PT ratifica veto a eleição indireta e elege Gleisi para presidir legenda

SUCESSÃO

Defesa de movimento por diretas unificou discurso de concorrentes em Congresso da legenda, encerrado neste sábado. Senadora do Paraná é a primeira mulher eleita para presidir o PT desde sua fundação, em 1980
por Redação RBA publicado 03/06/2017 18h02, última modificação 03/06/2017 18h21
LULA MARQUES/AGPT
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Lindbergh, Gleisi e Oliveira enaltecem unidade em meio a disputa
São Paulo – A líder do PT no Senado, Gleisi Hoffmann (PT-PR) foi eleita para a presidência do PT com 69% dos votos dos delegados do 6º Congresso Nacional do PT, que homenageia a ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva”. O senador Lindbergh Farias (RJ) foi votado por 31% dos delegados.
Gleisi – primeira mulher eleita para a posição desde 1980 – presidirá a legenda pelos próximos dois anos. “Mostramos para o Brasil que o PT tem diversidade, que nós temos garra para enfrentar tudo que está aí e propor uma coisa para o Brasil”.
Os três candidatos que iniciaram o Congresso pleiteando a presidência – o pernambucano José de Oliveira chegou a entrar disputa, sem obter votos – exaltaram o caráter de "unidade" do encontro. “Construimos uma base muito forte e unidade em torno da aprovação das eleições diretas. Temos nossas divergências, mas não vejo nenhum outro partido fazendo isso.”
O senador Lindbergh Farias enfatizou a aprovação, pelo partido, de não participar de um eventual colégio eleitoral para definir a sucessão em caso de afastamento de Michel Temer: “Vamos sair daqui com uma unidade política. Nós do PT não vamos participar de nenhum colégio eleitoral. Ainda mais nesse Congresso desmoralizado e que tem um presidente tão ilegítimo quanto o Temer."
Oliveira observou que o clima de entendimento deve ser estendido para os próximos movimentos do partido no enfrentamento da crise política. "Precisamos entender que essa elite, como dizia o Lula, não pode desafiar a classe trabalhadora, e essa elite erra de novo quando desafia a classe trabalhadora. O PT está sendo desafiado ele está devolvendo esse debate para sociedade brasileira."

Sem indiretas

O Congresso ratificou a posição de o partido de não participar de eventual eleição direta para substituição de Michel Temer. “Faço a defesa não só das Diretas Já, mas do compromisso de que nenhum petista vá ao colégio eleitoral”, disse. “Não aceitamos que a solução da elite venha outra vez por cima. Este governo tem que sair do voto popular porque o povo é soberano”, declarou o atual presidente do partido, Rui Falcão, que encerra seu mandato neste sábado (3).
Falcão citou, em seu discurso, o presidente sul-africano Nelson Mandela. “Disse Mandela: ‘A esperança é uma arma poderosa, e nenhum poder do mundo pode tirá-la de nós’. Digo eu: é ela que nos anima, nos entusiasma, nos conduz à luta e pode nos levar à vitória”. O dirigente saudou ainda os nomes do ex-ministro José Dirceu e do ex-tesoureiro João Vaccari Neto, se encontra em prisão temporária decretada pelo juiz de Curitiba Sérgio Moro desde abril de 2015. “Solidariedade aos nossos companheiros que estão sendo perseguidos e condenados injustamente”, afirmou. 
Na abertura do Congresso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o PT precisa retornar às bases da esquerda para concorrer novamente à Presidência da República. Sem fazer menção direta a uma candidatura própria, como vem sendo especulado, Lula pediu que as lideranças do partido pensem políticas voltadas aos segmentos populares, em especial mulheres, sem-terra, negros, quilombolas e LGBTs. "O PT tem que ter orgulho de falar com essa gente", completou, em referência à história da sigla.  

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