FHC contraria serristas e agrada a Aécio


    Jornal da Tarde
A entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à publicação britânica The Economist, na qual aponta o senador Aécio Neves (PSDB-MG) como “nome óbvio” do partido à Presidência em 2014, irritou aliados do ex-governador José Serra, que sonha em concorrer de novo vez ao Planalto. E animou aliados do mineiro, que já costura sua candidatura.
FHC criticou “erros enormes” da campanha de Serra a presidente em 2010 e disse que o ex-governador poderá abrir caminhos para novas lideranças. Para o ex-presidente, Serra “não formou alianças e ficou isolado mesmo internamente”. Serra respondeu, mas preferiu evitar polêmica: “São opiniões dele (FHC). Não estou de acordo com algumas delas, mas não vou polemizar com amigo”.
Vice de Serra no governo, Alberto Goldman contestou FHC, afirmando que “o importante na escolha do próximo presidente não é só a capacidade de fazer alianças, mas de enfrentar os grandes problemas que o País ainda tem.” Ele também considera equívoco FHC ter tratado Serra como favorito em 2010, “quando todos sabiam que seria eleição muito difícil”.
Outro serrista, o senador Aloysio Nunes Ferreira, contesta até o primeiro lugar conferido por FHC a Aécio na fila de presidenciáveis. “Estão todos no pelotão de largada e há outros, além de Serra e Aécio, como o governador Marconi Perillo (GO) e o líder no Senado Álvaro Dias (PR)”.
Já o governador Geraldo Alckmin evitou se posicionar sobre a declaração de FHC. “É tema de 2014, então está longe. Nós temos grandes nomes no PSDB, preparados para essa responsabilidade”, disse. Aliado de Alckmin, o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira, admitiu, “com muita serenidade”, que fora de São Paulo, onde segundo ele Serra é o presidenciável natural, “há preferência neste momento por nome novo, em função das derrotas de 2006 e 2010”. E concluiu dizendo que “esse nome novo é o do Aécio”.
Aécio divulgou nota em que agradece elogios. “Temos que trabalhar agora pelo fortalecimento partidário e para ampliar o alcance do nosso discurso”. Para o presidente do PSDB mineiro, Marcus Pestana, “nove entre dez tucanos que olham para 2014 hoje veem Aécio”. Ele entende que FHC só “jogou luzes sobre o cenário futuro com diagnóstico preciso dos erros do passado” e tem autoridade política e intelectual para fazê-lo.

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