Jornalista norte-americano Glenn Greenwald, do site The Intercept, publicou o comentário em cima de um texto de J. P. Cuenca, em que ele descreve o evento de entrega do Prêmio Comunique-se, onde "algumas categorias conseguiam a proeza de ter todos os três indicados trabalhando para o grupo Globo"; Cuenca deixou a Folha de S. Paulo e passou a escrever para o Intercept; seu primeiro texto é sobre a censura na imprensa brasileira
"Para cada indicado, uma longa propaganda de um dos patrocinadores era exibida nos telões, e aí subia o gerente de marketing pra entregar o prêmio. Só empresas representantes do demônio na terra, tipo BAYER. Algumas categorias conseguiam a proeza de ter todos os três indicados trabalhando para o grupo Globo", conta Cuenca.
Nesse texto, ele diz que muitos presentes olhavam para ele e Greenwald, a sós numa mesa, como se fossem "dois black blocs". E lembra que nenhum daqueles jornalões e canais de TV reproduziu uma linha ou um segundo do furo do jornalista Inácio Vieira, do Intercept: a fala de Temer em NY admitindo que o impeachment ocorreu porque Dilma Rousseff não topou implementar o programa de governo do PMDB.
Em seu texto de estreia no The Intercept, Cuenca traça um belo retrato – e dá muitos exemplos – de como funciona a censura no Brasil. "Em e-mails abertos, editores orientando repórteres a manipular coberturas através de omissões e ênfases, já sem qualquer pudor: é a era do 'podemos tirar se achar melhor'", cita. Leia aqui a íntegra.
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