Não é que os fatos conspirem contra Michel Temer.
É que Temer não tem sintonia com os fatos, apenas com o mundinho da politicagem.
É por isso que tudo o que faz dá…
Chegado ao poder sem voto e sem legitimidade, acreditou que ela viria por fazer um acordão com os 367 “sim” da Câmara e parte dos 55 do Senado, com a “cota” de Renan bem colocada no ministério da Transparência” (sic)
E que a afirmação pública se daria pelo apoio da mídia ao “corta,corta, corta” das despesas públicas, não importando o que fosse ser cortado.
Mesmo preocupado em postergar as “maldades para o povão”, como a desvinculação das aposentadorias no salário mínimo, achou que poderia dar uma banana para os movimentos sociais (nem tão organizado assim) que se tornaram uma realidade no Brasil das metrópoles e mesmo das cidades médias do interior.
O que lhes deu foram bandeiras.
A extinção, por alguns trocados – e olhe lá se até trocados economizaria – do Ministério da Cultura começou a botar a classe média nas ruas.
O “machistério” – ministério só de homens a simbolizar a exclusão masculina – agora também lhe cobra preço, com as manifestações contra o caso de estupro no Rio de Janeiro se transformando em manifestações antigoverno. Na foto, a multidão de mulheres na Avenida Paulista é um exemplo perfeito.
Fora das ruas, nos jornais e nas TVs, onde teria o espaço da simpatia e da cumplicidade da mídia, caíram-lhe dois ministros, em agonias que duraram um dia inteiro, a última delas com direito a farta lavação de sujeira de calçadas.
O pior é que, quanto mais frágil, mais sua expressão transmite soberba e indiferença.
Ficou essa inapagável impressão, hoje, quando deu posse a dirigentes de empresas públicas, ao ponto em que ele próprio pediu, a certa altura, que não fosse interpretada como deboche a afirmação de que seu governo não tentaria interferir na Lava Jato.
Como, se seus ministros e patrocinadores apareceram falando, de viva voz, que sua ascensão ao poder seria uma forma de “estancar a sangria” da investigação.
Temer está ao sabor dos acontecimentos e os acontecimentos têm sabor amargo, porque tudo vira “Fora, Temer”, de um jeito ou de outro.
Pode estar a uma fita ou a uma pancadaria do seu desastre, nem ele próprio sabe.
Mas teme.
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