12/09/2012

Comandante da PM diz que ação da Rota foi 'legítima'


Folha de São Paulo

O comandante da Polícia Militar de São Paulo, coronel Roberval Ferreira França, afirmou na noite desta terça-feira que a operação da Rota (grupo especial da PM) que terminou comnove suspeitos mortos e oito presos em Várzea Paulista (a 54 km de SP) foi legítima.
"Todos os indicativos, até o presente momento, atestam uma ação legítima. Nos três pontos de confrontos nós tivemos a prisão de criminosos ilesos. Isso indica uma ação legítima", afirmou.
Segundo a polícia, uma denúncia anônima chegou ao setor de inteligência da Rota informando o local onde um homem suspeito de estupro seria julgado por um "tribunal do crime" --em que criminosos punem condutas indesejadas com a morte.

Confronto com a Rota

 Ver em tamanho maior »
Wladimir Aguiar/Folhapress
AnteriorPróxima
Policiais fazem cerco a hospital onde 8 feridos pela Rota em tiroteio que matou 9 estão sendo socorridos; A PM teme que eles sejam resgatados
Dois pelotões, com 40 policiais em dez carros, chegaram à chácara por volta das 16h30. Ao avistarem os policiais, seis suspeitos tentaram fugir em dois carros --um Pointer prata e um Corsa prata. Na perseguição, houve troca de tiros e quatro foram mortos e três presos.
Na chácara, cinco suspeitos morreram na troca de tiros e outros cinco foram presos. Entre os mortos, segundo o coronel, está o suspeito de estupro. França não soube dizer se ele foi morto no tiroteio ou pelos criminosos.
A polícia diz que foram três tiroteios distintos: os policiais se dividiram na perseguição dos dois carros e na abordagem dos que estavam na chácara.
Além dos suspeitos, uma menina de 12 anos --vítima do estupro-- sua mãe e um irmão estavam na chácara. Segundo França, eles estão sob proteção policial.
No local, a PM apreendeu duas espingardas calibre 12, uma metralhadora, sete pistolas, quatro revólveres, cinco veículos roubados e 20 kg de maconha, além de dinamite e uma granada.
O comandante disse que o arsenal apreendido com a quadrilha indica a disposição dos criminosos para o confronto. Segundo ele, a opção do confronto é do criminoso e à polícia cabe preservar a vida. "Primeiro a vida da vítima, em segundo lugar a dos policiais e, em terceiro, se possível, a dos criminosos. Desde que eles se rendam", disse.
"Nós temos neste ano um total de 67 policiais militares mortos no Estado e 92 policiais vítimas de tentativa de homicídio. Isso demonstra, de fato, que os criminosos estão confrontando a polícia."
A polícia diz ter identificado seis suspeitos --todos tinham ficha criminal. "Eles são integrantes de uma quadrilha organizada e a chácara teria sido alugada de um candidato a vereador de Várzea Paulista por um breve período como ponto de apoio para reuniões e armazenamento de armas e drogas", disse.
HOSPITAL
Em nota, a Prefeitura de Várzea Paulista informou que foram registradas nove mortes de pessoas não identificadas, trazidas ao Hospital da Cidade pela Rota. A prefeitura diz que "alguns desses indivíduos já chegaram sem vida ao local e que uma equipe médica foi mobilizada para atender as ocorrências, mas os eles não resistiram aos ferimentos".
O número de suspeitos que chegaram mortos não foi informado. Os corpos permanecem no hospital e ainda passam por perícia.
Segundo vizinhos ouvidos pela Folha, a chácara onde ocorreu o tiroteio era usada para festas com música alta até a madrugada, quase todos os fins de semana.
O terreno tem cerca de 2.000 m² e abriga uma casa de 250 m², recentemente construída. Segundo vizinhos, o preço do aluguel é de R$ 300 por dia. (ROGÉRIO PAGNAN E FELIPE SOUZA)

Nenhum comentário:

Postar um comentário