Alunos da Escola Técnica Fernando Prestes fizeram na manhã de ontem mais uma manifestação. Assim como ocorreu no dia anterior, cerca de 600 alunos do ensino médio voltaram a se reunir no saguão da instituição, na tentativa de conversar com o diretor Paulo Germano. Duas viaturas da polícia foram chamadas para controlar um suposto desentendimento generalizado. O soldado Ferraz, da Polícia Militar, contou que ao chegar ao local foi constatado que os estudantes estavam reunidos e conversavam no interior da escola, mas nenhum tumulto foi observado. "Eles tinham umas reivindicações, mas era tudo pacífico. A gente permaneceu no local, apenas para garantir a segurança", relata. Enquanto os alunos acreditam que a direção da escola tenha chamado a polícia, Germano alega que a instituição não foi a responsável pela ligação e sugere que talvez algum aluno o tenha feito para gerar polêmica. Por causa da manifestação, os estudantes tiveram apenas algumas aulas. O diretor se recusou a receber os 600 alunos. Falou com dois representantes do grupo e afirmou que vai conversar com 75 líderes, cinco de cada classe, em assembleia marcada para a próxima segunda-feira, às 10h15.
O protesto de quarta-feira foi causado pelo fechamento de portões que davam acesso ao pátio. A medida tinha como intuito impedir a entrada de alunos que estariam pulando os muros da instituição. Porém, alunos que utilizavam uma "marmiteira" no pátio para guardar seus alimentos também não conseguiram acesso ao local. O diretor agora afirma que os portões não mais ficarão fechados. Sobre as reclamações que alunos e alguns pais fizeram a respeito de sua ausência na manifestação do dia 5 e em outros momentos, Germano afirma que encontra dificuldades para atender os 2.500 alunos nos três períodos de funcionamentos da instituição. Para o aluno do 3.º ano Klaus Zagato, 17 anos, as decisões da escola estavam sendo tomadas sem a participação dos estudantes. "Nós só éramos avisados das novas regras. Não tinha como sugerirmos outras soluções, outras maneiras para que as coisas fossem feitas. Nós queremos que as decisões sejam acordadas em uma assembléia que inclua pais e alunos", diz.
Oportunidade e insatisfação
O diretor Germano acredita que a reunião agendada será a oportunidade para que os alunos façam as suas reivindicações, que serão analisadas e depois debatidas no conselho da escola, que irá tomar as decisões. Há alunos que ainda estão insatisfeitos com a solução encontrada pela direção. "Nós concordamos que apenas representantes deveriam falar para organizar melhor, mas todos temos o direito de estar na assembléia e ouvir o que vai ser falado", reclama Laís Paiva, aluna do 3.º ano. Mas Germano acredita que não é adequado reunir os 600 alunos, pois a comunicação nessa situação seria impossível. "Ele se trancou na sala dele, não precisava fazer isso. Nós somos civilizados, só queremos conversar com ele", relata Gabriela Magalhães, aluna do 2.º ano. "Me senti ofendido ao ver os policias entrando na escola com cacetete. Não sei quem chamou a polícia, mas isso é uma escola", conta Marcos Vinícius,16 anos, aluno do 2.º ano.
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