Lippi disse que a crítica é fruto da imaginação do ex-secretário e afirmou que a 'maturidade vem com o tempo'
Marcelo Andrade
marcelo.andrade@jcruzeiro.com.br
O ex-secretário de Planejamento e Gestão de Sorocaba, Rodrigo Moreno, afirmou ter deixado o governo do prefeito Vitor Lippi sob a acusação de ter sofrido "patrulhamento ideológico" e que lhe "tiraram o direito de ter opinião", após ter manifestado a opção pela pré-candidatura do ex-prefeito e ex-deputado Flávio Chaves à sucessão municipal pelo ninho tucano. Ele já sinalizou que deverá deixar o PSDB, onde ocupa o cargo de secretário executivo. O prefeito Vitor Lippi, que nomeou o vice-prefeito José Aílton Ribeiro para assumir interinamente a pasta, rebateu as críticas feitas por Moreno ao dizer que o sentimento de seu ex-braço-direito de que teria sido discriminado é "fruto de sua imaginação" e que a "maturidade vem com o tempo". Já o presidente do PSDB reconheceu que o momento é delicado e disse que ainda não teve a oportunidade de falar com ambos e que isso deverá acontecer nos próximos dias.
Rodrigo Moreno, um dos principais articuladores da campanha à reeleição de Lippi, pediu exoneração na tarde da última quinta-feira, após uma série de divergências dentro do partido, sendo que clima esquentou após Moreno ter demonstrado descontentamento com as discussões internas do ninho. As divergências, conforme já havia revelado o Cruzeiro do Sul, na coluna Informação Livre, se intensificaram após Moreno ter defendido a pré-candidatura do ex-prefeito Flávio Chaves à sucessão de Lippi. Chaves, que foi o primeiro a anunciar sua pré-candidatura pelo PSDB, justamente no dia em que Benedito Carlos Pascoal assumiu a presidência do diretório municipal, no dia 12 de março.
Na quinta-feira, o fato se confirmou com o pedido de exoneração em "caráter irrevogável". Ainda na noite de quinta, a Secretaria de Comunicação do Paço chegou a emitir nota oficializando a saída de Moreno e limitou-se a informar que o prefeito se manifestaria ontem. Ontem, Moreno divulgou uma nota, intitulada "Momento de reflexão e decisão" na qual expõe os motivos que o teriam levado a deixar o cargo e que deverá levá-lo a se desfiliar do PSDB. Nela, ele não poupa críticas à atuação política de Lippi e acusa de ter sido alvo de patrulhamento ideológico e ter sua manifestação cerceada. "Não é segredo que fiz opção pela candidatura do ex-prefeito e ex-deputado Flávio Chaves, homem que admiro por seus valores e ideais e que inegavelmente está, por seu legado, qualificado para mais uma vez dirigir os destinos de nossa cidade. E a esse respeito, me foi tirado o direito de ter opinião, e de manifestá-la", ressaltou e completou: "Estive ao seu lado (Lippi) nos momentos mais adversos, e essa é a maior prova de lealdade que poderia ter demonstrado ao prefeito Vitor Lippi."
Ainda em nota, Moreno diz que nos últimos quatro meses percebeu que Lippi teria feito outras opções e conduzido o rumo da sucessão municipal por um caminho que ele (Moreno) entende não ser coerente com o que imagina ser a continuidade do crescimento que tem testemunhado. "Repudio o patrulhamento ideológico, principalmente numa democracia cujas páginas estamos escrevendo. Por delitos de opinião muitos já pagaram em tempos de amarga lembrança. Estou convicto que o binômio "ética e parceria" significa muito mais do que letras estampadas numa placa de metal. Particularmente, prefiro carregá-los em meu coração", criticou.
Fora do PSDB e imaturidade
Ao destacar que sua saída do governo teria sido fruto de ampla reflexão, acabou por revelar que também deverá deixar o PSDB: "Por isso tudo, depois de muito refletir e discutir com os mais próximos a mim, que compartilham dessa visão de futuro para Sorocaba, tomei a difícil decisão de deixar o governo do prefeito Vitor Lippi e, também, muito provavelmente o PSDB, onde desempenho o cargo de Secretário Executivo. Faço isso para me manter alinhado com minha consciência e não ser empecilho a nenhum projeto que visa um futuro para Sorocaba do qual eu não compartilho. Foram sete anos ao lado do prefeito Vitor Lippi, mas diante de suas escolhas, não podemos mais caminhar juntos neste momento", disse.
Ao finalizar a nota, Rodrigo alega que não tem planos imediatos, referindo-se a filiação a determinado partido. "(...) mas seguirei fazendo política, pois acredito que esse é o mais legítimo dos instrumentos democráticos para a verdadeira transformação da sociedade. Mas farei política ao lado daqueles que prezam e cultivam a essência do companheirismo", finalizou.
O prefeito Vitor Lippi não quis atender a imprensa para se manifestar sobre o assunto e decidiu, na tarde de ontem, encaminhar uma nota na qual dava conta da nomeação do vice-prefeito para assumir a pasta deixada por Moreno. Ainda nessa nota, o prefeito destaca que José Aílton já acompanha diariamente todos os programas desenvolvidos pela Secretaria de Planejamento e Gestão e dará continuidade aos projetos prioritários, sem nenhum prejuízo aos cronogramas e metas estabelecidas. E, ao lamentar a saída de Moreno, não poupou afagos ao que chamou de "grande colaborador".
Porém, ao ser questionado sobre o conteúdo da nota em tom crítico de Moreno, Lippi, cerca de um hora depois, encaminhou outra nota, desta vez rebatendo as acusações na mesma proporção. "As opções políticas são democráticas e tenho sido criticado exatamente porque tenho tolerância e aceito a convivência de pensamentos e, às vezes, até de opções, por respeito às pessoas. Não faço patrulhamento ideológico ou discrimino pessoas e, às vezes, pago caro por isso", disse Lippi, que continuou: "Não queria de forma nenhuma que nosso jovem ex-secretário nos deixasse, pois reconheço suas qualidades e dedicação ao trabalho. E tenho grande gratidão por isso. Nosso jovem ex-secretário tem todo o direito de fazer sua opção política no partido, que eu respeito, como eu também posso e devo ter minhas posições políticas. Seu sentimento de que foi discriminado é fruto de sua imaginação, pois, volto a dizer, isto não aconteceu. A maturidade vem com o tempo"
marcelo.andrade@jcruzeiro.com.br
O ex-secretário de Planejamento e Gestão de Sorocaba, Rodrigo Moreno, afirmou ter deixado o governo do prefeito Vitor Lippi sob a acusação de ter sofrido "patrulhamento ideológico" e que lhe "tiraram o direito de ter opinião", após ter manifestado a opção pela pré-candidatura do ex-prefeito e ex-deputado Flávio Chaves à sucessão municipal pelo ninho tucano. Ele já sinalizou que deverá deixar o PSDB, onde ocupa o cargo de secretário executivo. O prefeito Vitor Lippi, que nomeou o vice-prefeito José Aílton Ribeiro para assumir interinamente a pasta, rebateu as críticas feitas por Moreno ao dizer que o sentimento de seu ex-braço-direito de que teria sido discriminado é "fruto de sua imaginação" e que a "maturidade vem com o tempo". Já o presidente do PSDB reconheceu que o momento é delicado e disse que ainda não teve a oportunidade de falar com ambos e que isso deverá acontecer nos próximos dias.
Rodrigo Moreno, um dos principais articuladores da campanha à reeleição de Lippi, pediu exoneração na tarde da última quinta-feira, após uma série de divergências dentro do partido, sendo que clima esquentou após Moreno ter demonstrado descontentamento com as discussões internas do ninho. As divergências, conforme já havia revelado o Cruzeiro do Sul, na coluna Informação Livre, se intensificaram após Moreno ter defendido a pré-candidatura do ex-prefeito Flávio Chaves à sucessão de Lippi. Chaves, que foi o primeiro a anunciar sua pré-candidatura pelo PSDB, justamente no dia em que Benedito Carlos Pascoal assumiu a presidência do diretório municipal, no dia 12 de março.
Na quinta-feira, o fato se confirmou com o pedido de exoneração em "caráter irrevogável". Ainda na noite de quinta, a Secretaria de Comunicação do Paço chegou a emitir nota oficializando a saída de Moreno e limitou-se a informar que o prefeito se manifestaria ontem. Ontem, Moreno divulgou uma nota, intitulada "Momento de reflexão e decisão" na qual expõe os motivos que o teriam levado a deixar o cargo e que deverá levá-lo a se desfiliar do PSDB. Nela, ele não poupa críticas à atuação política de Lippi e acusa de ter sido alvo de patrulhamento ideológico e ter sua manifestação cerceada. "Não é segredo que fiz opção pela candidatura do ex-prefeito e ex-deputado Flávio Chaves, homem que admiro por seus valores e ideais e que inegavelmente está, por seu legado, qualificado para mais uma vez dirigir os destinos de nossa cidade. E a esse respeito, me foi tirado o direito de ter opinião, e de manifestá-la", ressaltou e completou: "Estive ao seu lado (Lippi) nos momentos mais adversos, e essa é a maior prova de lealdade que poderia ter demonstrado ao prefeito Vitor Lippi."
Ainda em nota, Moreno diz que nos últimos quatro meses percebeu que Lippi teria feito outras opções e conduzido o rumo da sucessão municipal por um caminho que ele (Moreno) entende não ser coerente com o que imagina ser a continuidade do crescimento que tem testemunhado. "Repudio o patrulhamento ideológico, principalmente numa democracia cujas páginas estamos escrevendo. Por delitos de opinião muitos já pagaram em tempos de amarga lembrança. Estou convicto que o binômio "ética e parceria" significa muito mais do que letras estampadas numa placa de metal. Particularmente, prefiro carregá-los em meu coração", criticou.
Fora do PSDB e imaturidade
Ao destacar que sua saída do governo teria sido fruto de ampla reflexão, acabou por revelar que também deverá deixar o PSDB: "Por isso tudo, depois de muito refletir e discutir com os mais próximos a mim, que compartilham dessa visão de futuro para Sorocaba, tomei a difícil decisão de deixar o governo do prefeito Vitor Lippi e, também, muito provavelmente o PSDB, onde desempenho o cargo de Secretário Executivo. Faço isso para me manter alinhado com minha consciência e não ser empecilho a nenhum projeto que visa um futuro para Sorocaba do qual eu não compartilho. Foram sete anos ao lado do prefeito Vitor Lippi, mas diante de suas escolhas, não podemos mais caminhar juntos neste momento", disse.
Ao finalizar a nota, Rodrigo alega que não tem planos imediatos, referindo-se a filiação a determinado partido. "(...) mas seguirei fazendo política, pois acredito que esse é o mais legítimo dos instrumentos democráticos para a verdadeira transformação da sociedade. Mas farei política ao lado daqueles que prezam e cultivam a essência do companheirismo", finalizou.
O prefeito Vitor Lippi não quis atender a imprensa para se manifestar sobre o assunto e decidiu, na tarde de ontem, encaminhar uma nota na qual dava conta da nomeação do vice-prefeito para assumir a pasta deixada por Moreno. Ainda nessa nota, o prefeito destaca que José Aílton já acompanha diariamente todos os programas desenvolvidos pela Secretaria de Planejamento e Gestão e dará continuidade aos projetos prioritários, sem nenhum prejuízo aos cronogramas e metas estabelecidas. E, ao lamentar a saída de Moreno, não poupou afagos ao que chamou de "grande colaborador".
Porém, ao ser questionado sobre o conteúdo da nota em tom crítico de Moreno, Lippi, cerca de um hora depois, encaminhou outra nota, desta vez rebatendo as acusações na mesma proporção. "As opções políticas são democráticas e tenho sido criticado exatamente porque tenho tolerância e aceito a convivência de pensamentos e, às vezes, até de opções, por respeito às pessoas. Não faço patrulhamento ideológico ou discrimino pessoas e, às vezes, pago caro por isso", disse Lippi, que continuou: "Não queria de forma nenhuma que nosso jovem ex-secretário nos deixasse, pois reconheço suas qualidades e dedicação ao trabalho. E tenho grande gratidão por isso. Nosso jovem ex-secretário tem todo o direito de fazer sua opção política no partido, que eu respeito, como eu também posso e devo ter minhas posições políticas. Seu sentimento de que foi discriminado é fruto de sua imaginação, pois, volto a dizer, isto não aconteceu. A maturidade vem com o tempo"
Nenhum comentário:
Postar um comentário