Barbiere acusa colega da Assembleia de SP de vender emenda

Barbiere acusa colega do PV de vender emenda em SP
Quase um mês após ter denunciado suposto esquema na Casa, deputado aponta nome de Dilmo dos Santos (PV), que nega acusação

Fernando Gallo, de O Estado de S.Paulo, e Fabio Serapião, do Jornal da Tarde
O deputado Roque Barbiere (PTB), pivô das acusações de venda de emendas na Assembleia Legislativa de São Paulo, apontou na terça-feira, 25, à noite, em discurso no plenário, o primeiro nome de um colega que seria suspeito de integrar o esquema. Trata-se de Dilmo dos Santos (PV), um dos membros do Conselho de Ética. Conforme o petebista, o parlamentar fez sete indicações negociadas para cidades do interior.
"A imprensa, sem que eu desse um nome, já podia investigar. Por exemplo, essa eu já assumo, o membro do Conselho de Ética José Dilmo mandou para a minha região sete emendas para fazer barracões, todas de R$ 150 mil, para caracterizar a carta-convite. Logicamente, só foi por isso", disse Barbiere. "A imprensa, não foi o deputado Roque Barbiere, foi a Lourdes (SP) entrevistar o prefeito Franklin. Perguntaram para que serviria o barracão. Ele disse que não sabia. Foram entrevistar o João, presidente da Câmara. Ele também disse que não sabia. O que significa? Que esse prefeito não correu atrás desta verba, ela foi oferecida a ele por alguém", disse.
Os barracões aos quais se referia são galpões multiuso indicados por Dilmo para cidades do interior. O único que o deputado verde admite ter saído de emenda da sua cota é o da cidade de Lourdes. Os outros, diz, foram indicações que fez ao governo, fora de sua cota.
Parte das informações trazidas à tona por Barbiere já haviam sido publicadas na imprensa.
O pivô das acusações ainda levantou suspeitas sobre a forma de contratação das empresas que, segundo ele, executam as obras. "Coincidentemente, três cartas-convite foram apresentadas pelo mesmo engenheiro. Isso é normal? Não é normal."
Convite. Barbiere voltou a sustentar que levará nomes e testemunhas ao Ministério Público e agradeceu o Conselho de Ética por tê-lo "convidado" a dar explicações. "Quero agradecer ao conselho que, por cortesia, me convidou em vez de convocar, pois se convoca bandido." Embora tenha ido à tribuna e prometa falar aos promotores, o deputado tem se recusado a comparecer ao Conselho de Ética, para o qual enviou um relato de diversas páginas em que não aponta nomes de parlamentares supostamente envolvidos no esquema.

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