FABIO SERAPIÃO
Por 5 votos a 2, a base governista na Assembleia Legislativa enterrou ontem as investigações no Conselho de Ética sobre o suposto esquema de vendas de emendas parlamentares denunciado pelo petebista Roque Barbiere. Agora, para que as investigações prossigam na Casa, resta à oposição tentar emplacar a CPI, faltam duas assinaturas.
Por 5 votos a 2, a base governista na Assembleia Legislativa enterrou ontem as investigações no Conselho de Ética sobre o suposto esquema de vendas de emendas parlamentares denunciado pelo petebista Roque Barbiere. Agora, para que as investigações prossigam na Casa, resta à oposição tentar emplacar a CPI, faltam duas assinaturas.
Votaram contra o requerimento de autoria de Campos Machado, pedindo que os trabalhos fossem encerrados e as informações coletadas enviadas ao Ministério Público Estadual (MPE), os petistas Marco Aurélio de Souza e Luiz Cláuido Marcolino. O presidente da comissão, Hélio Nishimoto (PSDB), não votou e o verde Dilmo dos Santos não compareceu.
Nem o fato de Roque Barbiere (PTB), em discurso no plenário, ter citado um nome, do deputado Dilmo do Santos (PV), que supostamente comercializa emendas, conseguiu reverter a manobra da base governista.
Nem o fato de Roque Barbiere (PTB), em discurso no plenário, ter citado um nome, do deputado Dilmo do Santos (PV), que supostamente comercializa emendas, conseguiu reverter a manobra da base governista.
Os integrantes da comissão ainda votaram a prorrogação dos trabalhos por mais 15 dias para que o relatório final seja votado. Entretanto, ainda falta definir quem será o relator, uma vez que o deputado designado para o cargo, José Bittencourt, migrou do PDT para o novo PSD.
O próprio autor do requerimento que deu fim ao Conselho de Ética, Campos Machado (PTB), não soube informar qual o conteúdo do relatório final a ser enviado ao MPE. “Se não tem, não tem nada, é outro problema”, afirmou Machado, antes de acusar os jornalistas de formularem perguntas “vergonhosas” e “cretinas”.
“O resumo do Conselho de Ética é ‘tutti buona gente’ e o resumo da sociedade em relação a não apuração é ‘tutti ladrone’, disparou o líder da Minoria na Casa, deputado João Paulo Rillo (PT), após classificar como “margherita/quatro queijos” o relatório que será encaminhado ao MPE. “Peço ao relator que não se esqueça do orégano”, completa.
O líder da bancada tucana, deputado Orlando Morando, sustenta que o “Conselho não tinha muito mais o que fazer”, mas lembra que ele pode ser acionado novamente caso o deputado Roque Barbiere cite nomes ao MPE.
CPI?
O Conselho de Ética – cujo objetivo seria investigar as denúncias de Roque Barbiere encerrou seus trabalhos tendo ouvido apenas uma pessoa, o deputado Major Olímpio.
Ao longo de um mês, dos 20 requerimentos apresentados ao Conselho, apenas três, relativos a convites, foram aprovados. Entre os convidados, apenas Major Olímpio foi pessoalmente dar explicações, o próprio Barbiere e o secretário de Meio Ambiente, Bruno Covas (PSDB), enviaram por escrito suas declarações.
Enterrado os trabalhos do Conselho de Ética, a oposição, liderada pela bancada petista, mira as duas assinaturas que faltam para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Como o JT antecipou na edição de ontem, o pivô do escândalo das emendas, deputado Roque Barbiere (PTB), assinou o pedido.
Para tentar pressionar os deputados da base a assinarem o pedido, a bancada petista e movimentos sociais organizaram uma manifestação em frente a Assembleia Legislativa. Cerca de 350 manifestantes pediram a instalação da CPI. Mesmo assim, até o final desta edição, os petistas ainda não haviam conquistado mais assinaturas.
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