06/01/2012

Alckmin quer apoio do PP de Maluf


JULIA DUAILIBI
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) pediu aos tucanos que se esforcem para manter o PP, do deputado federal e ex-prefeito Paulo Maluf, no arco de alianças eleitoral que ele articula para a disputa municipal de outubro. Em encontro no Palácio dos Bandeirantes na terça com o deputado Bruno Araújo (PE), que será o novo líder do partido na Câmara, Alckmin pediu ao parlamentar que se aproximasse da sigla, dona do quinto maior tempo de televisão no horário eleitoral gratuito, atrás do PT, PMDB, PSDB e DEM.
Alckmin quer que a bancada tucana tenha boa relação com o PP, num momento em que o DEM, principal aliado do PSDB, está fragilizado no Congresso após a perda de quadros para o PSD, partido criado pelo prefeito Gilberto Kassab. Sem um candidato natural no PSDB para disputar a eleição pela Prefeitura, Alckmin dedica-se à construção de arco de alianças que garanta tempo de TV para o nome que lançar.
Os secretários estaduais Andrea Matarazzo (Cultura), Bruno Covas (Meio Ambiente) e José Aníbal (Energia) e o deputado Ricardo Tripoli pretendem disputar prévias em março, mas Alckmin quer o ex-governador José Serra como candidato. Nos cálculos dos tucanos, o candidato do PSDB será competitivo se contar com o apoio do DEM e do PP, que garantiriam, pelo menos, cinco minutos em cada um dos dois blocos diários na propaganda eleitoral gratuita na televisão.
Maluf, hoje cortejado por Alckmin, era inimigo dos tucanos. Foi um dos principais adversários políticos do governador Mario Covas (1933-2001), de quem Alckmin é herdeiro político.
Para conseguir o apoio do PP na eleição de 2012, o governador contemplou a sigla com a presidência da CDHU (Companhia Habitacional de Desenvolvimento Urbano). Mas o partido quer aumentar a influência na companhia e nomear cargos para diretorias. Há, no entanto, resistência no PSDB, que controla a secretaria da Habitação, com Sílvio Torres, a quem a CDHU está ligada.
Nesta semana, reportagem da Folha de S. Paulo mostrou que moradias populares entregues pela empresa no interior do Estado têm problemas estruturais, como vazamentos e infiltração.
Apesar do foco no DEM e no PP, Alckmin trabalha ainda para atrair o PDT, o PTB e, principalmente, o PSB. Na reunião com Araújo, que deve assumir a liderança no mês que vem, ele disse também que fossem estreitados os laços com o PSB, que sofre investida de Kassab e integra a base do PT da presidente Dilma Rousseff no governo federal, mas ao mesmo tempo tem o deputado Márcio França, cacique estadual da sigla, na Secretaria de Turismo de Alckmin.
A tendência hoje é que o prefeito lance um candidato pelo seu PSD. Para viabilizar uma eventual candidatura, ele trabalha para ter o tempo de TV do PSB – pelo menos 2min30s diários na televisão. Também tenta atrair outro aliado dos tucanos, o PV.

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