Carro de ladrões envolvidos em tiroteio tinha R$ 1,7 mi


Folha de S.Paulo

A investigação sobre o tiroteio entre ladrões e PMs que anteontem resultou na morte do aposentado Balilla Argentieri, 73 anos, esbarrou em um fato inusitado: a polícia apreendeu R$ 1,7 milhão em espécie que, a princípio, não tem dono.
O dinheiro, em notas de pequeno valor, estava no Siena usado por quatro ladrões para roubar a empresa de segurança Noventa Graus, na Vila Leopoldina (zona oeste). Disfarçados de policiais, eles entraram na empresa e se preparavam para fugir quando foram surpreendidos pela PM.
Ao romper o cerco policial, os bandidos dispararam fuzis e pistolas. No tiroteio, dois deles foram mortos. Duas balas atingiram o aposentado Argentieri, que morreu.
O Siena usado pelos ladrões era o clone de um carro descaracterizado da Polícia Civil em Carapicuíba (Grande SP). Os outros dois criminosos que invadiram a Noventa Graus fugiram, mas sem conseguir levar 15 malotes com dinheiro que estavam no porta-malas do Siena.
O mistério sobre a propriedade do R$ 1,7 milhão levado da Noventa Graus começou ontem, quando o DHPP (departamento de homicídios) questionou a empresa sobre os motivos de manter um valor tão alto, em espécie, no local.
Em um primeiro momento, os responsáveis pela empresa disseram que o dinheiro seria de uma segunda firma. Desconfiados, os investigadores do DHPP questionaram a empresa indicada, que também negou ser dona do valor.
Como ninguém conseguiu provar aos policiais de onde surgiu o dinheiro, os policiais do DHPP decidiram depositar em juízo o R$ 1,7 milhão. Procurados pela reportagem, os responsáveis pela Noventa Graus não foram localizados ontem.

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