Moradores reclamam à Polícia Ambiental


 Jornal Cruzeiro do Sul
A Secretaria de Obras e Infraestrutura Urbana (Seobe) deve concluir hoje a remoção das 36 árvores do entorno do antigo Centro de Educação Infantil (CEI-1) "Antônio Carlos de Barros", na Vila Hortênsia, serviço iniciado na última segunda-feira. Terminada a limpeza, na sequência serão iniciados os trabalhos de desmontagem do telhado e retirada dos materiais que possam ser reaproveitados, antecipando a demolição do prédio. No local a Prefeitura pretende construir uma Área de Transferência de Passageiros do transporte coletivo e uma Casa do Cidadão. Descontentes com o corte das plantas, dois moradores acionaram a Polícia Militar Ambiental, que averiguará denúncia de crime ambiental nos próximos dias. Já o Ministério Público informou que abrirá procedimento para estudar o caso.

Indignados com o manejo das árvores ao redor do CEI e com a previsão de demolição do prédio - primeira pré-escola da cidade, com mais de 50 anos de existência -, o comerciante Antonio Leme, de 40 anos, e a moradora Miriam Gutierres Peres, de 46 anos, se uniram e solicitaram a vistoria do caso junto a Polícia Ambiental, como forma de denúncia. "Acho um absurdo isso que está acontecendo. Falaram que as árvores que estão sendo cortadas estavam condenadas. É mentira. Queremos que algum outro órgão estude isso. Em plena discussão de melhoramentos ambientais, a Prefeitura de Sorocaba coloca essas árvores no chão? Em quanto tempo teremos outras unidades com copas tão amplas e sombras como essas?", questiona o comerciante.

Já Miriam disse que o dia ontem foi de tristeza. "Tem um monte de árvores boas no chão, com troncos enormes. Todas as mangueiras foram cortadas, um absurdo isso", disse emocionada, ela que junto do comerciante pretende acionar o Ministério Público. "Estou tirando fotos do antes e do depois para provar que as árvores estavam boas, que o prédio poderia ser reaproveitado e que a administração está errada", esbravejou Antonio. Segundo a Polícia Ambiental, a solicitação de vistoria foi registrada e entrou na fila de averiguações como prioridade, mas ainda não há data definida para acontecer.

Já o promotor Antonio Farto Neto, que cuida interinamente das matérias ambientais e urbanísticas no lugar do promotor Jorge Marum, disse que prefere não opinar até tomar conhecimento real dos fatos. Ele garantiu que abrirá um procedimento chamado protocolado para estudar o caso, mas adiantou que aguarda os moradores e comerciantes para registrar as queixas. "Todos que desejarem, devem vir ao Fórum. 

Documentos ou fotos também são bem-vindos para ilustrar os fatos", pontuou. Na última segunda-feira, a secretária de Meio Ambiente, Jussara Lima de Carvalho, informou que foi realizado um estudo nas plantas, que sinalizou o corte de 36 delas e a manutenção de apenas 17 do total. Ainda segundo ela, as unidades cortadas serão compensadas em outras áreas do bairro. Já o engenheiro da Seobe, Aroldo José Pinto, disse, na ocasião, que o atual prédio da CEI está condenado devido infiltrações. (Leila Gapy)

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