Jornalista Fernando Brito, do Tijolaço, lembra que "em setembro do ano passado, o então vice-presidente Michel Temer, comentando os baixos índices de aprovação obtidos por Dilma Rousseff nas pesquisas de opinião, disse que ninguém conseguiria terminar seu mandato com este nível de reprovação"; e questiona: "O que dirá ele dos números mostrados hoje pelo Datafolha?"
O que dirá ele dos números mostrados hoje pelo Datafolha, passado um intervalo de tempo em que a população começou – apenas começou – a entender a natureza de seu governicho?
Os números estão aí em cima e dispensam análises mais cansativas.
Eram previsíveis, como ontem se antecipou aqui no post 2017: Ou rua ou ditadura.
A pesquisa – espera-se que desta vez não haja “perguntas ocultas” – traz outras revelações sobre como Temer está sendo percebido: como alguém desprezível.
Valho-me do próprio texto do jornal:
Segundo o Datafolha, a população considera o presidente falso (65%), muito inteligente (63%) e defensor dos mais ricos (75%). Metade dos brasileiros veem Temer como autoritário e 58%, desonesto.
Parece-me que o “muito inteligente” entra aí como versão possível do “esperto”.Afinal, abocanhou uma faixa presidencial que nem em sonhos teria prestígio e voto para envergar.
Note-se que a pesquisa foi feita na terça e quarta da semana passada e, portanto, não havia estourado o escãndalo da lista da Odebrecht e só parcialmente havia sido absorvido o “anarriê” do Supremo, regido por ele. Do contrário, os dois últimos índices (autoritário e desonesto) só tenderiam a crescer.
A comparação dos seu governo com o de Dilma, já então nos estertores, debaixo do canhoneio Mídia-Moro. também é desastrosa para o usurpador.
Três quartos da população (74%) o consideram igual (o que é muito ruim) ou pior do que o da presidenta anterior, com uma administração já em frangalhos.
Com uma “ligeira” diferença: até alguns dias atrás, Temer contava com a unanimidade da mídia e de seus (de)formadores de opinião, que não cessavam de adulá-lo por estar fazendo “o dever de casa” do arrocho sobre os gastos sociais.
Depois comento outros dados da pesquisa e vai ser interessante quando se abrirem os dados estratificados por região e classe de renda, para que se veja que o que resta de “aprovação” a Michel temer vem dos grupos onde não importa o que seja o governo, desde que o governo não seja em favor do povo.
No post seguinte, a mensuração dos efeitos político, já no curto prazo deste final de ano que não acaba.
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