Motorista atropela manifestantes que pediam renúncia de Michel Temer em Goiânia; veja vídeo


Confusão ocorreu na Avenida Anhanguera e pelo menos duas pessoas ficaram feridas. Carro foi cercado e depredado. Organização diz que cerca de 300 pessoas participaram do ato.

Motorista atropela manifestantes durante protesto contra Michel Temer em Goiânia
Uma motorista tentou furar um bloqueio feito durante um protesto que pedia a renúncia do presidente Michel Temer (PMDB) na Avenida Anhanguera, em Goiânia, na tarde desta quinta-feira (18), e atropelou manifestantes. Pelo menos duas pessoas ficaram feridas (veja no vídeo acima).
Em seguida, manifestantes cercaram o carro e o depredaram (veja nos vídeos abaixo).
Vídeo mostra grupo atropelado por motorista em protesto, em Goiânia
Manifestantes depredaram veículo após atropelamento, em Goiânia
Dos feridos, uma mulher foi atendida por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levada para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). O outro é o marido dela, que sofreu ferimentos em um dos braços, mas seguiu para o 1º Distrito Policial da capital.
De acordo com boletim médico, divulgado pelo Hugo, a mulher atropelada está consciente, orientada, verbalizando e respirando de forma espontânea. Ela ainda é avaliada pela equipe multiprofissional da emergência da unidade.
Já a condutora do carro e um passageiro foram retirados do veículo e escoltados pelo Corpo de Bombeiros e pela Polícia Militar. Em seguida, a mulher foi levada para a Central de Flagrantes de Goiânia.
Segundo o sargento Welder Alves Justino, a motorista não ficou ferida. “Ela está em estado de choque. Todo mundo queria apedrejar o carro dela. Tentaram linchá-la. Ela não ficou ferida, apenas assustada”, disse.
Foto mostra momento em que carro atropela manifestantes, em Goiânia (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Foto mostra momento em que carro atropela manifestantes, em Goiânia (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Foto mostra momento em que carro atropela manifestantes, em Goiânia (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Manifestante ferida durante protesto foi socorrida e levada a hospital (Foto: Paula Resende/G1)Manifestante ferida durante protesto foi socorrida e levada a hospital (Foto: Paula Resende/G1)
Manifestante ferida durante protesto foi socorrida e levada a hospital (Foto: Paula Resende/G1)

Protesto

A concentração do protesto começou por volta das 16h15 na Praça do Bandeirante, no Setor Central, e reuniu integrantes de diferentes entidades. Segundo a organização, cerca de 300 pessoas participaram do ato. Já a Polícia Militar não informou a estimativa. O ato foi encerrado por volta das 18h.
A manifestação foi organizada por meio de redes sociais na noite de quarta-feira (17), depois que o jornal "O Globo" divulgou informações sobre a delação dos irmãos donos da JBS, Joesley e Wesley Batista, que disseram que gravaram o presidente Michel Temer dando aval para comprar o silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), depois que ele foi preso na Operação Lava Jato.
Em pronuciamento nesta tarde, Michel Temer disse que não teme a delação e que não vai renunciar ao cargo.
Participam do protesto em Goiânia o Fórum Goiano contra as Reformas da Previdência e Trabalhista, composto por centrais sindicais, as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e entidades representativas da sociedade civil. Eles também afirmaram que o ato foi contra as reformas da Previdência e trabalhista.
Grupo protesta pedindo a renúncia de Temer em Goiânia (Foto: Paula Resende/G1)Grupo protesta pedindo a renúncia de Temer em Goiânia (Foto: Paula Resende/G1)
Grupo protesta pedindo a renúncia de Temer em Goiânia (Foto: Paula Resende/G1)

Delações

Em gravação, feita em março deste ano, Joesley diz a Temer que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada para que permanecessem calados na prisão. Diante dessa informação, Temer disse, na gravação: "tem que manter isso, viu?"
Em nota, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência disse que o presidente Michel Temer "jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Não participou nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar".
Também na delação, Joesley entregou uma gravação à PGR na qual o senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, é gravado pedindo ao empresário R$ 2 milhões. No áudio, com duração de cerca de 30 minutos, o presidente nacional do PSDB justifica o pedido dizendo que precisava da quantia para pagar sua defesa na Lava Jato.
Segundo a reportagem, no material que chegou às mãos do ministro Edson Fachin no Supremo Tribunal Federal (STF), a PGR diz ter elementos para afirmar que o dinheiro recebido pelos assessores de Aécio Neves não era para os advogados.
Em nota, a assessoria de imprensa de Aécio Neves afirmou que o senador "está absolutamente tranquilo quanto à correção de todos os seus atos".

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