
A jornalista Patrícia Lélis foi agredida por uma militante do Movimento Brasil Livre quando deixava a faculdade na noite dessa quinta-feira (31); Meire Cruvinel, do MBL, disse que iria passar os horários em que Patrícia está na faculdade para o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) e ameaçou matar a jornalista
1 DE SETEMBRO DE 2017 ÀS 16:01 // 247 NO TELEGRAM
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Revista Fórum - Durante a noite desta quinta-feira (31), a jornalista e colaboradora da Fórum, Patrícia Lélis, foi agredida por uma militante do MBL (Movimento Brasil Livre). Segundo relato, Meire Cruvinel foi ao encontro da jovem, que estava entrando no seu carro ao ir embora da faculdade onde ambas estudam, e tentou puxá-la para fora.
“Fui andando, tranquilamente, até o meu carro que ficou em frente à faculdade. Quando eu entrei no carro, ela veio e abriu a porta. Aí eu me assustei e minha primeira reação foi fechar a porta do carro. Tentei travar, só que nisso ela abriu a porta de novo e já veio me xingando”, descreveu. “Ela começou a me xingar, me agrediu, porque ela me puxou pelo braço para me tirar do carro e ficou marcado”.
Patrícia contou ainda que Meire começou a falar “coisas absurdas”. “Ela falou que queria o meu endereço porque ia passar para o Feliciano e falou que eu merecia ser estuprada de novo, merecia ser agredida de novo. Que se dependesse dela, ela iria pessoalmente até o Feliciano passar o meu endereço e dizer quais os horários que eu estou na faculdade para ele ir atrás de mim. Inclusive, falou que queria me matar”, relatou.
Um segurança do IDP, Instituto Brasiliense de Direito Público, interviu e retirou Meire do local. “O segurança da faculdade me acompanhou até em casa, porque ela já havia dito que iria atrás de mim”, contou. Patrícia registrou Boletim de Ocorrência na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM) e já fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal. A jornalista também entrou com um pedido de ação cautelar contra Meire Cruvinel.
O fato teria começado em sala de aula, quando Patrícia sentou no lugar que seria de Meire. “Eu estava marcando o lugar de um amigo e coloquei a bolsa ao lado. Ela já chegou vindo na minha direção e já falou em tom de grosseria: ‘Tira essa bolsa daqui agora’. Ela gritou isso na sala. Eu fiquei calada, tirei a bolsa, coloquei do meu colo, pedi desculpas e fiquei na minha”.
Logo depois, Patrícia viu Meire com uma matéria em seu notebook sobre o caso que envolveu a jornalista e o deputado Marco Feliciano (PSC-SP). “Logo depois ela fechou essa matéria e no fundo de tela do computador estava escrito: ‘Deus que me livre da esquerda’. Aí eu tirei uma foto dessa tela do computador dela e publiquei no meu Facebook pessoal, sem mostrar o rosto ou falar o nome dela”.
Patrícia contou ainda que desde o início do semestre vem sendo provocada. “Durante a semana passada inteira ela se referia a mim com palavras de injúria, caluniosas. Ela me chamava de mitomaníaca, de mentirosa, e as pessoas da sala (de aula) presenciaram isso. Eu fiquei calada também”.
A direção do IDP marcou uma reunião interna, nesta sexta-feira, para tratar do assunto. Procuramos Meire Cruvinel para dar sua versão dos fatos, mas até a publicação desta reportagem não obtivemos resposta.
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