Durante a semana passada, algumas manifestações em porta de fábrica foram realizadas e, com o carro de som, sindicalistas falaram sobre a campanha salarial aos metalúrgicos que chegavam ou saiam do trabalho. O site da categoria (www.smetal.org.br) informa que nos últimos dias foram feitas assembleias de mobilização na Jaraguá, ZF, Difran, Wobben, Prysmian, Tecforja, Tecsis e Bardella.
A reivindicação de 10% de reajuste é feita com base na negociação das montadoras, que é um dos grupos da categoria. "Os patrões estão alegando que o País passa por um momento de desindustrialização, mas sabemos que as fábricas estão a todo vapor. De qualquer maneira, não é o trabalhador quem vai pagar a conta", reclamou o sindicalista. Segundo ele, as entidades patronais estão classificando o valor do reajuste pedido como "agressivo".
Redução da jornada, aumento de empregos
Uma reivindicação antiga dos trabalhadores da indústria é reduzir a jornada de trabalho semanal de 44 para 40 horas mas sem haver perdas salariais. Terto diz que esta seria uma forma de aumentar o número de empregos gerados pelo setor. No ano passado, os sindicatos ligados à Federação dos Sindicatos dos Metalúrgicos (FEM/CUT) prometeram intensificar a campanha. Apesar disto, Terto diz ser favorável à negociações separadas.
Segundo ele, o mais provável é que a questão fique para ser discutida depois do aumento salarial. "Acredito que se formos votar o índice de reajuste e a redução da jornada juntos, um vai travar o outro", pondera Terto. Então, afirma ele, depois da campanha salarial, será a vez das negociações envolvendo a jornada de trabalho da categoria. A FEM/CUT representa 14 sindicatos de metalúrgicos do Estado de São Paulo, incluindo a região de Sorocaba.
carolina.santana@jcruzeiro.com.br
Manifestações em portas de fábricas, nas ruas da Zona Industrial e até greves por tempo indeterminado podem acontecer a partir desta terça-feira em Sorocaba. Os metalúrgicos - que têm a data base em 1º de setembro - ainda estão em campanha salarial e para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (Smetal), Ademilson Terto da Silva, os protestos são a única forma de pressionar a base patronal que, segundo ele, dificulta as negociações.
Uma reunião entre representantes dos trabalhadores e das entidades patronais será realizada nesta segunda, em São Paulo, para discutir propostas para o grupo três, que engloba autopeças, forjaria e o setor de parafusos. Terto explica que a categoria é dividida em seis grupos definidos de acordo com as atividades exercidas. Durante a semana, outros grupos também devem dar sequência às negociações salariais.
O sindicalista destaca que uma assembleia com os trabalhadores da região, realizada no início do mês, aprovou paralisações a partir de hoje. "Vamos esperar o resultado dessa reunião para podermos traçar as estratégias de atuação", pondera o presidente. Tendo como base o acordo feito com as montadoras, os metalúrgicos pedem aumento de 10% e melhoria das chamadas cláusulas sociais. Terto explica que as entidades patronais, na última quinta-feira, ofereceram reajuste de 8,5%, valor rejeitado pela categoria. As negociações acontecem sempre na região da Grande São Paulo e dirigentes de Sorocaba participam das reuniões.
Até agora, apenas o grupo das montadoras já têm um acordo fechado que foi 10% de reajuste e abono de R$ 2.500. O acordo é válido por dois anos e foi aprovado nas regiões do ABC, Taubaté e São Carlos no final de semana. No ABC, cerca 10 mil metalúrgicos participaram da votação que ocorreu no dia 28 de agosto, domingo.
44 mil metalúrgicos na região
Na regional, formada por 13 cidades, são mais de 44 mil metalúrgicos e uma possível paralisação, comenta Terto, traria grandes prejuízos para a economia local. "A gente pode, de repente, escolher a Castelinho para fazer nossas manifestações, isso já foi feito anteriormente", afirma o presidente. O calendário de protestos, diz ele, não é divulgado com antecedência para dificultar ações patronais no sentido de coibir as manifestações dos trabalhadores.
Durante a semana passada, algumas manifestações em porta de fábrica foram realizadas e, com o carro de som, sindicalistas falaram sobre a campanha salarial aos metalúrgicos que chegavam ou saiam do trabalho. O site da categoria (www.smetal.org.br) informa que nos últimos dias foram feitas assembleias de mobilização na Jaraguá, ZF, Difran, Wobben, Prysmian, Tecforja, Tecsis e Bardella.
A reivindicação de 10% de reajuste é feita com base na negociação das montadoras, que é um dos grupos da categoria. "Os patrões estão alegando que o País passa por um momento de desindustrialização, mas sabemos que as fábricas estão a todo vapor. De qualquer maneira, não é o trabalhador quem vai pagar a conta", reclamou o sindicalista. Segundo ele, as entidades patronais estão classificando o valor do reajuste pedido como "agressivo".
Redução da jornada, aumento de empregos
Uma reivindicação antiga dos trabalhadores da indústria é reduzir a jornada de trabalho semanal de 44 para 40 horas mas sem haver perdas salariais. Terto diz que esta seria uma forma de aumentar o número de empregos gerados pelo setor. No ano passado, os sindicatos ligados à Federação dos Sindicatos dos Metalúrgicos (FEM/CUT) prometeram intensificar a campanha. Apesar disto, Terto diz ser favorável à negociações separadas.
Segundo ele, o mais provável é que a questão fique para ser discutida depois do aumento salarial. "Acredito que se formos votar o índice de reajuste e a redução da jornada juntos, um vai travar o outro", pondera Terto. Então, afirma ele, depois da campanha salarial, será a vez das negociações envolvendo a jornada de trabalho da categoria. A FEM/CUT representa 14 sindicatos de metalúrgicos do Estado de São Paulo, incluindo a região de Sorocaba.
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